Em resposta a este meu post, o Igor diz-me que não preciso de GPS para evitar o inferno, porque o Google mostra onde ele se situa (na Áustria). Não fui conferir.
16.2.08
Yes, we can
Ana Sá Lopes, no DN.
«O que tem Obama de fascinante é a sua marca absolutamente "sixtie". O "sim, podemos" vindo de um negro na América é quase tão poderoso como o velhinho "façamos amor e não a guerra", hino da revolução sexual dos anos 60.(...)
O tio da América de muitos europeus é o sonho americano, como é o homem dos subúrbios que chega a presidente.(...) No fundo, aquele enternecedor "yes, we can". Podemos tudo, podemos tudo o que sonharmos. Acontece na América».
«O que tem Obama de fascinante é a sua marca absolutamente "sixtie". O "sim, podemos" vindo de um negro na América é quase tão poderoso como o velhinho "façamos amor e não a guerra", hino da revolução sexual dos anos 60.(...)
O tio da América de muitos europeus é o sonho americano, como é o homem dos subúrbios que chega a presidente.(...) No fundo, aquele enternecedor "yes, we can". Podemos tudo, podemos tudo o que sonharmos. Acontece na América».
15.2.08
Doze palavras
O Lutz desafiou-me e aqui vão «doze palavras bonitas da língua portuguesa». Fui a um dicionário, escolhi a última de cada uma das primeiras letras e saiu isto. Digam lá se não tive sorte:
azurzir, busugo, czarista, dzeta, exundar, fuzileiro, guzo, hússar, izuqueiro, júvia, luzir e mzoro.
Desanda agora a cadeia para mais alguns (e não a partam que dá azar, como na de S. Judas Tadeu), que passam por esta casa mas que estão um pouco fora dos meus círculos mais viciosos/viciados. Aí vai ela para a Ana Cristina, o Manuel («surprise»?), o Vítor lá longe nos Brasis, a Eurídice de Cabo Verde e a que deus me acuda numa tentativa de a tirar da clandestinidade.
«Cruzeiro no Titanic da direita americana»
No número de Fevereiro da versão portuguesa de Le Monde Diplomatique.
A não perder, até porque dá vontade de rir - como sublinhou José Manuel Pureza, no colóquio sobre as eleições americanas organizado há dois dias por aquele jornal.
Um exemplo?
«É melhor começar a tê-los [filhos], os muçulmanos reproduzem-se como coelhos. Em breve toda a Europa será deles».
Excerto aqui.
A não perder, até porque dá vontade de rir - como sublinhou José Manuel Pureza, no colóquio sobre as eleições americanas organizado há dois dias por aquele jornal.
Um exemplo?
«É melhor começar a tê-los [filhos], os muçulmanos reproduzem-se como coelhos. Em breve toda a Europa será deles».
Excerto aqui.
14.2.08
Quiproquós
A Shyz virou Maria João Pires quando entrou para o «Cinco Dias». Como sei que ela arrasta o trauma de trazer nome de celebridade na lapela, aqui vai.
Conheci ontem uma grande leitora de blogues, daquelas que não deixam rasto mas que acabam por nos conhecer bem. Pois só vinte posts depois de ser revelada a dupla identidade da S/MJP é que começou a duvidar das capacidades pianísticas da dita. Até interpretou como maleita profissional os dias em que ela blogou pouco «por não poder dar ao dedo».
Embrulhe, Shyz...
Conheci ontem uma grande leitora de blogues, daquelas que não deixam rasto mas que acabam por nos conhecer bem. Pois só vinte posts depois de ser revelada a dupla identidade da S/MJP é que começou a duvidar das capacidades pianísticas da dita. Até interpretou como maleita profissional os dias em que ela blogou pouco «por não poder dar ao dedo».
Embrulhe, Shyz...
13.2.08
Islão e democracia
Ayaan Hirsi Ali nasceu na Somália, foi deputada liberal na Holanda e vive agora mais ou menos clandestina, devido às ameaças de morte que recebe de fundamentalistas islâmicos.
