24.4.10

Mas eu volto...



E hei-de escrever aqui enquanto estiver por lá.
Entretanto, prepare-se bem a vinda de Sua Santidade e evite-se a bancarrota.

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23.4.10

Razões para viajar (3)


Apesar de me esperar isto!...
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Razões para viajar (2)


Estar duas semanas sem ler notícias como esta.
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Razões para viajar (1)


É já amanhã!
Passar o 25 de Abril aqui.
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Concentração de apoio ao Juiz Baltasar Garzón


Sábado, 24 de Abril, 5:00-8:00
Embaixada de Espanha, Rua do Salitre, nº 1, junto à Av. da Liberdade, em Lisboa

No seguimento da constituição deste GRUPO DE PORTUGUESES NO FACEBOOK DE SOLIDARIEDADE COM O JUIZ BALTASAR GARSÓN, convoca-se uma CONCENTRAÇÃO/MANIFESTAÇÃO para o dia 24 de Abril, pelas 17:00 horas, junto da EMBAIXADA DE ESPANHA em PORTUGAL, sita no nº 1 da Rua do Salitre, junto à Avenida da Liberdade em Lisboa (estação de metro da Avenida).

A concentração/manifestação, nos termos legais, foi formalmente comunicada ao GOVERNO CIVIL DE LISBOA por um co-administrador do grupo do FACEBOOK e dois outros cidadãos, estando asseguradas as formalidades legais e as condições de segurança pelas autoridades policiais.

Apela-se à comparência do maior número possível de pessoas, solicitando-se aos que não puderem comparecer, para deixarem mensagens no MURAL DO GRUPO e colocarem no seu perfil uma fotografia de GÁRZÓN ou outra alusiva, que podem recolher nas “fotos” do grupo.

Os crimes contra a Humanidade levados a cabo pelo regime franquista, é questão para qualquer CIDADÃO DO MUNDO preocupado com a causa dos DIREITOS HUMANOS, não existindo barreiras e fronteiras para a SOLIDARIEDADE que é devida às suas vítimas.

O juiz GARZÓN que se propunha investigar os hediondos crimes cometidos, inclusive, localizar os corpos de milhares de vítimas enterradas em valas comuns, viu-se impedido de o fazer pela Audiência Nacional Espanhola, com a agravante de lhe imputarem o CRIME DE PREVARICAÇÃO e de o obrigarem a sentar no banco dos RÉUS.

AO QUE CHEGA A INIQUIDADE... !!!

SEJAMOS SOLIDÁRIOS e CONVIDEMOS TAMBÉM OS NOSSOS AMIGOS ... !!!

PARTICIPEM


P.S. - A ler: La manifestación contra la impunidad se amplía a siete ciudades extranjeras
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22.4.10

Tempos


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Apoio à carta de Hans Küng


O teólogo Hans Küng escreveu recentemente um «Carta aberta aos bispos católicos de todo o mundo», que tive ocasião de oportunamente referir.

Recebi ontem por mail um documento do Movimento Internacional Nós somos Igreja, onde é pedido a todos os católicos que apoiem a referida carta:

«O Nós Somos Igreja pede a todos os fiéis que enviem aos seus bispos e núncios e-mails e cartas de apoio à carta aberta de Küng. A actual crise e a insuficiência da resposta à crise por parte das autoridades eclesiais demonstra com urgência inaudita que as reformas estruturais segundo o Concílio Vaticano II que o Nós Somos Igreja pede há 15 anos não podem ser adiadas.» (…)

«Os cinco anos do pontificado de Bento XVI revelam cada vez mais a debilidade fundamental de todo o sistema da Igreja Católica Romana – a sua constituição hierárquica, "uma sociedade a duas velocidades" sacerdotes / leigos, o centralismo romano.»

Trata-se de um texto importante que pus online e que aconselho especialmente aos católicos que por aqui passam regularmente.
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Ilusões


A novela do pagamento das viagens de Inês de Medeiros a Paris chegou ao fim, toda a gente a conhece, até o taxista mais distraído sabe do que se trata e não vou perder tempo a resumi-la. O Correio da Manhã diz que nos custam 6.000 euros por mês (quem sou eu para acreditar naquele jornal), mas nem é isso que está em causa neste momento.

