Durante as cerimónias comemorativas do 75º aniversário do Holodomor, Victor Iuschenko, presidente da Ucrânia, pediu à comunidade internacional que condenasse os crimes do regime soviético:
«"Hoje, estamos unidos pela memória sobre uma das maiores catástrofes da história da humanidade e da vida da Ucrânia", declarou Iuschenko, em Kiev, durante as cerimónias comemorativas do 75º aniversário do Holodomor, fome artificialmente provocada pelo ditador comunista José Estaline, nos anos 30 do séc. XX, com vista a obrigar os camponeses a aderir à colectivização. (...)
"Foram exterminados sem piedade milhões de inocentes, metade dos quais eram crianças. Ao mesmo tempo, foram liquidados intelectuais, escritores, cientistas, professores, sacerdotes, todos os que pudessem contrapor a mais pequena resistência intelectual", frisou.
Segundo Iuschenko, "o regime comunista, durante décadas, tentou matar também a memória sobre as vítimas da tragédia. Todas as recordações sobre a tragédia foram proibidas e severamente castigadas".(...)
O Presidente russo, Dmitri Medvedev, recusou-se a participar nas cerimónias, acusando o dirigente ucraniano de estar a utilizar esse acontecimento com fins políticos e nacionalistas.
O Kremlin condenou os crimes do estalinismo, nomeadamente as grandes fomes dos anos 30 do séc. XX, mas considerou que não se tratou de um genocídio, pois Estaline não assassinou milhões de ucranianos, mas também milhões de russos, cazaques, judeus.
Esta polémica tem azedado as relações russo-ucranianas nas últimas semanas.»