«A maior exageração é a das televisões ditas de informação. De manhã à noite, matraqueiam os espectadores (aqui talvez não ficasse pior essa pérola do AO: espeta…dores) com antevisões, previsões, insinuações, explicações, sugestões, constatações em redor de (quase) nada. A diversidade que deveria advir da concorrência esfuma-se num monolitismo que nos convida à estreiteza. No fim-de-semana, simultaneamente, os quatro canais espelhavam o vazio da programação: SIC N, RTP I, TVI 24, CM TV, além dos – aí sim desportivos – canais da Sport TV e Bola TV. Nos generalistas, não havia futebol mas sempre há a pimba-alienação, a mais pirosa e néscia forma de regressão estética e artística. Também nestes, qualquer “notícia” da bola aparece intercalada entre o importante e o excitante. No domingo, um destes canais noticiou prioritariamente uma banal lesão de Moutinho no Mónaco! Que tristeza!»
. 22.8.15
21.08.1986 — Alexandre O'Neill morreu há 29 anos
Que bom seria ouvi-lo hoje sobre estes tempos que agora passam, de o ver olhar este país, de perceber se as três sílabas de Portugal ainda são de plástico ou se já foram recicladas. Uma coisa é certa: o país continua engravatado todo o ano e a assoar-se à gravata por engano.
Em jeito de homenagem:
Caixadòclos
- Que és o esticalarica que se vê.
- Público em geral, acaso o meu nome...
- Vai mas é vender banha da cobra!
- Lisboa, meu berço, tu que me conheces...
- Este é dos que fala sozinho na rua...
- Campdòrique, então, não dizes nada?
- Ai tão silvatávares que ele vem hoje!
- Rua do Jasmim, anda, diz que sim!
- É o do terceiro, nunca tem dinheiro...
- Ó Gaspar Simões, conte-lhes Você...
- Dos dois ou três nomes que o surrealismo...
- Ah, agora sim, fazem-me justiça!
- Olha o caixadóclos todo satisfeito
a ler as notícias...
Alexandre O'Neill, Feira Cabisbaixa, 1965
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Dica (120)
«“Popular Unity” is the name of the new political front, which will regroup thirteen organizations of the radical left — those who signed the text issued on August 13 calling for the constitution of the Front of the No. This front is therefore the first tangible result of a recomposition within the Greek radical left — recomposition that draws the lessons of the last five years and of course of the experience of Syriza in office and of the resulting catastrophe.»
. Uma Europa sem destino?
«Enquanto em Portugal se discute o número de empregos que um Governo pode criar nos próximos anos, apesar de estarmos amarrados às decisões do "núcleo duro" da União Europeia e do BCE para darmos qualquer tímido passo (...) e quem tem mais dotes para ser Presidente da República, ninguém parece ter a noção que a Europa continua a equilibrar-se no abismo.
A crise chinesa é um choque eléctrico para uma Alemanha que já julgava poder dispensar as suas zonas privilegiadas de consumidores europeus, as do Sul. Quando os chineses substituírem os carros importados da Alemanha e outros produtos "made in Berlim" por cópias suas, então é que a economia alemã despertará para a verdadeira austeridade. Esta política "zombie" da Europa é visível neste pavoroso "terceiro resgate" à Grécia onde se vai aplicar a mesma medicina (com mais quebra do PIB e do emprego) a uma economia exangue. O que se espera: que o doente se extinga de vez? (...)
Às vezes apetece recuperar as palavras do poeta Paul Valéry, escritas em 1919: "Irá a Europa tornar-se o que é na realidade - os seja, um pequeno promontório no continente asiático? Ou continuará a ser o que parece - uma parte eleita do globo terrestre, a pérola da esfera, o cérebro de um vasto corpo?".
