5.10.13

Não basta dizer patetices para fazer uma Primavera

E quanto a Rui Machete



... acumula tantas, mas tantas razões para regressar à sua reforma dourada, que já suspeito que está a fazer tudo para ser demitido. Mas está difícil!

Tivesse ele ido hoje protestar na Praça do Município e quem sabe, quem sabe... Mas, muito provavelmente, nem assim.


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Luís Sepúlveda: Há 25 anos os chilenos disseram NÃO



El 5 de Octubre de 1988 empezó el fin de la dictadura de Pinochet. Ese día la mayoría de los chilenos dijo rotundamente NO a los intentos del dictador y sus secuaces militares y civiles por perpetuarse en el poder, por continuar con un régimen de horror, de torturas, de desapariciones de detenciones ilegales con plena complicidad de la justicia chilena, de expolio, de robo y corrupción.

Pero la memoria de muchos chilenos de débil, o permeable a las "interpretaciones" mezquinas de la historia, y es así que se intenta presentar ese NO rotundo como fruto de un simple cansancio de la dictadura, o como un hecho nacido gracias a la sagacidad de algunos dirigentes políticos dispuestos a negociar con el dictador.

Es tan débil la memoria de algunos, que hasta se hizo una película titulada "NO", en la que esa voz poderosa de la mayoría de los chilenos es presentada como fruto de un truco de marketing, una genialidad publicitaria, omitiendo un detalle al parecer " carente de importancia".

El triunfo del NO, hace veinticinco años estuvo precedido por quince años de luchas populares, costó muchos muertos, demasiados desaparecidos, mutilados, degollados, quemados vivos por los militares y sus cómplices civiles. Ese NO que marcó el comienzo del fin de la dictadura fue regado por sangre de compañeros socialistas, comunistas, del MIR, y yo quiero recordar especialmente a los grandes ausentes de las celebraciones: los valientes compañeros y compañeras del Frente Patriótico Manuel Rodríguez, el FPMR.

En el FPMR militó lo mejor de la juventud chilena, ofrecieron todo su esfuerzo sus preciosas vidas de jóvenes a la lucha armada contra el dictador. No le dieron ni un minuto de tranquilidad la dictadura y a sus esbirros. Fueron la esperanza guerrillera de días mejores que aún no llegan. Sus fusiles ejercieron de jueces del pueblo y varios canallas cayeron bajo el fuego justiciero.

Todavía no se reconoce el gran esfuerzo del FPMR, el hostigamiento sistemático que debilitó a la dictadura, el valor de esos muchachos y muchachas liderados por comandantes guerrilleros que apenas tenían la edad de mis hijos.

Hoy que se cumplen 25 años de la victoria de NO, saludo a los heroicos combatientes del FPMR.

¡Honor y Gloria para los Combatientes del Frente Patriótico Manuel Rodriguez!
Más temprano que tarde sus nombres serán escritos en las páginas más nobles de la historia de Chile.


(Luis Sepúlveda no Facebook) 
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«Mutatis mutandis»



9 de Outubro de 1910

Oh, meu Deus; nestas ocasiões é que eu queria ver por dentro estes homens lívidos e com um sorriso estampado na cara, que sobem as escadas dos ministérios para aderirem à República!

É este e aquele, os que estão ameaçados de perderem os seus lugares, as altas situações, o Poder. Os tipos não importam – o que importa é o fantasma que transparece atrás da figura; o que importa é o monólogo interior, as verdadeiras palavras que não se pronunciam, o debate que não tem fim, o que nestas ocasiões de crise ruge lá dentro sem cessar. Escutá-los a todos! Possuir o dom mágico de ouvir através das paredes e dos corpos!…Toda a noite, toda a noite de Cinco de Outubro, quantos perguntaram, ansiosos: quem vai vencer? Onde é o meu lugar? …Bem me importam a mim as tragédias e as mortes!… Interesses, ambição, medo, tantos fantasmas que nem eu supunha existirem e que levantam a cabeça!…

Não há nada que chegue a estes momentos históricos em que o fundo dos fundos se agita e remexe, para cada um se avaliar e saber o que vale uma alma…

E o desfile segue – o desfile dos tipos que sobem as escadarias dos ministérios, dos que descem as escadarias dos ministérios, uns já com o olhar de donos, mas vacilantes ainda, sem poderem acreditar na realidade, outros com um sorriso estampado que lhes dói. Estamos todos lívidos, por fora e por dentro…

Raul Brandão, Memórias (3º Volume)
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Hoje é o dia



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4.10.13

Já passaram 4 anos


... desde que Mercedes Sosa se foi embora.




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O teólogo que quer suicidar-se



Está a correr mundo um anúncio feito pelo teólogo Hans Küng: planeia recorrer ao suicídio assistido para pôr fim a uma longa vida de 85 anos, agora altamente degradada por efeitos galopantes da doença de Parkinson.

