ACTUALIZADO (*)
Na sua crónica no Público de hoje (sem link), intitulada «O fanatismo da tolerância», Vasco Pulido Valente toma posição sobre os recentes atritos entre o governo espanhol e a hierarquia da Igreja católica.
Segui atentamente esta questão e já a comentei neste blogue.
Entretanto, em resposta aos ataques dos bispos – porque eles existiram, claros e expressos –, o PSOE publicou um comunicado firme, mas calmo e ponderado. Tudo quanto há de mais normal.
Mas VPV vem hoje atacar Zapatero, em termos surpreendentes:
«O fanatismo, o da Espanha (de Zapatero) e o da "Europa", não é novo; e o fanatismo anticatólico também não. É só estranho que este se funde na "diversidade" e o aceitem em nome da "tolerância". Uma "diversidade" imposta e limitada pela força do Estado, que não levanta a mais leve dúvida ou o mais leve incómodo. E uma "tolerância" reservada ou recusada pela ortodoxia oficial, que se tornou o argumento supremo da intolerância. O mundo moderno e a opinião que o sustenta autorizam o que autorizam e proíbem, muito democraticamente, o resto. As democracias, como se sabe, produzem com facilidade aberrações destas. Quem não gosta que se arranje ou se afaste. O Papa Ratzinger previu para a Igreja uma era de quase clandestinidade. Provavelmente não se enganou.»
Li e reli o texto. Fanatismo anticatólico? Qual e de quem? Houve um evento em que as autoridades eclesiásticas chegaram ao ponto de denunciar a existência de laicismo que poria em perigo a própria democracia e é o governo que é fanático?
Que VPV gosta de extremar posições, sabemo-lo todos – faz mesmo parte do seu ADN. Mas neste caso e com esta virulência?
P.S. - Meio a sério, meio a brincar: depois das conversões de Zita Seabra e de Tony Blair, estará para breve o anúncio de mais uma?
Segui atentamente esta questão e já a comentei neste blogue.
Entretanto, em resposta aos ataques dos bispos – porque eles existiram, claros e expressos –, o PSOE publicou um comunicado firme, mas calmo e ponderado. Tudo quanto há de mais normal.
Mas VPV vem hoje atacar Zapatero, em termos surpreendentes:
«O fanatismo, o da Espanha (de Zapatero) e o da "Europa", não é novo; e o fanatismo anticatólico também não. É só estranho que este se funde na "diversidade" e o aceitem em nome da "tolerância". Uma "diversidade" imposta e limitada pela força do Estado, que não levanta a mais leve dúvida ou o mais leve incómodo. E uma "tolerância" reservada ou recusada pela ortodoxia oficial, que se tornou o argumento supremo da intolerância. O mundo moderno e a opinião que o sustenta autorizam o que autorizam e proíbem, muito democraticamente, o resto. As democracias, como se sabe, produzem com facilidade aberrações destas. Quem não gosta que se arranje ou se afaste. O Papa Ratzinger previu para a Igreja uma era de quase clandestinidade. Provavelmente não se enganou.»
Li e reli o texto. Fanatismo anticatólico? Qual e de quem? Houve um evento em que as autoridades eclesiásticas chegaram ao ponto de denunciar a existência de laicismo que poria em perigo a própria democracia e é o governo que é fanático?
Que VPV gosta de extremar posições, sabemo-lo todos – faz mesmo parte do seu ADN. Mas neste caso e com esta virulência?
P.S. - Meio a sério, meio a brincar: depois das conversões de Zita Seabra e de Tony Blair, estará para breve o anúncio de mais uma?
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(*) Ler também:
España, frente de batalla contra el laicismo e Rumor de sotanas.
São numerosas as citações do texto de VPV, parciais ou na íntegra, em blogues normalmente conotados com a direita. Curiosamente, não o comentam.