O seu nome apareceu ligado ao de Theo van Gogh, entretanto assassinado, quando ambos realizaram, em 2004, o filme Submissão. Foi depois objecto de várias outras polémicas e dá agora uma entrevista, publicada hoje em El Pais.
Nela afirma categoricamente que o Islão – como conjunto de princípios «consistente, coerente e muito simples» – não é compatível com qualquer democracia liberal que considere a vida como um fim em si mesma. Diz, aliás, que o mesmo acontece com a religião católica, residindo a diferença apenas no facto de, neste caso, as sociedades terem optado pela separação entre Estado e Igreja e de esta não ter poder para castigar quem não cumpre os princípios religiosos.
Outra coisa são os muçulmanos «como gente», sobretudo os que vivem na Europa: irão fazendo um percurso semelhante ao dos cristãos, no sentido da liberdade.
Acusa os partidos políticos de alguns países europeus, por exemplo da Holanda, de serem demasiado complacentes com as práticas islâmicas apenas porque precisam dos votos dos muçulmanos.
Relativamente à controvérsia sobre o uso do véu, seja onde for, afirma que a verdadeira questão subjacente - e a única que interessa verdadeiramente debater - é a da moral sexual que põe toda a responsabilidade sobre os ombros da mulher. Recorda que esta tem de se cobrir e se fechar em casa apenas para não ser culpada por excitar o homem.
Pode ler o texto integral da entrevista aqui.
O seu nome apareceu ligado ao de Theo van Gogh, entretanto assassinado, quando ambos realizaram, em 2004, o filme Submissão. Foi depois objecto de várias outras polémicas e dá agora uma entrevista, publicada hoje em El Pais.
Nela afirma categoricamente que o Islão – como conjunto de princípios «consistente, coerente e muito simples» – não é compatível com qualquer democracia liberal que considere a vida como um fim em si mesma. Diz, aliás, que o mesmo acontece com a religião católica, residindo a diferença apenas no facto de, neste caso, as sociedades terem optado pela separação entre Estado e Igreja e de esta não ter poder para castigar quem não cumpre os princípios religiosos.
Outra coisa são os muçulmanos «como gente», sobretudo os que vivem na Europa: irão fazendo um percurso semelhante ao dos cristãos, no sentido da liberdade.
Acusa os partidos políticos de alguns países europeus, por exemplo da Holanda, de serem demasiado complacentes com as práticas islâmicas apenas porque precisam dos votos dos muçulmanos.
Relativamente à controvérsia sobre o uso do véu, seja onde for, afirma que a verdadeira questão subjacente - e a única que interessa verdadeiramente debater - é a da moral sexual que põe toda a responsabilidade sobre os ombros da mulher. Recorda que esta tem de se cobrir e se fechar em casa apenas para não ser culpada por excitar o homem.
Pode ler o texto integral da entrevista aqui.
12.2.08
Cilinha – rosmaninho e orquídeas
Quando hoje tanto se fala de Cecília Supico Pinto, por ocasião de uma biografia que acaba de ser lançada, é fácil deixar que se banalize o que não foi banal. Talvez valha a pena recordar, para além de tudo o que já foi dito sobre o Movimento Nacional Feminino, o modo verdadeiramente surrealista com que esta senhora actuava.
Deixar os próprios falar é por vezes mais elucidativo do que mil comentários. Eis, por exemplo, como ela descreveu, muito mais tarde, uma ida a Luanda, quando a guerra em Angola durava já há três anos:
«No dia 2 de Maio de 1964 fui para Angola. Havia uma festa das Forças Armadas em Luanda e eu fui daqui com um avião cheio de flores em que havia desde o raminho de rosmaninho às orquídeas mais bonitas. Cheguei, com a Renata Cunha e Costa, e fomos para a festa de homenagem às Forças Armadas.
