30.5.09

MPI - Apresentação pública

...no acesso ao casamento civil

Domingo, 31 de Maio, 16h00

Cinema São Jorge, em Lisboa

Summertime

Cuba soma e segue

Antenas parabólicas clandestinas são o único recurso para escapar ao monolitismo dos quatro canais nacionais de televisão, controlados pelo governo cubano. Para além de a informação ser totalmente politizada, é também a baixa qualidade de toda a programação que é desesperante.

As autoridades desmantelam centenas de parabólicas, ao mesmo tempo que apreendem todas as que detectam nas bagagens que chegam ao aeroporto - por «uma questão de honra», para «eliminar o veneno» que alguns canais estrangeiros pretendem introduzir na ilha criando «confusão, descontentamento e pessimismo».

Mas a realidade impõe-se: existem dezenas de milhares de antenas, camufladas com recurso às mais variadas formas imaginativas, partilhadas entre vizinhos em pequenos negócios caseiros e que vão resistindo às investidas policiais.

A luta entre gato e ratos continuará até que os «camaradas» (ou alguém por eles) desistam de uma guerra de que sairão inveitavelmente vencidos. É só uma questão de tempo e eles sabem bem que este joga contra eles.

(Fonte)

29.5.09

Give peace a chance


John Lennon e Yoko One casaram-se em Março de 1969 e decidiram tirar partido da popularidade durante a lua de mel, para promoverem a paz no mundo e, mais especificamente, como forma de protesto contra a guerra do Vietname.

Fizeram-no de forma escandalosa para a época, recebendo jornalistas e cantores na cama, primeiro em Amsterdam, durante uma semana, depois numa breve passagem pelas Bahamas. Mas a estadia mais célebre aconteceu no Queen Elizabeth Hotel de Montréal, onde chegaram no dia 26 de Maio e permaneceram, também na cama, uma outra semana. Comemora-se agora o 40º aniversário dessa efeméride, para sempre associada à gravação, no próprio quarto do hotel, de Give Peace a Chance. Várias actividades estão em curso, entre as quais uma exposiçãoImagine – organizada pelo Museu das Belas-Artes de Montréal.

No ano de todos os pacifismos, poucos meses antes de Woodstock, a rebeldia de Lennon e Yoko, hoje tão ingénua, escandalizou meio mundo e entusiasmou outro meio. Chegou também a Portugal, filtrada por todos os lápis azuis deste país, com a canção gravada num pequeno disco de 45 rotações.

Somos todos terroristas?

Aborto é que nunca

Vale a pena ouvir este senhor cardeal que é presidente de uma Congregação romana. Quem não estiver interessado na sua afeição pelo futebol, e noutras minudências e generalidades, pode avançar para o minuto 7.25 (arrastando a barra vermelha no canto inferior esquerdo). Fala ele então dos abusos cometidos sobre crianças em escolas católicas irlandeses e afirma, catrgoricamente, que não se pode comparar o que aconteceu com a gravidade do aborto que já destruiu legalmente mais de 40 milhões de seres humanos.

E continua a não existir nenhuma instância mundial com autoridade para denunciar este tipo de enormidades...



(Através de)

P.S. - A propósito, ler:
El estruendoso silencio de Benedicto XVI

28.5.09

Homens sem qualidades

«O dr. Cavaco, verdadeiramente, nunca foi bem um político ou estadista convincente e providencial. Um chefe que inspirasse confiança. Um espírito à altura do seu papel. Para tal era preciso carácter, integridade, autoridade pessoal, lucidez, vigor, cultura. Não era necessário ser intelectualmente grande, bastava prudência e sinceridade pela "coisa" pública. No invés, o dr. Cavaco apenas quis sobreviver para a sua viagem pessoal, mesmo quanto sugeria estar a tutelar os desígnios pátrios. Sorte grande a sua, desilusão a de todos nós. (…)

Ontem o dr. Cavaco, depois do pedido de demissão de Dias Loureiro do Conselho de Estado, disse que não distingue "um de outro dos 19 conselheiros de Estado" e que todos lhe mereciam "igual respeito". Esta infeliz observação é quase um insulto ao próprio Conselho de Estado e, reconhecidamente, os conselheiros não mereciam tal "entusiasmo".»

