Porque não creio que algum órgão de comunicação social venha a publicar este texto na íntegra, aqui fica. E realço o último parágrafo: «Por isto, nós, colaboradores da Parque EXPO, queremos publicamente expressar o nosso orgulho em pertencermos e trabalharmos nesta empresa pública e o nosso sentido agradecimento às Administrações da Parque EXPO, e manifestar que hoje, tal como no passado e no futuro que cremos irá existir, estamos inteiramente disponíveis para, num esforço muito para além do que nos é exigido pelo estrito cumprimento das nossas obrigações contratuais e brio profissional, continuar a defender os interesses do nosso país e uma visão pública sobre o território, constituindo-nos como uma das alavancas para o desenvolvimento económico e social e para a criação de emprego e de riqueza.»
1. O impacto da Expo ’98
O projeto de realização da Expo’98 e da requalificação urbana da respetiva Zona de Intervenção (hoje conhecida como Parque das Nações) traduziu-se no recebimento, pelo Estado, de receitas fiscais e para-fiscais geradas pelo investimento realizado no montante estimado de cerca de 4,4 mil milhões de euros ("Avaliação dos impactos do projecto global Expo 98 nas receitas do sector público administrativo", realizado pela Faculdade de Economia da Universidade Nova). A comparticipação do Estado Português no investimento realizado ascendeu a 540 milhões de euros. O financiamento comunitário foi de 200 milhões de euros. Todo o investimento adicional foi realizado com recurso a financiamento bancário.
2. A redução do passivo
A estrutura de capitais escolhida pelo acionista Estado para desenvolvimento do projeto Expo’98/Parque das Nações implicou que o investimento necessário ao desenvolvimento do projeto fosse maioritariamente suportado por financiamento bancário.
No ano de 1998 o valor de endividamento ascendia a 1 332 milhões de euros. No final de 2010 este valor era de 225 milhões de euros, hoje é de 185 milhões.
Nos últimos 6 anos, período em que a receita proveniente da venda de terrenos e edifícios foi substancialmente reduzida, sendo substituída por receitas provenientes de prestação de serviços, o endividamento foi reduzido em 298 milhões de euros.
3. Evolução do número de colaboradores tendo em conta a nova missão
1998: 6 mil colaboradores; 2005: 282 colaboradores; 2011: 174 colaboradores.
4. Os resultados operacionais da Parque EXPO
Em 2010 a Parque EXPO teve resultados operacionais positivos no valor de 292 milhares de euros. Os proveitos decorrentes das atividades de conceção e gestão de projetos, o atual core business da empresa, registaram um aumento de 4%, não obstante a conjuntura recessiva.
Os resultados líquidos negativos no mesmo ano, no valor de cerca de 5 milhões de euros, são explicados pelos encargos financeiros resultantes do desequilíbrio financeiro histórico apontado no ponto anterior. Estes resultados líquidos negativos sofreram uma redução de 9,6 milhões de euros face ao ano de 2009.
II. A Parque EXPO: O esclarecimento necessário
Desempenhou à data, com pleno êxito e num muito curto espaço de tempo (10 anos), a reconversão de 330 hectares dos concelhos de Lisboa e de Loures, dando um contributo positivo indiscutível para as finanças públicas (cerca de 4,4 mil milhões de euros de receitas públicas), para recolocar a grande Lisboa no mapa das cidades de referência no mundo, para projetar a imagem de Portugal como território de excelência, consolidando a consciência dos portugueses e dos decisores de uma renovada importância do espaço público como fator de qualidade de vida das cidades.
A decisão do Estado Português de não desperdiçar o acumulado numa empresa – que construiu uma cultura de elevada competência, alta produtividade e eficiência, prosseguida por governos de diversas matrizes políticas e ideológicas – foi uma decisão que teve repercussões muito positivas na melhoria das condições de vida dos portugueses, no desenvolvimento de dezenas de cidades médias e de pólos importantes de grandes concelhos, espalhados por todo o país. Também dezenas de municípios e diversas associações de municípios e comunidades intermunicipais têm recorrido aos serviços da Parque EXPO para o apoio à construção de uma visão estratégica pública para o desenvolvimento dos seus territórios, com uma qualidade por todos reconhecida como de excelência, bem como no apoio à elaboração da estratégia pública de reabilitação urbana, sem a qual o desenvolvimento sustentável, a coesão social, a qualificação ambiental e a intervenção decisiva dos agentes privados não acontecerá. Os elementos à frente enunciados assim o comprovam.