A questão hoje é que a Europa não sabe o que quer ser: nem política, nem económica, nem cultural, nem militarmente. É uma aristocrata que se vai arruinando sem visão de futuro. Por enquanto a maioria ainda parece estar disposta a fazer todos os esforços para ficar no euro (veja-se os gregos), mas até onde irão os limites do sacrifício em nome de um paradigma que não existe? Faz-se austeridade sem fim para equilibrar as finanças públicas e tentar reduzir a dívida, o que é normal. E o resto? O que há para além disso? A Europa unida não era para ser uma força vibrante de futuro, a esperança numa vida melhor? Nada disso parece estar à vista.»
Fernando Sobral
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21.8.15
Presidenciais à beira-mar
«Estou de férias (faço muitas) e, pelo que tenho lido nos jornais, ao contrário do que pensava, as próximas eleições são as para a Presidência da República. Prefiro assim, não fico tão nervoso em relação às presidenciais, como fico com as legislativas. As presidenciais têm uma vantagem. Independentemente do vencedor, ficamos melhor, de certeza. Pode não ser muito, mas já é óptimo.
Henrique Neto, António Nóvoa, Maria de Belém, Rui Rio, Santana Lopes, Marcelo Rebelo de Sousa, etc, é muita gente para um só lugar, apesar do Palácio ter várias assoalhadas. Quem visse esta lista julgaria que andam a pagar uma fortuna de ordenado pelo cargo. Mas não é bem verdade.
Segundo sei, o Presidente da República ganha 6523 euros/mês, mais umas despesas para as sandes. Sinceramente, custa acreditar que seja possível contratar Marcelo Rebelo de Sousa por seis mil euros por mês. Bem sei que é um contrato por cinco anos, mais cinco, e as carreiras televisivas não duram tanto, mas não acredito que a SIC não se chegue à frente e ofereça mais que a Presidência. Corremos sério risco que a meio do mandato ele troque Belém por Carnaxide, ou parecido. Não acredito que uma pessoa mexida como o Marcelo opte pela reforma, como fez Aníbal. (...)
Penso que a união de facto entre Nóvoa e Maria de Belém podia resolver parte das dúvidas de algum eleitorado de esquerda. Uma candidatura em casal, alternando na cozinha e na Presidência. Henrique Neto, só se fosse para presidente "Miss t-shirt" molhada.
Fico à espera de melhores candidatos e do senhor das bolas de Berlim, mas vou ali para o guarda-sol. Boas férias.»
João Quadros
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Dica (119)
Yanis Varoufakis: "Nous avons trahi la grande majorité du peuple grec!"
«Comment voyez-vous votre avenir ?
- (rires) Question intéressante ! Je resterai actif politiquement quoi qu’il arrive, avec cependant une nouvelle certitude : toutes ces questions, l’austérité, la dette… doivent être pensées au niveau européen. Et en concertation avec les peuples qui souffrent et leurs représentants et non un Eurogroupe qui, lui, n’a aucune existence institutionnelle et donc n’a de comptes à rendre à aucune institution. S’il n’y a pas un mouvement européen pour démocratiser la zone euro, aucun peuple européen ne verra de jours meilleurs : ni les Français, ni les Italiens, ni les Irlandais, personne. C’est un combat fondamental qui nous reste à mener.»
. Praga, na madrugada de um 21 de Agosto
... de 1968, quando as tropas do Pacto de Varsóvia invadiram a Checoslováquia.
A não perder, este belíssimo vídeo com mais fotografias.
(Texto e fotos de Josef Koudelka, Invasion of Prague, Thames & Hudson, 2008.)
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20.8.15
Há cartazes e cartazes
Este e muitos outros foram feitos pelo Luís Vargas, «O guerrilheiro anticoligação que veio do Twitter», assim revelado hoje no DN (mais cartazes aqui).
Percorrem as redes sociais há alguns dias, com óbvio sucesso e «genial!» é o termo mais frequente para os caracterizar.
Genial é o seu autor – digo eu que conheço este filho de dois velhos amigos desde que nasceu e que muito andou cá por casa como amigo próximo do meu próprio filho.