A ler, na íntegra, no Almocreve das Petas.

MPI – Texto do abaixo-assinado







Como foi publicamente anunciado, mais de 700 pessoas terão já aderido ao «MOVIMENTO PELA IGUALDADE no acesso ao casamento civil» que será lançado oficialmente no próximo Domingo. A blogosfera não está ausente: há muitos nomes de bloggers na lista dos subscritores do seguinte texto:

«A igualdade no acesso ao casamento civil é uma questão de justiça que merece o apoio de todas as pessoas que se opõem à homofobia e à discriminação. Partindo da sociedade civil, a luta pelo acesso ao casamento para casais de pessoas do mesmo sexo em Portugal conta neste momento com um crescente apoio político e social. Nós, cidadãos e cidadãs que acreditamos na igualdade de direitos, de dignidade e reconhecimento para todas e todos nós, para as/os nossas/os familiares, amigas/os, e colegas, juntamos as nossas vozes para manifestarmos o nosso apoio à igualdade.

Exigimos esta mudança necessária, justa e urgente porque sabemos que a actual situação de desigualdade fractura a sociedade entre pessoas incluídas e pessoas excluídas, entre pessoas privilegiadas e pessoas marginalizadas; Porque sabemos que esta alteração legal é uma questão de direitos fundamentais e humanos, e de respeito pela dignidade de todas as pessoas; Porque sabemos que é no reconhecimento pleno da vida conjugal e familiar dos casais do mesmo sexo que se joga o respeito colectivo por todas as pessoas, independentemente da orientação sexual, e pelas famílias com mães e pais LGBT, que já são hoje parte da diversidade da nossa sociedade; Porque sabemos que a igualdade no acesso ao casamento civil por casais do mesmo sexo não afectará nem a liberdade religiosa nem o acesso ao casamento civil por parte de casais de sexo diferente; Porque sabemos que a igualdade nada retira a ninguém, mas antes alarga os mesmos direitos a mais pessoas, acrescentando dignidade, respeito, reconhecimento e liberdade.

Em 2009 celebra-se o 40º aniversário da revolta de Stonewall, data simbólica do início do movimento dos direitos de lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros. O movimento LGBT trouxe para as democracias - e como antes o haviam feito os movimentos das mulheres e dos/as negros/as - o imperativo da luta contra a discriminação e, especificamente, do reconhecimento da orientação sexual e da identidade de género como categorias segundo as quais ninguém pode ser privilegiado ou discriminado. Hoje esta luta é de toda a cidadania, de todos e todas nós, homens e mulheres que recusamos o preconceito e que desejamos reparar séculos de repressão, violência, sofrimento e dor. O reconhecimento da plena igualdade foi já assegurado em várias democracias, como os Países Baixos, a Bélgica, o Canadá, a Espanha, a África do Sul, a Noruega, a Suécia e em vários estados dos EUA. Entre nós, temos agora uma oportunidade para pôr fim a uma das últimas discriminações injustificadas inscritas na nossa lei. Cabe-nos garantir que Portugal se coloque na linha da frente da luta pelos direitos fundamentais e pela igualdade.

O acesso ao casamento civil por parte de casais do mesmo sexo, em condições de plena igualdade com os casais de sexo diferente, não trará apenas justiça, igualdade e dignidade às vidas de mulheres e de homens LGBT. Dignificará também a nossa democracia e cada um e cada uma de nós enquanto cidadãos e cidadãs solidários/as – e será um passo fundamental na luta contra a discriminação e em direcção à igualdade.»

Desta, nem o BPN se lembrou


«O grande fim da vida não é só conhecimento, mas também acção - agir agora poupando para a reincarnação», aconselha o Reincarnation Bank que oferece aos seus clientes um sistema de gestão, seguro e garantido, para os bens de que gozarão mais tarde. «Se não deixar nada preparado antes de morrer, o que é que vai encontrar quando voltar?»