Devo ser orgulhosa, populista ou outros cem adjectivos que queiram atribuir-me mas, nem que tivesse de lavar vidros ao Sábado na pirâmide do Louvre para tratar dos filhos ao Domingo, eu aceitaria beneficiar de uma lacuna regulamentar em meu proveito, se tivesse sido eleita para o que quer que fosse. Mas adiante porque é outro o ponto a que quero chegar.

A votação acabou desempatada pelo voto de qualidade do inefável José Lello e o PCP não esteve presente, aparentemente por razões circunstanciais, mas tem uma posição sobre o assunto, explicada por António Filipe (à qual cheguei através de jpt). Pura ingenuidade da minha parte porque (ainda!) esperaria deste partido uma posição política e ética, perante o problema e o país, e não uma justificação puramente burocrática e administrativamente correcta.
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21.4.10

Grandes verdades

YES!


Os ventos mudaram, o tal de vulcão está agora a mandar nuvens e cinzas para outro lado, aparentemente para Norte. Os pinguins que se cuidem (sim, eu sei que só há pinguins no hemisfério Sul, mas para o caso tanto faz), porque voltei hoje a ter esperança (certeza, vá lá!) de partir dentro de dois dias e meio.

Mais exactamente, a Lufthansa lá se decidiu a emitir bilhetes, ou uns papelitos impressos em computador que têm a mesma função, e pelo menos até à Portela chegarei, no Sábado, pelas 5.30 am. Depois logo se verá, espero que Frankfurt me receba daí a algumas horas num aeroporto que conheço melhor do que muitos bairros de Lisboa e aterrar em Nova Delhi a tempo de celebrar o 25 de Abril junto do Memorial de Gandhi.

Depois, it’s a long way to go – até ao Butão. Levo um computadorzinho, claro, mas estou a espalhar por aí recados para que me mandem um sms caso aconteça por cá uma de duas coisas, cujo grau de probabilidade ignoro: o país entrar em bancarrota ou o PS apoiar Manuel Alegre.

Mas ainda andarei por aqui estes dias, embora tenha tudo por preparar, com a primeira tarefa já cumprida: pôr etiquetas na mala ainda totalmente vazia e no trolley - começo sempre por aí, com a ligeira sensação de que não haverá muitas pessoas a terem a mesma mania…
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Quem disse que o centrão nasceu ontem?


Não é fácil que os mais novos consigam imaginar a efervescência com que foram vividos, há 35 anos, os últimos dias da campanha eleitoral para as primeiras eleições livres – as da Assembleia Constituinte, que tiveram lugar em 25 de Abril de 1975, e nas quais votaram 91,7% dos eleitores.

No dia 20, um Domingo, multiplicaram-se os comícios, um pouco por todo o país.

Mário Soares: «Não queremos o imperialismo americano, como também não queremos nenhum outro. Estamos a fazer um caminho original, que está a ser seguido em todo o mundo.»

No Campo Pequeno, a UDP presta homenagem ao «heróico povo do Cambodja que varreu o imperialismo da usa pátria», com a ajuda «da Grande República da China», e Acácio Barreiros afirma que «mantendo-se o estado burguês, as nacionalizações nem são irreversíveis» e podem permitir que o «falso Partido Comunista» passe a «gerente do capital».

Gonçalo Ribeiro Teles propõe «a imediata nacionalização da Companhia das Lezírias».

Dois ou três dias antes, Álvaro Cunhal dissera numa entrevista: «Somos contra a censura à Imprensa nas condições portuguesas, ainda que admitindo que haja condições em que uma censura é absolutamente legítima.»

Um pouco por toda a parte, incidentes contra comícios dos 12 partidos concorrentes, de esquerda ou de direita.

Alguns aconselham a abstenção mas aproveitam a campanha: «A arma é o voto do povo», diz o PRP/BR.

O PS viria a ganhar as eleições, com 37,9% dos votos, logo seguido do PPD com 26,4%. Quem disse que o centrão nasceu ontem?