. Disseram bem de Portugal em Badajoz
Ricardo Araújo Pereira na Visão de hoje:
«Pesquisando a expressão "português no topo do mundo", obtemos vários milhares de resultados no Google (...). Pesquisando "englishman on top of the world" obtemos 1 (um) resultado. É natural: o topo do mundo está tão cheio de portugueses que acaba por não haver espaço para mais ninguém.»
Na íntegra AQUI.
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A ilusão presidencial
«Vivemos numa ilusão. Os portugueses imaginavam estar a mês e meio de umas eleições legislativas minadas pela incerteza. Estão, afinal, a uns meses das presidenciais.
Como se estas fossem mais relevantes para a governação do país do que decidir se é a coligação PSD/CDS ou o PS que irão ser os homens do leme deste frágil navio que navega entre os icebergs da dívida e da austeridade.
Discutimos os nomes dos possíveis candidatos a presidente e não as ideias que quem pode governar o sítio apresenta. Portugal é Jekyll ou Hyde? Talvez seja uma mistura dos dois nestes dias. Afinal que precisa Portugal: de um líder que governe ou de alguém que seja mestre na arte da diplomacia? Talvez dos dois, mas para já era das legislativas que deveríamos falar. E era ideias alternativas que deveríamos discutir. Não é.»
Fernando Sobral
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19.8.15
Dica (118)
Isto é muito a sério, mas é só um começo. (Francisco Louçã)
«Ao longo de vinte anos, a doutrina da terceira via, segundo a qual as eleições se ganham ao centro com uma política de centro, conduziu à vitória monumental da direita. Por isso, muitos militantes trabalhistas querem romper com este passado e Corbyn aparece como o homem certo para o fazer.
Os cínicos argumentam que Blair tem mesmo razão e que, se o partido virar à esquerda, a direita se eternizará no poder. Vai ser refrão em Portugal e em toda a Europa, assustada com esta surpresa. Portanto, a ideia é que tudo deve continuar na mesma, com o centro a aceitar que a direita determine a única política admissível. Esta solução é a da eternidade da ordem liberal.»
. De meter medo ao susto
Cristiano Ronaldo terá comprado um apartamento em Nova Iorque por 18.5 milhões de dólares e o Observador divulgou a notícia e várias fotografias do interior (vale a pena ir clicando nas imagens para ver todas).
Para além da inveja que sinto pela belíssima vista sobre o Central Park, ousaria sugerir ao CR7 que substituísse os tarecos por uns singelos móveis da IKEA.
. Nada a fazer, não aprendem!
Outra vez e sobem a parada? Já esqueceram os 150.000 prometidos por Sócrates?
E, ainda por cima, adoptam uma novilíngua: Costa «diz que não faz promessas, antes assume compromissos - porque está tudo “testado e avaliado”».
Comentários para quê!
Comentários para quê!
Parvos somos, mas nem tanto assim.
. 5 de Outubro de 2015
Vai ser um dia tão agitado que ninguém se lembrará do Buíça. E sabe-se lá como será içada a bandeira!
. Lorca morreu há 79 anos
Federico García Lorca conta-se entre as primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola. Foi fuzilado, com apenas 38 anos, em Agosto de 1936, entre os dias 17 e 19, pelo seu alinhamento político com os Republicanos e por ser declaradamente homossexual.
Como todos os anos nesta data, em Viznar, perto de Granada, ciganos cantam, dançam e dizem poesia em honra de Lorca e de cerca de 3.000 fuzilados pelos franquistas, cujas ossadas se encontram por perto.
«A las cinco de la tarde»
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18.8.15
18.08.1975 – O famoso discurso de Vasco Gonçalves em Almada
Foi há 40 anos que Vasco Gonçalves fez em Almada, perante 15.000 pessoas, um discurso que durou uma hora e meia e que foi transmitido em directo pela RTP (texto, na íntegra, aqui) e que seria o princípio do fim de muitas coisas. Quem viu e/ou ouviu não esquece.
Um discurso que acaba com Vasco Gonçalves lavado em lágrimas, como descreve o Diário de Lisboa (pag.5) do dia seguinte.
