Embora não exista entre nós uma tradição memorialística significativa, parece que, desde há algum tempo, os livros de memórias estão definitivamente na moda.
Mas este não é novo. Encontrei há dias, mais ou menos por acaso, numa espécie de Feira do Livro, a obra que Raimundo Narciso publicou há sete anos:
A.R.A., Acção Armada Revolucionária – A História Secreta do Braço Armado do PCP, Dom Quixote, Lisboa, 2000, 410 p.
É, de facto, mais um livro de memórias, escrito de dentro das histórias, de leitura extremamente agradável e fácil, apesar do detalhe com que são descritas acções, situações e pessoas; «(...) o registo - por quem o viveu - da luta abnegada, das aventuras, medos, raivas, coragens, de homens e mulheres com nome e rosto (...)».
Fiquei a saber muito mais sobre acontecimentos de que conhecia a existência - mas não a substância - e que localizava mal no tempo.
Para quando documentos semelhantes sobre outras organizações, algumas delas até contemporâneas da ARA e com características, pelo menos parcialmente, semelhantes? Estou a pensar, obviamente, na LUAR e no PRP/BR. Era importante que os protagonistas não desaparecessem sem deixarem o seu legado.