(Fonte, entre outras: A. Gomes J. P. Castanheira, Os dias loucos do PREC)

(Também em Vias de Facto)
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20.4.10

Bento, amigo...


Deixaram-me na Caixa de Comentários deste blogue o link para uma Petição dirigida ao papa, com um conteúdo e uma terminologia extraordinários. Os seus promotores enumeram uma quase interminável lista de actividades executadas «em prol da Vida e da Família», desde orações pelas «vítimas do aborto» a acções de dissuasão à porta da Clínica dos Arcos, por vezes com alegado sucesso. (Pedem aliás a bênção de Bento16 «para alguns destes bebés - verdadeiros milagres de Caridade, arrancados de terço na mão à morte certa».)

Recordam uma outra petição que entregaram no Parlamento para exigirem que o casamento homossexual fosse decidido em referendo, a criação do partido pro-Vida e mais uma série de iniciativas para as quais consideram não ter recebido o apoio devido.

E assim se chega ao mais interessante e que é, de facto, o objectivo da Petição:

«Para tanto trabalho, são infelizmente ainda poucos os frutos que podemos colocar aos pés do Santo Padre. Sentimos que mais vidas se salvariam se conseguíssemos um apoio mais corajoso da Hierarquia e um espaço regular na Rádio Renascença, supostamente a “emissora católica portuguesa”. Esta rádio – que chega a incluir personalidades pro-aborto entre os seus comentaristas residentes e nenhum activista pro-Vida – deve ter presentes as suas responsabilidades perante a Igreja e os portugueses que em 1975 evitaram a sua queda em mãos extremistas e não podem aceitar o sacrifício da sua missão profética aos 'shares' de audiência.»

Talvez o papa não esteja disposto a intervir na agenda da Rádio Renascença, sob pena de ter de comparecer perante uma qualquer comissão de ética da AR. Assim sendo, só posso dar um conselho aos signatários - mais de 1.700 no momento em que escrevo: mudem-se para Espanha, onde se sentirão certamente mais amparados pelos bispos de nuestros hermanos. Podem mesmo ficar por Olivença porque é pouco provável que Fernando Nobre consiga devolvê-la facilmente aos Policarpos cá do sítio.
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Sadismo em estado puro



Je m'en vais dimanche à Orly.
Sur l'aéroport, on voit s'envoler
Des avions pour tous les pays.


Este blogue sempre foi dedicado a Memórias…
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Cartada


Flash-mob contra a Privatização dos CTT
Estação dos CTT nos Restauradores (Lisboa),
na próxima quinta-feira, 22 de Abril, às 18h15

Mais informações
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Contra forças, tentar argumentos


As cinzas daquele vulcão, a que já chamaram «António» para evitar sucessivos copy/paste de uma palavra extraterrestre, têm servido como premissas para as mais extraordinárias conclusões, uma das mais correntes sendo a indispensável aposta no TGV - o que «faz tanto sentido como dizer que é necessário construir mais aeroportos quando cai uma ponte rodoviária ou dois comboios chocam um contra o outro».

Sem dar grandes largas à imaginação, também podemos concluir que o António quis trazer mais uma prova, se necessário fosse, para mostrar que Durão Barroso e seus muchachos são relativamente incompetentes. Ou que decidiu alegrar os ambientalistas fanáticos porque há menos CO2 nos céus da Europa. E também, como seria de esperar, que quer alimentar os imaginativos que dissertam sobre o fim do mundo e vêem ovnis onde só existem cinzas ou os humoristas que falam de um complô do governo islandês contra o casal Sarkozy.
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19.4.10

Os queridos leitores


Fala quem sabe e a Jonasnuts explica-nos no seu blogue quais são os meses para melhor colheita de visitas a blogues: de Janeiro a Abril será a época alta (é aviar textos porque estamos quase em Maio), de Junho a Agosto não vale a pena grande esforço (quem não sabe que o país pára do dia da raça até à rentrée?), em Dezembro anda tudo nos centros comerciais. Quanto aos meses que faltam, tudo variará provavelmente conforme as condições climatéricas e as pugnas eleitorais - digo eu.

