A corrida entre Manuela Moura Guedes e Marinho Pinto tirou a blogosfera e as redes sociais da calma habitual do fim-de-semana. O povo gosta de sangue e foi-se entusiasmando à medida que foram aparecendo as primeiras versões de vídeos com poucos minutos, depois mais alguns, finalmente com a versão completa da entrevista (que importa ver para perceber o contexto do que aconteceu). Naturalmente, mais «olés» para Marinho Pinto do que para Moura Guedes – também os dei.
Mas o que se passa é que estamos a assistir quase todos os dias, em directo, ao suicídio acelerado do bastonário. Mesmo a quem não tem competência para perceber os meandros do que se passa exactamente na Ordem, parece indiscutível que Marinho Pinto está a perder a cabeça, não só na TVI mas em todo o lado - e a fúria permanente não é boa conselheira. Os advogados terão muitos defeitos e terríveis vícios, mas não são propriamente bandos de patifes e o argumento do voto não legitima tudo. Se o povo não presta, muda-se o povo?
2 comments:
Minha cara,
Sobre este assunto, escrevi assim
http://atributos-1.blogspot.com/2009/05/tvi-mmg-bastonario-o.html
Melhores cumprimentos
José Magalhães
Vi agora a entrevista completa. Tinha lido que MMG havia chamado bufo a Marinho Pinto. Vejo agora como o fez. No decorrer duma entrevista que, com os devidos acompanhantes e comentários, apenas visava abater o “animal”, aquele animal. Sem escrúpulos.
A única coisa que merecia ser referida era aquele artigo que, em tempos, ele tinha publicado.
Marinho Pinto mostrou bastante paciência, naquele atropelo constante, e chegou a surpreender-me como, ao ser chamado de bufo, não explodiu de imediato e levou tempo a aquecer. O libelo foi arrasador, mas nada acrescentou ao que se julga saber sobre Manuela Moura Guedes.
Outros que a consumam, que eu já a tenho por produto deteriorado e vou sempre passando ao largo. Só uma cena destas me levaria a aproximar-me e vê-la no seu trabalho.
Intriga-me o Marinho Pinto, ou melhor, intriga-me os mídia quando tratam do que lhe diga respeito. Marinho Pinto sempre me pareceu coerente, embora um tanto barulhento.
Com admiração pela pessoa, não sei se deva ver, só e apenas, na sua actuação, uma defesa de causas – quase sempre boas causas – servida por meios de agitação e com um certo escândalo, que talvez até as prejudique, ou se lhe deva acrescentar um certo espectáculo, em dose maior ou menor, ajeitado pela comunicação social. Estará, no trabalho editorial das televisões, aquela perturbação que surge sempre a acompanhar a sua presença mediática. É verdade que Marinho Pinto oferece uma boa matéria prima...
Parece-me provável que Marinho Pinho, pelas suas mãos e , talvez, com uma pequena ajuda por indução, caminhe para o suicídio cívico e político. E terás razão nisso. Mas quem sabe se não virá, em tempos que se sigam, a ser glorificado. O homem que, com alarido, reclamava reformas necessárias, contra tudo e contra todos.
E tendo tudo e todos contra ele que é coisa bem mais interessante que a pessoa e as atitudes de Marinho Pinho. Por simpáticas ou estranhas que sejam.
Um abraço
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