Só hoje li uma artigo publicado mo último número da revista Visão sobre Paulo Teixeira Pinto – O homem a quem tudo acontece – e ainda estou mais ou menos em estado de choque: um tablóide rasteiro ou uma revista cor-de-rosa das mais básicas dificilmente fariam pior.
Não se trata de uma entrevista e, assim sendo, nada me leva a crer, muito pelo contrário, que o visado tenha sido tido ou ouvido sobre o que foi publicado. Detalhar pormenores pessoais do velório de um filho de 22 anos que morreu há menos de duas semanas, fazer balanços de infortúnios e, sobretudo, descrever sintomas de uma doença (da qual se diz que o próprio «foi sempre evasivo, mesmo com os amigos») é, no mínimo, de um desmesurado mau gosto.
Vamos assim ficando indiferentes a um jornalismo chão, mesmo em revistas que nos habituaram a considerar como de referência.
(O artigo pode ser lido aqui.)
Não se trata de uma entrevista e, assim sendo, nada me leva a crer, muito pelo contrário, que o visado tenha sido tido ou ouvido sobre o que foi publicado. Detalhar pormenores pessoais do velório de um filho de 22 anos que morreu há menos de duas semanas, fazer balanços de infortúnios e, sobretudo, descrever sintomas de uma doença (da qual se diz que o próprio «foi sempre evasivo, mesmo com os amigos») é, no mínimo, de um desmesurado mau gosto.
Vamos assim ficando indiferentes a um jornalismo chão, mesmo em revistas que nos habituaram a considerar como de referência.
(O artigo pode ser lido aqui.)
12 comments:
Desabafo
Sim, o artigo é inaceitável. Diria uma “porcaria” da parte de quem o escreve e o edita. Na tua zanga compara-lo a coisa de tablóide. É imprensa que eu não frequento e não faço bem ideia dos limites a que pode chegar. Mas vou ouvindo alguma coisa do que por aí se diz. À mesa dos cafés, em convívios de vária natureza. Por todo o lado onde me chega aos ouvidos a voz dos outros. E lastimo a irresponsabilidade, a ligeireza, a ignorância, a imaginação, o sectarismo, e mais uns quantos, tantos, atributos da mesma ordem.
Não quero pôr isto num campo geral como a não aceitação do Outro. Se o Outro é figura pública ou publicitada, se a sua imagem aparece no papel impresso ou no ecrã da televisão, falar de não aceitação é apenas uma meiguice, e não terá a ver com o caso. O que há é a destruição. A torto e a direito. Sem respeito pelo Homem que é. Nos inchares de barriga, nas fulminações cerebrais ou tão só por inveja ou por qualquer outro motivo, o Outro não existe. Acaba-se com ele. Estou cá Eu. E nós, os idênticos..
E, entretanto, o negócio dessa “comunicação” prospera e o da outra estiola.
Eu bem sei que, etc. e tal, não haverá nada a fazer, cada um come do que gosta ou do que lhe servem, mas de quando em quando posso pedir que não se façam ouvir. Sempre ajuda.
o artigo é um nojo: não há outra palavra.
Vergonhoso e dramático. Mas até da Visão se pode esperar tudo.
Quer dizer então que a senhora autora deste blogue e seus atentos comentadores e seguidores devotos, defendem a instauração da censura.
POde se que haja quem se admire de ver tão ilustres defensores da liberdades a tomar tal actitude. A mim não me espanta nada.
Quem bebeu os tiques da Santa Inquisição desde pequenina não consegue livrar-se deles.
Há gente mesmo tonta (desculpe, Joana), alguém aqui falou ou apelou à censura?
Fazer uma leitura crítica daquilo que os media nos oferecem é, acho eu, um exercício de liberdade.
Quem é que falou ou desejou censura? Porque ela felizmente não existe é que os jornalistas têm de ser responsáveia e respeitar as pessoas sobre quem escrevem.
Se o Anónimo sofresse de Parkinson, gostaria de ver os sintomas da sua doença descritos numa revista contra a sua vontade? Se lhe tivesse morrido um filho, bateria palmas ao ler o seu comportamento junto do caixão explicado «ao povo»?
Parece que a referência já não é o que era.
Não, meu caro, Rosa Ruela, não é nome a evitar, e o “anónimo” tem todo o direito ao anonimato. Banir a jornalista e exigir às pessoas a identidade que não desejam apresentar assemelha-se muito a um acto de perseguição por delito de opinião. E isso, nunca mais.
O anónimo acima escreveu uma coisa muito pouco inteligente. A autora deste blog fez precisamente contra-censura; publicou a peça «jornalística» para que todos a possam criticar livremente.
O artigo qualifica quem o escreve. Rosa Ruela é um nome a evitar. E do anónimo só é pena não conhecermos a sua verdadeira graça.
N.B. - Pode haver um quiprocó porque o 2ºcomentário de José E. de Sousa responde ao que se lhe segue... Isto deve-se ao facto de Nuno Gaspar ter 1º, e por lapso, assinado como Anónimo e me ter pedido, MAIS TARDE, para introduzir o mesmo texto agora com o seu nome.
Isso percebeu-se. Mas obrigado, Joana, pelo esclarecimento.
Eu posso-me ter precipitado, porque o post do Nuno Gaspar seria mais um desbafo do que outra coisa.
Correcção do comentário anterior
Isso percebia-se. Mas obrigado, Joana, pelo esclarecimento que ainda podia ser útil.
Eu posso ter-me precipitado, porque o comentário de Nuno Gaspar seria mais um desabafo do que outra coisa. E não precisava de lições de “moral”
Enviar um comentário