Dramática foi também a carta que Otelo lhe escreveu 24 horas depois: «Percorremos juntos e com muita amizade um curto-longo caminho da nossa História. Agora companheiro, separamo-nos. Julgo estar dentro da realidade correcta deste País ao assim proceder. (...) Peço-lhe que descanse, repouse, serene, medite e leia. Bem necessita de um repouso muito prolongado e bem merecido pelo que esta maratona da Revolução de si exigiu até hoje. Pelo seu patriotismo, a sua abnegação, o seu espírito de sacrifício e de revolucionário.»
O V Governo Provisório, que tomara posse dez dias antes, tinha as semanas contadas e não houve muralha de aço que lhe valesse. A 19 de Setembro, Pinheiro de Azevedo assumiria as rédeas do VI. O 25 de Novembro estava à vista.
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Ide e lede
... este texto de Mariana Mortágua: Uma espécie de réveillon.
«A pobreza, o desemprego e a redução dos salários. São estas as verdadeiras reformas estruturais conseguidas. São as promessas nunca feitas, mas cumpridas. O resto são discursos de réveillon, 12 desejos ao sabor de 12 passas, todos gastos a pedir por uma amnésia generalizada que apague o mal estrutural que este Governo causou ao país.»
. Ou nós ou o caos!
«Os Mínimos (ou os Minions, no original) só fazem sentido se existir um vilão. Como falam uma língua incompreensível não dizem coisa com coisa. A coligação governamental, unida no Pontal, resolveu ser uma espécie de Mínimos do cinema político nacional.
Passos Coelho fez mesmo um discurso tão claro como as frases emitidas pelos pequenos seres amarelos: "Não é preciso castigar os que trouxeram a troika. Hoje podemos premiar os portugueses pelo trabalho que eles fizeram e dizer que temos muita esperança no trabalho que ainda vamos ter, nos próximos anos, para todos podermos viver melhor". Isto é: para Passos pode-se castigar os vilãos da história: o PS. E pode-se premiar os portugueses "bons": votando no Governo que nos aliviou do inferno. Os cidadãos têm assim a hipótese de com a varinha mágica do voto condecorarem os que nos têm governado como salvadores da Pátria. Castigando os que em vez de impostos brutais e cortes nas pensões nos deram facilitismo e gastos supérfluos. Porque em matéria de dívida externa todos tentaram superar-se uns aos outros e hoje ela é muito maior do que nos tempos dos "pecadores" que não merecem os votos.
É este discurso redondo e vindo das trevas que vamos ter nas semanas que nos separam das eleições. É uma espécie de Guerra Fria temperada pelo Mediterrâneo. Se juntarmos a isso a gritaria que as presidenciais vão motivar ao mesmo tempo, Portugal não vai ser um festival de Verão: vai ser um Woodstock desvairado. O discurso radicalizado à volta de "nós ou o caos" diz bem da crise do pensamento político entre nós. Tudo se reconduz a frases feitas e ao facilitismo do curto prazo.
Portugal tornou-se um país "low cost" (na política, na economia, na cultura, na saúde, na educação), dependente dos humores dos juros dos mercados e do BCE, da capacidade exportadora e do turismo. Tendo como pano de fundo um fim triste do euro. Mas tudo se reconduz a uma luta entre o lado "branco" da Força contra o lado "negro". A coligação julga que a política é um capítulo do "Star Wars".»
Fernando Sobral
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17.8.15
Democracia sem soberania popular?
«O drama da Grécia representa uma rendição. Um povo elege um governo que quer quebrar o círculo vicioso que o domínio do capital especulativo impôs aos países e aos seus governos e faz uma consulta popular na qual os cidadãos expressam o seu desejo de romper com essas correntes. Mas as estruturas económicas e políticas do poder da Europa impedem que essa vontade popular se concretize. O poder do capital financeiro é contrário à soberania popular, à democracia do povo.
É o fim da democracia na Europa? Se se continuar a impedir que novas forças, como o Syriza e Podemos, possam chegar ao governo e pôr em prática políticas alternativas, a democracia política ficará reduzida a uma casca sem conteúdo popular.