Ficámos na rua, junto ao povo todo. Havia uma tribuna enorme, com as personalidades mais importantes, o governador-geral, o cardeal de Luanda, os secretários provinciais. De repente, ouvi pelo microfone: "Agora vai falar a presidente do Movimento Nacional Feminino, senhora dona Cecília Supico Pinto." Fiquei aflita: "Ai meu Deus do Céu, vou falar de quê?" Dei a minha carteira à Renata, pus as mãos na saia para não ter problemas com o vento, cheguei ao microfone, olhei para aquela gente toda e disse: "São para Deus as minhas primeiras palavras, a quem agradeço, com toda a alma e coração, ser mulher, ser cristã, ser portuguesa. Trouxe flores de todos nós para todos vós."»
Aborto - O NÃO militante
Ouvi agora os últimos minutos da «Opinião Pública» na SIC N.
Em estúdio, Gentil Martins e Dória Nóbrega.
À pergunta posta aos espectadores:
«Que balanço faz da aplicação da lei do aborto?»,
as respostas foram:
Positivo - 13%
Negativo - 87%
Comentários para quê.«Eles» não desistem.
Em estúdio, Gentil Martins e Dória Nóbrega.
À pergunta posta aos espectadores:
«Que balanço faz da aplicação da lei do aborto?»,
as respostas foram:
Positivo - 13%
Negativo - 87%
Comentários para quê.«Eles» não desistem.
11.2.08
11 de Fevereiro
Hoje vamos festejar!
REPUBLICAÇÃO (*):
O SIM que salvou o ano
Nas quinhentas e uma revistas de 2007 que vão desfilando, há pouquíssimas referências à vitória do Sim no referendo sobre o aborto. Ainda menos à sua importância (*).
Para mim, 11 de Fevereiro foi o dia mais importante do ano em Portugal. Foi nele que se fez realmente a diferença, porque demos então um passo em frente, ética e civilizacionalmente. Contra ventos e muitas marés, os portugueses (poucos, é certo, mas os suficientes) disseram «Basta!» ao obscurantismo e à hipocrisia. Tiraram manchas cinzentas à História.
Para mim, 11 de Fevereiro foi o dia mais importante do ano em Portugal. Foi nele que se fez realmente a diferença, porque demos então um passo em frente, ética e civilizacionalmente. Contra ventos e muitas marés, os portugueses (poucos, é certo, mas os suficientes) disseram «Basta!» ao obscurantismo e à hipocrisia. Tiraram manchas cinzentas à História.
Sem passadeiras vermelhas nem canetas de prata, festejámos, no Altis em Lisboa e noutros locais por todo o país. Com alegria genuína, depois de uma campanha difícil, com menos recursos (muito menos) do que as imagens das televisões poderiam fazer crer.
Um mês antes do referendo, fui a uma primeira reunião de «voluntários» de um dos movimentos e quase caí de espanto quando constatei que os dedos de pouco mais de uma mão chegavam para contar as presenças. Arregaçámos as mangas e outros se foram juntando (mais «outras», naturalmente ou nem por isso...), mas nunca fomos muitos. Porque a verdade é que, se havia sempre notáveis disponíveis para serem entrevistados, faltavam mãos para tarefas «menores» e pés para calcorrear ruas, gélidas e chuvosas, em épicas distribuições de muitos milhares de panfletos.
Mas «tout est bien qui finit bien» – e foi o caso. Felizmente.
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(*) Excepção – expectável – para a Shyznogud, em Womenage à Trois.
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Declaração conjunta dos Movimentos pelo Sim, Hotel Altis, 11/2/2007:
Um mês antes do referendo, fui a uma primeira reunião de «voluntários» de um dos movimentos e quase caí de espanto quando constatei que os dedos de pouco mais de uma mão chegavam para contar as presenças. Arregaçámos as mangas e outros se foram juntando (mais «outras», naturalmente ou nem por isso...), mas nunca fomos muitos. Porque a verdade é que, se havia sempre notáveis disponíveis para serem entrevistados, faltavam mãos para tarefas «menores» e pés para calcorrear ruas, gélidas e chuvosas, em épicas distribuições de muitos milhares de panfletos.
Mas «tout est bien qui finit bien» – e foi o caso. Felizmente.
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(*) Excepção – expectável – para a Shyznogud, em Womenage à Trois.
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Declaração conjunta dos Movimentos pelo Sim, Hotel Altis, 11/2/2007:
(*) Publicado em 31/12/2007.
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