Da crónica de Clara Ferreira Alves, na Revista do Expresso de ontem:
«É jovem? Ambicioso? Pouco dado aos estados? Deseja uma carreira com futuro? Está farto daqueles cursos mixurucas que não dão para mandar cantar um cego? Gosta de marketing e aprecia a comunicação? Temos a solução adequada ao seu caso. Somos, nós, consigo, o futuro. O nosso nome é PSD, o partido ideal ao seu perfil. Damos-lhe, sem trabalho e sem esforço, usando o seu talento natural, extraindo os melhores resultados da sua facilidade comunicacional, possibilidades de desenvolver uma carreira política que o poderá conduzir aos mais altos cargos de governo da nação. (...)
O primeiro passo é a inscrição nas nossas legiões de paus-mandados e para toda a ordem, vulgarmente designadas por Juventude Social-Democrata. Os fabulosos jotinhas. (...)
O jovem começa a tornar-se útil, nunca cobrando o serviço. Se o partido estiver na oposição, há que ter paciência e acumular a deputação com uma empresa privada uma dessas onde o partido tem zona de influência. Se for aventureiro, o jovem criará a sua própria empresa privada e candidatar-se-á a fundos europeus que o partido, um dia se encarregará de lhe fazer chegar as mãos sem concurso ou com concurso entre amigos. (...) Connosco no poder, que chega pelo menos de quatro em quatro anos, pode até subir a ministro, primeiro-ministro, comissário ou deputado europeu, o que quiser. (...) Não garantimos inscrições na maçonaria mas ajudamos no emprego da família e amigas íntimas. Secretária e motorista incluídos.»
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