«O ser humano tem o direito de morrer quando já não tem nenhuma esperança de continuar aquilo que, no seu entender, é uma existência humana», «não quero viver como uma sombra de mim mesmo», escreve no terceiro e último volume das duas memórias, que será posto à venda esta semana.

Não se fizeram esperar algumas reacções, ainda atónitas, de certos meios católicos, onde se reza para que desista das suas intenções, e reina alguma curiosidade sobre qual poderá ser um eventual comentário do papa Francisco, em tema tão sensível para a ortodoxia vaticana!

É que Hans Küng não é um teólogo qualquer, mas sim um dos principais cérebros do Concílio Vaticano II, primeiro compagon de route de Joseph Ratzinger (eram os dois teólogos mais jovens do Concílio), seu feroz oponente enquanto este foi papa, tendo concretizado publicamente essa oposição num célebre texto publicado em 2010: «Carta aberta aos bispos católicos de todo o mundo»

Mas vinham de muito longe os problemas com a hierarquia romana, desde que, no fim dos anos 60, pôs em causa a infalibilidade do papa. Foi mais tarde proibido de ensinar Teologia em instituições da Igreja, etc., etc. – enfim, décadas turbulentas, mas que se saldaram por uma aproximação pessoal com Bento XVI em 2005 e em várias declarações recentes de esperança quanto ao pontificado de Francisco.

Fait divers ou nem tanto assim: andou por Portugal em 1967, onde fez duas conferências, uma em Lisboa e outra no Porto sobre «A liberdade dentro da Igreja». Tão «revolucionária» era a sua fama e tão «revolucionárias» as esperanças que sobravam do Concílio, encerrado dois anos antes, que os eventos em questão até meteram PIDE e identificação de matrículas de carros, entre as quais o de Mário Soares... (Escrevi em tempos algo sobre este assunto, que os mais interessados poderão ler aqui.)

Um caso a seguir. 
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Rescaldo com riso amarelo



«António Costa – O grande vencedor das eleições. A sua vitória foi tão consensual que parecia uma candidatura independente.»

João Quadros

A Oeste, nada de novo



«O Super-homem tinha problemas com a kryptonite. Aquiles com o seu calcanhar. O Governo de Passos Coelho tem artrose nos joelhos: verga-se facilmente perante a troika, mas é teimoso na forma como trata os cidadãos. E a questão é que Passos foi eleito para governar o país e para garantir alguma esperança aos portugueses após tentarmos passar o Cabo das Tormentas. E não para ser o megafone da troika. Incapaz de mostrar, preto no branco, o que é a "reforma" do Estado, ela reduz-se a cortes, a impostos e à destruição da economia interna. (...)

Tudo começa a ser uma comédia de horrores: a troika quer consenso político e estabilidade para acalmar os mercados e depois impõe, a um Governo débil, medidas que só podem destruir qualquer diálogo. Que quer verdadeiramente a troika e os "democratas" da UE? Populismo e Aurora Dourada à portuguesa?»

Fernando Sobral, no Jornal de Negócios de ontem. 
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3.10.13

Lembrei-me agora deles



Estes dois ainda estão no governo? De certeza? 
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Em defesa dos Nulos



Ricardo Araújo Pereira, na Visão, sobre «a fascinante categoria» dos votos nulos.

«O votos nulos são depositados na urna por eleitores que fazem questão em ir à assembleia de voto para deixar claro que não faziam questão nenhuma de ir à assembleia de voto. (...)
Um boletim de voto com uma excelente sugestão para melhorar o saneamento básico de Cantanhede é nulo, mas uma cruzinha impecavelmente desenhada no quadradinho do PSD do Funchal, por exemplo, é válida. A democracia, por vezes, é difícil de compreender.»

Na íntegra AQUI.
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Alô, alô



«Um destes dias, quanto telefonarmos para a PT, seremos acolhidos por uma voz que nos dirá "Ói"!»

Francisco Seixas da Costa, hoje, no Facebook. 
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Foi-se a PT



As notícias sobre a fusão da PT com a Oi batem em quantidade as que comentam o Paris St.Germain-Benfica, o que pode ter várias interpretações possíveis.

No Negócios de hoje, Pedro Santos Guerreiro afirma que «Ter 10% de 100 é completamente diferente de ter 100% de 10, para o bem e para o mal. Como um quilo de algodão pesa tanto como um quilo de ferro, mas só um deles flutua.» E acrescenta o seguinte, entre várias outras considerações:

«Nenhuma fusão nasce para correr bem. Por causa dos choques culturais. Pelas diferenças de rendibilidade e produtividade. Pela atracção pela inércia, através da qual as organizações dinamitam a mudança. Mas também pela repartição de poder. Pela definição sobre quantas vozes falam e qual delas fala mais alto. Na PT/Oi vai mandar Zeinal Bava. (...)

