Diário de Lisboa, 15/1/1975 (FMS)
Em 14 de Janeiro de 1975, Lisboa assistiu a uma grande manifestação que teve início no Martim Moniz e terminou na Praça de Londres, junto ao Ministério do Trabalho. Em causa estava a defesa da «unicidade sindical», questão central que vinha a provocar acesíssimas discussões e que tinha como objecto a existência de uma ou mais sindicatos por profissão ou por sector de actividade, uma ou várias centrais sindicais.
«A 2 de Janeiro de 1975, o Conselho Superior do MFA (ou Conselho dos Vinte, por ser constituído por vinte elementos) sustenta «por unanimidade» a unicidade sindical. No dia seguinte, Carlos Carvalhas, na pele de secretário de Estado do Trabalho, defende o «princípio da unicidade sindical» e a existência duma única central confederal de sindicatos.
Dias volvidos, a 7 de Janeiro de 1975, o dr. Francisco Salgado Zenha, dirigente do PS, escreve um artigo de fundo, publicado no DIÁRIO DE NOTÍCIAS, intitulado “Unidade Sindical ou Medo à Liberdade?”, onde rejeita os princípios da unicidade sindical, considerada arbitrária. O embate compulsivo entre Carvalhas e Zenha na imprensa e nos gabinetes foi histórico e contribuiu em larga medida para a radicalização das posições, o pronúncio do que seria o PREC e o Verão Quente.»
O Secretariado da Intersindical Nacional convocou uma manifestação para o dia 14 de Janeiro de 1975, que contou com o apoio expresso de PCP, MDP/CDE, MES, FSP, MDM, MJT, UEC e LCI. A chamada esquerda revolucionária – UDP, PRP-BR, OCMLP e PUP – apoiavam e defendiam a existência de uma única central sindical mas não participaram na manifestação.
Dois dias depois, a 16 de Janeiro, o PS realizou o seu primeiro grande comício de massas sob o lema «Socialismo Sim, Ditadura Não», abertamente contra a Lei Sindical. A 21 de Janeiro de 1975, o Conselho de Ministros aprovou na especialidade o diploma sobre associações sindicais, com votos contrários do PS e PPD.
A UGT viria a ser criada em 1978, precedida, dois anos antes, pelo Movimento Autónomo de Intervenção Sindical - Carta Aberta
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