Deixaram-me na Caixa de Comentários deste blogue o link para uma Petição dirigida ao papa, com um conteúdo e uma terminologia extraordinários. Os seus promotores enumeram uma quase interminável lista de actividades executadas «em prol da Vida e da Família», desde orações pelas «vítimas do aborto» a acções de dissuasão à porta da Clínica dos Arcos, por vezes com alegado sucesso. (Pedem aliás a bênção de Bento16 «para alguns destes bebés - verdadeiros milagres de Caridade, arrancados de terço na mão à morte certa».)
Recordam uma outra petição que entregaram no Parlamento para exigirem que o casamento homossexual fosse decidido em referendo, a criação do partido pro-Vida e mais uma série de iniciativas para as quais consideram não ter recebido o apoio devido.
E assim se chega ao mais interessante e que é, de facto, o objectivo da Petição:
«Para tanto trabalho, são infelizmente ainda poucos os frutos que podemos colocar aos pés do Santo Padre. Sentimos que mais vidas se salvariam se conseguíssemos um apoio mais corajoso da Hierarquia e um espaço regular na Rádio Renascença, supostamente a “emissora católica portuguesa”. Esta rádio – que chega a incluir personalidades pro-aborto entre os seus comentaristas residentes e nenhum activista pro-Vida – deve ter presentes as suas responsabilidades perante a Igreja e os portugueses que em 1975 evitaram a sua queda em mãos extremistas e não podem aceitar o sacrifício da sua missão profética aos 'shares' de audiência.»
Talvez o papa não esteja disposto a intervir na agenda da Rádio Renascença, sob pena de ter de comparecer perante uma qualquer comissão de ética da AR. Assim sendo, só posso dar um conselho aos signatários - mais de 1.700 no momento em que escrevo: mudem-se para Espanha, onde se sentirão certamente mais amparados pelos bispos de nuestros hermanos. Podem mesmo ficar por Olivença porque é pouco provável que Fernando Nobre consiga devolvê-la facilmente aos Policarpos cá do sítio.
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