A nacionalidade do capital não é a questão central. A Zon Optimus cresce em cima de capital angolano e em benefício dos consumidores portugueses. E não é possível pensar que Portugal, pátria sem capital e com "ratings" de lixo, pode crescer sem capital estrangeiro. A questão central é se Portugal sai do radar da PT/Oi, se o centro de desenvolvimento e investigação zarpa daqui, se Zeinal passa a fazer de Lisboa a terrinha onde vem jardinar ao fim-de-semana. Nenhuma filial resiste sem um director obcecado com a sua empresa e apaixonado pelo país onde gere. Nenhuma.»

(*) O link pode não funcionar ou só funcionar mais tarde.

(Imagem dqui)

2.10.13

Que linda barquinha que lá vem, lá vem...

Em 1968, no ano de todos os protestos



No dia 2 de Outubro de 1968, na Plaza de las Tres Culturas (Tlatelolco), ao Norte da cidade do México, terminou um movimento dos estudantes mexicanos, que durou 146 dias. Aproveitando a realização dos Jogos Olímpicos na capital do país, tinha-se procurado chamar a atenção do mundo para a corrupção do poder e o autoritarismo do Partido Revolucionário Institucional, no poder durante mais de setenta anos. «Não queremos olimpíadas, queremos revolução», gritava-se entre muitos outros slogans.

Acabou por ser o único movimento estudantil da época, que terminou com uma matança brutal. Ainda hoje não se sabe exactamente o número de mortos, que varia entre os 44 «documentados» e os mais de 300 reivindicados pelas famílias. E os responsáveis continuam impunes.



Dez dias depois começaram os Jogos Olímpicos que viriam a ficar na História pelo célebre Black Power Salute.


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Ei-lo


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Nunca subestimar a capacidade de encaixe dos povos




Do mais que insuspeito José Cutileiro, no Negócios de hoje (*):

«Passados cinco anos sobre a falência de Lehman Brothers, a maneira de tratar da crise por via de austeridade pura e dura, primeiro sugerida no G20, depois posta em prática pelos países sofredores, trazidos à rédea curta por Conselho Europeu, Comissão, Banco Central Europeu e FMI, descrita há dias como um triunfo pelo ministro das Finanças alemão que entende estarmos a sair da crise, é cada vez mais posta em causa por gente que sabe o que diz. As dívidas nacionais aumentam, o desemprego não baixa, o crescimento é fraquíssimo ou inexistente, a Europa vai perdendo, lá fora, a influência que teve no mundo e, cá dentro, a solidariedade que apanhando uma boa maré política e contra todas as tradições da história fora construindo desde que decidira gerir em comum carvão e aço franceses e alemães.

Não se deve subestimar a capacidade de encaixe dos povos. Os estilos variam de lugar para lugar: na Grécia, bafos de República de Weimar com neo-nazis e tudo; em Portugal, mais perto da mulher-a-dias da minha mãe – "adeus, parabéns, obrigado e desculpe" - em toda a parte se vai vivendo. Mas desconfiança entre europeus e ódio à Alemanha renasceram e crescem como bambus: se nada se fizer para os contrariar haverá sarilho à antiga.

Angela Merkel é mestre de táctica, mas governar é prever, de preferência para lá da primeira esquina. Ninguém saberá convencer a "Chefe da Europa" que no interesse de todos, a começar no da própria Alemanha, ou se vai aliviando a austeridade ou, em vez de retoma, teremos a democracia em perigo e a Europa desfeita?» 

 (*) O link pode só funcionar mais tarde. 
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1.10.13

A força do PCP



Desde que foram conhecidas, no Domingo à noite, as primeiras previsões quanto aos resultados do PCP nas eleições autárquicas, um batalhão de comentadores, encartados ou nem por isso, num vasto leque de gente que não votou nem nunca votaria naquele partido, e que se espalha desde a direita à esquerda mole, apressou-se a saudar a vitória em questão, sublinhando não só, nem tanto, o bom trabalho a nível autárquico, mas sobretudo o contributo positivo para controlar o protesto e para o manter «dentro do sistema». (Portugal não é a Grécia, Portugal não é a Grécia e o comunistas vão ajudar-nos a que continue a não ser!) Estou certa de que na Soeiro Pereira Gomes ou no Hotel Vitória ninguém terá feito mais do que encolher os ombros, desprezando o elogio, reaccionário a todos os títulos.