Para tentar bloquear essas novas alternativas foi utilizado um monstruoso poder mediático para gerar formas de rejeição dessas forças, através de campanhas de mentiras e de calúnias, de disseminação do medo da mudança, que é a única força que sobra às organizações conservadoras e às suas variantes mal disfarçada de renovação do que é velho para tentar que sobreviva.
Nesta luta entre o velho e o novo, no não podemos e no podemos, entre a resignação e a indignação, o que está em jogo é o destino da democracia na Europa.»
(Daqui)
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Dica (116)
The Downside of Labor Mobility. (Paul Krugman)
«I’ve said this before, but it seems worth emphasizing again in the light of this FT report on Portugal’s “perfect demographic storm.” The debt crisis in Portugal, it turns out, looks alarmingly like the trigger for an economic death spiral: a depressed economy is leading to large-scale emigration of working age Portuguese (also lower fertility, although this will take longer to matter), undermining the tax base, making an exit from crisis even harder. It’s not easy to see how this ends before you’re left with a rump nation of old people with no resources to care for them.»
, Queridos idosos
«O "estatuto do idoso", legado de Paula Teixeira da Cruz para ser recordado como o maior exemplo de não-legislação desde que existe Diário da República no nosso jardim à beira-mar especado, foi aprovado em Conselho de Ministros. Faltou, claro, o "champagne" para comemorar a alucinação.
Ninguém duvida da necessidade de uma estratégia para proteger os mais idosos, especialmente vinda de um Governo que, desde o início, fez da guerra entre novos e velhos uma forma de dividir para reinar. (....) Depois de aplicar aos mais idosos uma política de bolsos vazios, a política do Governo é de uma generosidade psicadélica. Olhemos para o absurdo. O Governo tira da cartola uma resolução do Conselho de Ministros. Mas como o "estatuto do idoso" implica criminalização, há que fazer alterações ao Código Penal. E estas só podem ser feitas pelos deputados. Como estes estão de férias, só o poderão fazer na próxima legislatura.
Não se sabendo se este Governo vencerá ou terá maioria, a legislação aprovada é um monte de papel atirado ao ar à espera de que alguém, no futuro, se digne apanhá-lo. Já se viram muitos truques de magia, mas este é notável. O Governo finge legislar para que os mais idosos corram a votar nos partidos que o suportam. Mas o que foi aprovado tem tanto valor legal como um rabisco em papel pardo. Aquele que se usava, antigamente, nas mercearias. Só faltou o ministro da Presidência apresentá-lo com um lápis atrás da orelha.»
Fernando Sobral
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16.8.15
Na Grécia, a luta continua
Não ao novo memorando! Apelo à luta e à mobilização por todo o país
Os abaixo-assinados, representando um vasto leque de forças e organizações da esquerda, rejeitam o terceiro memorando apresentado hoje ao Parlamento e apelam a grandes lutas unitárias para anular todos os memorandos e impor uma nova orientação progressista para o país.
A assinatura de um novo memorando por um governo que foi eleito para abolir os dois anteriores equivale a uma catástrofe de grandes proporções para o povo grego e a democracia. O novo memorando significa ainda mais austeridade, a restrição dos direitos dos cidadãos e a perpetuação do regime de tutela imposto ao país. O novo memorando é uma total inversão do mandato do povo grego que no referendo de 5 de Julho rejeitou na íntegra as políticas de austeridade e de dependência neocolonial.
Ao longo dos últimos cinco anos, o povo opôs-se por todos os meios possíveis ao medo e à chantagem e lutou por uma Grécia soberana, democrática, reconstruída, justa e independente.
Tal como aconteceu aos anteriores, este memorando deve ter pela frente a mais ampla resistência de uma sociedade unida e determinada. Continuaremos o caminho do 5 de Julho até ao fim, até ao derrube da política dos memorandos, com uma solução de mudança para o futuro, pela democracia e a justiça social na Grécia.
