Já chamaram muitas coisas a Pacheco Pereira, mas «Loira do Regime» é no mínimo original e deve-se ter ouvido uma enorme gargalhada perto da igreja da Marmeleira.
Normalmente, «a loira» é a estúpida, mas aqui não: Luís Filipe Menezes quer que imaginemos o personagem em questão travesti de Anita Ekberg, o que não é fácil, e diz depois umas tantas coisas sem nexo aparente e que não parecem ter nada a ver com a pessoa em causa. Dá ideia que gostou daquelas frases e as «engatilhou» numa direcção, mas que podia também estar a falar de Pinto da Costa, de Mahmud Ahmadinejad ou do cachorro do presidente Obama.
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Luís Filipe Menezes, em entrevista ao jornal «i»:
«Está a falar do combate do Dr. Pacheco Pereira, que o acusa de aparelhismo?
Pacheco Pereira é a loira do regime.
O que é isso?
Não é nada de depreciativo. Quando nos lembramos do "La Dolce Vita", de Fellini, nenhum de nós se lembra do Marcello Mastroianni, mas lembramo-nos da bela sueca a tomar banho na Fontana di Trevi. Cada filme, cada país, cada circunstância, cada momento histórico, tem a sua loira do regime. No nosso momento histórico, o meu companheiro Pacheco Pereira é a loira do regime. Ele só quer centrar todas as atenções nele, independentemente daquilo que esteja em causa. É evidente que a loira do regime é sempre má actriz. Quando se lhe dá um papel importante dá sempre para o torto - mas esteticamente é fantástica.»
P.S. - Entretanto no Abrupto, JPP critica, com toda a razão, o sensionalismo do jornal.