Tão simples… Só não percebi se se guarda o ADN através das várias reincarnações, se se tem o mesmo password para aceder à conta cancária e se há a certeza de não vir a renascer numa casa lacustre no Cambodja. Logo se verá…

(Fonte)

27.5.09

Pub blogosférica







É

depois
de
amanhã

La vida es eterna en cinco minutos














Víctor Jara morreu cinco dias depois do golpe chileno de 11 de Setembro de 1973. Sabe-se agora que os seus dois assassinos, presos há poucos dias, tinham 18 anos quando cometeram o crime e que o fizeram por ordem de um comando militar secreto.
Mais vale tarde do que nunca – que justiça seja feita, mesmo que com mais de 35 anos de atraso.
(Fonte)

Te recuerdo Amanda, um hino de liberdade dos anos 70






P.S. - Como resposta a este comentário de Tomás Vasques no Facebook:
«Conheci em Santiago, no início dos anos 90, alguns amigos de Vítor Jara, particularmente Guillermo Oddo que, antes do golpe, pertencia a um outro grupo de música popular chilena, o Quilapayún. Que se faça justiça, mesmo a esta distancia.»

Plegaria a um labrador, 1968, VJ com Quilapayún




The Three Little Pigs

Depois de horas e horas de espectáculo televisivo absolutamente deprimente neste país, nada mais adequado do que descobrir que foi num dia 27 de Maio que «Os Três Porquinhos» de Walt Disney viram a luz do dia. Em 1933, com a célebre canção «Who's Afraid of the Big Bad Wolf?» - símbolo dos dias negros da Grande Depressão...



25.5.09

No mundo das donas Balbinas


















Parece que quem escreve artigos de opinião tem direito a defender tudo o que lhe passa pela cabeça, mesmo em órgãos de comunicação social que são, ou já foram, considerados de referência. Admitamos que sim, como hipótese de trabalho, e continuemos pois a ler César das Neves, no DN, todas as segundas feiras – a vida é também feita de rituais.
Sexo é tema que lhe é especialmente caro e propõe-se hoje defendê-lo, já que «os ministros, que fizeram explodir o défice, subsidiam abortos e querem distribuir preservativos gratuitos nas escolas». Importa proteger os nossos ingénuos adolescentes que estão a ser vítimas de ensinamentos radicais e inaceitáveis em matéria de «deseducação sexual», apenas comparáveis à hipótese de ser incluída, no currículo escolar, a defesa da «ditadura do proletariado e da revolução permanente». Trata-se de combater «a intensa campanha para coagir a sociedade a seguir alguns princípios, autodenominados de progressistas, justos e livres», que «até há pouco chamava "porcalhões"», já que «os esquerdistas andam agora paradoxalmente aliados a marialvas e proxenetas».
Bons tempos, para o dr. César das Neves, eram aqueles em que os rapazes da província, com 13 ou 14 anos, eram levados à capital do distrito pelos irmãos mais velhos e a pedido dos pais, para tremerem como varas verdes quando uma D. Balbina os desflorava sob o olhar cúmplice de um cão enroscado em cima dos cobertores. Ou quando os jovens universitários de Lisboa, mesmo os radicais de 62, frequentavam andares esconsos da Rua do Mundo porque as namoradas casavam virgens e nem sequer podiam sair à noite. Mesmo sabendo, uns e outros, que muitas das suas mães tinham casado «à pressa», já grávidas, para evitar vergonhas familiares.
Isso, sim, era o saudoso e admirável mundo para todos os César das Neves deste país. Devem ser bem infelizes, não?

24.5.09

Gente emotiva é outra coisa

Sexta à noite, mas não só












A corrida entre Manuela Moura Guedes e Marinho Pinto tirou a blogosfera e as redes sociais da calma habitual do fim-de-semana. O povo gosta de sangue e foi-se entusiasmando à medida que foram aparecendo as primeiras versões de vídeos com poucos minutos, depois mais alguns, finalmente com a versão completa da entrevista (que importa ver para perceber o contexto do que aconteceu). Naturalmente, mais «olés» para Marinho Pinto do que para Moura Guedes – também os dei.
Mas o que se passa é que estamos a assistir quase todos os dias, em directo, ao suicídio acelerado do bastonário. Mesmo a quem não tem competência para perceber os meandros do que se passa exactamente na Ordem, parece indiscutível que Marinho Pinto está a perder a cabeça, não só na TVI mas em todo o lado - e a fúria permanente não é boa conselheira. Os advogados terão muitos defeitos e terríveis vícios, mas não são propriamente bandos de patifes e o argumento do voto não legitima tudo. Se o povo não presta, muda-se o povo?