Irei pondo neste post, que estará em actualização se tal se justificar, alguns artigos publicados já depois do anúncio do novo governo francês. Pouco se fala do tema, mesmo nas redes sociais, sobretudo à esquerda (a direita «baba-se» com Macron). E, no entanto, aquilo a que estamos a assistir tem muito que se lhe diga: um governo «pot-pourri», com uma enorme misturada e sem apoio de qualquer partido – muito pelo contrário, com laivos de pretender mover-se num perigoso novo mundo antipartidos.
[Republicação em 19.05.2017]
Novos:
Um Governo nacional. (Francisco Seixas da Costa)
«Emmanuel Macron foi a resultante hábil que "furou" no meio da onda de desilusão do eleitorado perante as duas famílias políticas tradicionais. O Governo que agora apresentou é uma verdadeira não-surpresa, uma espécie de "bloco central", que junta figuras "óbvias" dos diversos espetros políticos, a que somou algumas caras novas, parte delas com promissores currículos, numa deliberada e louvável equidade de género.
Sem querer parecer Cassandra, gostava de dizer que se podem antever algumas dificuldades a este novo Executivo. Desde logo, porque o primeiro-ministro escolhido, Edouard Phillipe, um homem oriundo da ala mais "aceitável" da Direita clássica, pode vir a revelar-se um peso demasiado "leve" para contrabalançar a dimensão de algum "baronato" político que Macron se viu forçado a cooptar.»
Troca de comentários, sobre este texto, no Facebook:
Descansem, descansem e depois queixem-se. (José Pacheco Pereira).
«Sendo importante a questão europeia, com Le Pen defensora da saída da União e Macron ultra-europeísta, o core business da Le Pen é a emigração, o racismo e a xenofobia muito mais do que a Europa, e o core business de Macron não é o anti-Lepenismo, mas o business propriamente dito. A relação entre ambos é aquela que a União Europeia, e a direita do "ajustamento", não quer admitir: é que o que alimenta o crescimento da base de Le Pen são as políticas como as que Macron (e o Eurogrupo) defendem. Ou seja, um faz o terreno do outro, só que o outro em França é o pior dos "outros" que andam por aí na Europa.
Não há muitas razões para descansar, enquanto as políticas europeias são elas próprias as geradoras do populismo. E, como mostra a experiência do passado, sempre que se consegue evitar o pior há duas semanas a prometer mudanças e depois volta tudo ao mesmo.»
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Emmanuel Macron accusé de verrouiller totalement sa com' à l'Elysée.
«Les rédactions signent ce soir une lettre ouverte à Emmanuel Macron. Elles y condamnent la volonté du Palais de vouloir choisir les journalistes qui accompagneront le nouveau président dans ses déplacements.
Le quinquennat d’Emmanuel Macron commence mal pour les journalistes. En marge du premier conseil des ministres du gouvernement d’Edouard Philippe, l’Elysée a fait savoir qu’il entendait choisir la presse qui accompagnerait désormais le Président dans ses déplacements. D’après Europe 1, le Palais aurait fait passer des consignes pour que les journalistes autorisés à le suivre soient sélectionnés à l’avance. Une ingérence dans le libre arbitre des rédactions. En effet, l’Elysée voudrait imposer un journaliste spécialisé en fonction du thème de la visite. Ainsi, lors d'un voyage à l’étranger, seuls les spécialistes de la politique étrangère seraient habilités à suivre le président. Idem pour l'économie et ainsi de suite.»
«”Ni droite, ni gauche”, dit Macron, comme Bonaparte disait “ni talon rouge, ni bonnet rouge” (ni aristocrate ni révolutionnaire). Le tout au service d’un centrisme autoritaire qui ramène l’ordre, éteint les foyers de discorde et pose la base d’un régime à la fois égalitaire et hiérarchique.»
«Les nouveaux ministres doivent abandonner leurs anciennes couleurs pour tenter de survivre dans l'aventure des législatives. Le point sur la stratégie et les forces en présence.
Il n'y aura plus de bleus, ni de rouges, ni de jaunes. Emmanuel Macron qui veut propulser la France en finale, a choisi les membres de sa tribu réunifiée. Comme dans "Koh Lanta", dernière utopie contemporaine, les aventuriers du gouvernement Philippe ont dû abandonner leurs anciennes fidélités pour se fondre dans un nouveau groupe et affronter les épreuves surhumaines qui les attendent. Un pour tous et tous pour un.»
(*) Sondagem feita antes do anúncio do novo governo.
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