E, no entanto e bem pelo contrário, o «elogio» pode ser visto como uma crítica com razão de ser. Sendo o PCP o único partido português com implantação e verdadeira militância, constante e persistente, a nível nacional, segue o seu caminho, igual a si próprio e com sucesso, mas o preço a pagar tem sido um enquadramento por vezes demasiado rígido das formas de protesto, especialmente sentido através da influência decisiva que exerce na vida sindical, nem sempre adequado aos tempos que correm e que afasta muitos que com ele não se identificam.

Motivo mais do que decisivo para que este seu progresso seja complementado, à esquerda, por um esforço acrescido de outras organizações, partidárias ou não, que em iniciativas paralelas ou convergentes conforme as circunstâncias, não desperdicem este avanço do PCP e construam uma vasta plataforma mais forte de resistência e de luta.

É em tempo de guerra que se limpam as armas. 
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Síndrome de Estocolmo


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Ainda em rescaldos



No DN de hoje, Ferreira Fernandes, acutilante como quase sempre, recorre ao Rato Mickey... 

«A macrossondagem feita no domingo (foram ouvidos milhões) disse-me que os portugueses estão zangados mas também que os portugueses mobilizaram-se menos, agora, 2013, do que em 2009 o tinham feito pelo partido que se propõe apaziguar a zanga.
A quota de votos do PS desceu de 37,67 por cento para 36,35 nesses quatro anos. Logo, a oposição convence pouco. Será suficiente para ganhar, será, porque ao Bugs Bunny qualquer Rato Mickey ganha... Mas a questão é: e para que quero eu um Rato Mickey?»

P.S. – E por falar em Partido Socialista. Através da Ana Cristina Leonardo no Facebook, cheguei a um texto publicado no «Câmara Corporativa», blogue que já foi fonte de elogios sem mácula ao dito Partido e reflexo mais cristalino do pensamento das suas chefias do que aquele que possa ser dado por qualquer espelho que exista no Largo do Rato. Mas isso era dantes, até aos dias do malogrado PEC IV! Hoje? Ide e lede: Pare, escute e olhe: um comboio pode esconder outro.
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30.9.13

Sublime




Dizem que a estreia foi em 30/9/1935.
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E o maior prazer da noite de ontem vai para...

Um país em forma de assim mesmo

No rescaldo



Sobre o dia de ontem, Pedro Santos Guerreiro resume hoje, no Negócios, uma parte do que penso e que penso desenvolver mais tarde. Fica um excerto (com realces meus)

«A abstenção é indiferença, o voto em branco é protesto. Mas quando os três partidos da governação perdem quase meio milhão de votos, é a esperança na alternativa que supera a desilusão da alternância. Essa é a leitura maior destas autárquicas: o regime expressa-se por uma mudança dentro do sistema. (...)

Sim, o PSD é o grande derrotado, o CDS encenou uma proeza, o PS inventou uma grandeza, o BE desapareceu. A CDU e um punhado de independentes são os grandes vencedores. Mas houve na maioria dos discursos de ontem a linguagem absurda da negação. PS, PSD e CDS perderam, todos, votos. Muitos votos. Centenas de milhares de votos. Perderam em grande parte para a CDU e para listas independentes. E essa é uma das maiores decisões que o povo tomou ontem.

A frase de que o povo não tem memória é uma mentira situacionista. PS, PSD e CDS não foram apenas os partidos que assinaram o memorando de entendimento em 2011 com a troika. Foram os partidos que nos conduziram a essa subjugação e que falharam salvar-nos da próxima. Foram os partidos que sobreendividaram o Estado, que mentem nos défices, que empobrecem o país, que aumentam os impostos, que gerem o poder para fazerem parte dos poderosos, que chamam o povo de "as pessoas", que lhes saltearam a esperança. (...)

» Nas primeiras grandes manifestações do tempo da austeridade, havia um cartaz muito repetido: "E o povo, pá?". O problema não era falta de atenção, mas de entendimento. A distância quase cognitiva entre eleitos e eleitores não resultava da austeridade e agravou-se com ela. Se os três partidos do sistema não perceberem que perderam milhares de votantes ontem, jamais entenderão que a democracia será mais forte do que eles. Ontem foi. O povo, pá, votou.» 
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29.9.13

À espera



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Reflectir?



«Refletir em superfícies espelhadas é fácil, mas tentam fazê-lo num país cada vez mais baço. (...) Porque é que a CNE não deu ordens sem ambiguidades, como "pensem", "ponderem", "meditem à séria"? Acresce que "reflexivos", como nos pediram para estarmos hoje ao votar, é desnecessariamente próximo de "reflexos", que é reagir involuntariamente. A CNE sugere que é isso que vamos fazer: votar como o estertor de uma pata de rã? Há matéria para a CNE ser processada pelos eleitores.»

Ferreira Fernandes

Nelson Arraiolos não desiste (2)


O post foi actualizado com vídeo explicativo.
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E quanto a voto é assim


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