A luta contra o novo memorando começa agora, com a mobilização do povo em todo o país. Para desenvolver e ganhar este combate, é preciso colocar no terreno uma organização popular a todos os níveis e em todos os domínios sociais.
Apelamos à constituição de um vasto movimento político e social no conjunto do país e à criação de comités de luta contra o novo memorando, contra a austeridade e contra a colocação do país sob tutela. Será um movimento unitário à altura das aspirações do povo à democracia e à justiça social.
A luta que conduziu à vitória do “OXI” a 5 de Julho continua e vai vencer!
13 Agosto 2015
Subscritores:
Panagiotis Lafazanis, Plataforma de Esquerda do Syriza – Corrente de Esquerda;
Alekos Vernardakis, Renovação Comunista;
Nikos Galanis, Intervenção de Esquerda;
Dimitris Kavouras, Organização de Reconstrução Comunista (grupo de antigos militantes do KKE);
Dimitris Kaltsonis, Associação Yannis Kordatos (grupo de antigos militantes do KKE. Kaltsonis representou o KKE na Festa do Avante em 2007);
Panagiotis Mantas, DIKKI – Esquerda Socialista (grupo de antigos militantes do PASOK que estão no Syriza);
Antonis Ntavanelos, Plataforma de Esquerda do Syriza – Esquerda Operária Internationalista (DEA);
Andreas Pagiatsos, Xekinima (secção grega do Comité para uma Internacional dos Trabalhadores (CIT/CWI);
Spyros Sakellaropoulos, ARAN – Recomposição de Esquerda (fundadora do Antarsya);
Dimitris Sarafianos, ARAS – Grupo Anticapitalista de Esquerda (fundador do Antarsya);
Maria Souani, Luta Operária (rede de militantes, a maioria integra o KKE);
Themis Tzimas (ex-membro do Conselho Nacional do PASOK);
Lambros Heetas, Iniciativa dos 1000.
(DAQUI)
Dica (115)
«Christos Vouldis doesn’t see why international institutions like the European Central Bank should tell him how to run his bakery. Nikolleta Stefanidi, meanwhile, is worried for the elderly people who come to her Athens neighbourhood pharmacy for their medicine.»
. A austeridade fracassou: Carta aberta de Thomas Piketty e de outros economistas a Angela Merkel
«Juntos apremiamos a la canciller Merkel y a la troika a efectuar una corrección de rumbo para evitar mayores desastres y permitir que Grecia permanezca en la eurozona. Ahora mismo se le está pidiendo al gobierno griego que se ponga una pistola en la cabeza y apriete el gatillo. Por desgracia, la bala no solo acabará con el futuro de Grecia en Europa. El daño colateral acabará con la eurozona como ejemplo de esperanza, democracia y prosperidad y podría llevar a consecuencias económicas de largo alcance en todo el mundo.
En la década de 1950, Europa se fundó sobre el perdón de deudas pasadas, sobre todo las de Alemania, lo que generó una aportación masiva al crecimiento económico y la paz de la postguerra. Hoy necesitamos reestructurar y reducir la deuda griega, dejar espacio para que la economía pueda respirar y recuperarse, y permitir que Grecia vaya pagando un gravamen reducido de la deuda durante un largo periodo de tiempo. Este es el momento de repensar con humanidad el programa de austeridad, punitivo y fracasado, de años recientes y avenirse a una reducción considerable de las deudas griegas en conjunción con reformas muy necesarias en Grecia.
Nuestro mensaje a la canciller Merkel es bien claro: le apremiamos a emprender esta acción vital de liderazgo para con Grecia y Alemania, y también ante el mundo. La historia le recordará por su forma de actuar en esta semana. Esperamos y contamos con que haga posible que se den pasos audaces y generosos en relación con Grecia que sean de utilidad para Europa en las generaciones por venir.»(O realce é meu.)
Na íntegra AQUI.
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Uma excelente entrevista
João Semedo, no jornal «i» de ontem.
Assino por baixo tudo o que diz sobre a Grécia, o euro, as candidaturas presidenciais, o PS e alguns novos partidos.
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