Mais interessantes são as evoluções ao longo da semana. Quando abri este blogue, uma das minhas primeiras surpresas foi perceber que, contrariamente ao que eu ingenuamente pensava, o Sábado é o dia mais fraco, logo seguido pelo Domingo. Mesmo em pleno inverno e com chuvas torrenciais, os leitores descansam do esforço feito durante o fim-de-semana.

A Jonasnuts revela também que a melhor «janela de oportunidade» é a 4ª feira, das 9h às 11h e das 17h às 19h. Mas porquê??? O dia a meio da semana cheira-me a curva de Gauss, embora sem perceber qual é a média ou o desvio padrão, mas o horário intriga-me e só encontro uma explicação possível: não querendo prejudicar a produtividade das empresas em que trabalham, ou temendo má avaliação de desempenho no caso dos funcionários públicos, os leitores de blogues chegam cedíssimo aos locais de trabalho (9h), lêem o que lhes interessa, por volta das 11h tomam uma bica, trabalham para o PIB, almoçam, regressam ao PIB e, depois do five o’clock tea dão uma segunda volta pela blogosfera. Saem tardíssimo, depois da janta vêem televisão ou instalam-se no Facebook. Por volta da 1h, tudo se aquieta.

Deve ser mais ou menos assim, não? Nada contra, é só para tentar perceber. E são bem-vindos a qualquer hora…

P.S. – Acabo de receber por mail a seguinte informação que vem de uma outra fonte igualmente autorizada: em dias de greve da função pública, o número de visitas a blogues desce cerca de 40%.
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Pacheco Pereira onde menos espera encontrá-lo


O Google levou-me até lá por caminhos ínvios e absolutamente inesperados: a uma entrevista recente de JPP à Agência Ecclesia, a propósito da vinda do papa a Portugal.

«Tem uma dupla importância: por um lado, como Papa, falará aos fiéis e mesmo aos que não são fiéis, traz uma mensagem de uma instituição que é fundamental em Portugal, a Igreja. Depois há o seu papel como um dos grandes intelectuais do século XX e início do século XXI, que mesmo enquanto Papa não deixa de permanecer como um intelectual. (…)

Para mim, o que é mais interessante na identidade da Igreja é aquilo que penso ser socialmente virtuoso nessa identidade. Especialmente, num país como Portugal cuja soberania, independência e identidade está ligada à Igreja. Bento XVI tem uma noção de reforço dessa identidade de combate ao relativismo e do combate a um conjunto de teorias – caso da Teologia da Libertação – que transformava o cristianismo numa espécie de progressismo político muito influenciado pelo marxismo.»

Comentários? Quem quiser que os faça...
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Mais improvável do que as cinzas


Mais les grands esprits se rencontrent
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18.4.10

Até há três dias, era assim



O vídeo não é novo mas é agora especialmente impressionante. Dá para avaliar o impacto do que está a acontecer e causa uma certa vertigem...

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ἔξοδος?



Com Herman Van Rompuy e Durão Barroso sem grande carisma para incarnarem um novo Moisés, ainda ninguém parece ter percebido a mensagem que o Eyjafjallajökull está a tentar comunicar aos atormentados europeus.

Quais formiguinhas aflitas, estes continuam a regressar às suas galerias de origem, sofrendo, sabe-se lá por quanto tempo ainda, no chão de aeroportos, em comboios superlotados ou em autocarros com Katia Guerreiro. Sem entenderem que estão a ser soprados para Oriente, porque é lá que se encontra agora o centro do mundo, a Terra Prometida, a Montanha de Deus onde serão um dia libertados desta nova crise e da outra que ainda não passou.

Um pretexto como outro qualquer para aconselhar a leitura de mais um artigo sobre os BRIC’s: Les « Bric » peuvent-ils changer la façon dont tourne le monde?
(Ao Brasil, chega-se facilmente de todas as maneiras.)
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No regresso a Portugal

(Clicar para ler)

«A Luta Continua», nº1, 13 de Agosto de 1976
Boletim dos GDUP (Grupos Dinamizadores de Unidade Popular)

No seguimento deste post.

(Enviado por Jorge Pires da Conceição)