7.1.17

Caminhos da Liberdade




O documentário da RTP foi realizado em 1974 e recupera alguns dos momentos-chave do 25 de Abril, em particular o regresso de Mário Soares depois do exílio.

(Via esquerda.net)
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Deportação para S. Tomé - uma terrível data para Mário Soares




No dia em que Mário Soares morreu, e quando praticamente ninguém se cala em inúmeras declarações laudatórias, prefiro retomar um texto antigo que retrata um dia bem importante da sua atribulada vida – a deportação para S. Tomé – e a solidariedade que a mesma suscitou em todos os que então resistiam e lutavam contra o fascismo.

Mário Soares foi deportado para S. Tomé, pouco depois de ter estado preso e incomunicável, durante três meses, pretensamente por ter fornecido a um jornalista do Sunday Telegraph informações relativas a um escândalo sexual que envolveu suspeitas de actos pedófilos por parte de várias figuras públicas – o chamado caso dos «Ballet Rose». No fim de Fevereiro de 1968, conseguiu sair em liberdade na sequência de um pedido de habeas corpus.

O que se seguiu, aqui resumido por Maria João Avillez (Soares. Ditadura e Revolução, 1996, Círculo de Leitores, p. 197):


Detido pela PIDE nesse 19 de Março, foi-lhe comunicado que partiria para S. Tomé no dia seguinte, por volta das onze horas da noite. Rapidamente espalhada a notícia (sem internet, sem telemóveis...), centenas de pessoas, de todos os quadrantes da oposição, dirigiram-se para o velho aeroporto da Portela, na tentativa de chegarem a uma varanda de onde então se podia assistir a descolagens e aterragens de aviões. Em vão, porque a polícia correu tudo à bastonada. Recordo bem algumas cabeças partidas e correrias atabalhoadas por corredores e escadarias. Alguns escaparam: Maria Belo, por exemplo, porque era loira, foi tomada por estrangeira e saiu calmamente, sem pressas e sem que os bastões lhe tocassem. Eu não era loira, mas só um me tocou – e de raspão.

In illo tempore, havia um consenso sagrado: contra a PIDE, sempre, quaisquer que fossem as afinidades ou as divergências. E, se existiam algumas (poucas) excepções, não faziam mais do que confirmar a regra. 
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Banco Bom, Banco Mau



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A guerra dos tronos e a geringonça



«A teoria dos jogos permite analisar a racionalidade das estratégias políticas. Em princípio, qualquer que seja o assunto, a opção mais vantajosa para qualquer jogador consiste em participar em jogos de soma positiva, com o qual os participantes melhoram conjuntamente as posições iniciais. Os acordos de comércio livre exemplificam este tipo de jogo. Na área política, PS, PCP e BE estabeleceram um jogo de soma positiva, ainda mais valioso porque removeram PSD e CDS da área governativa. (…) Todos ganham. (…)

O certo é que, contra todas as previsões, a chamada "geringonça" manteve-se. E, exceptuando riscos externos (…), a situação deverá manter-se até ao OE de 2018 e às autárquicas. (…) É aí que este jogo de soma positiva pode descambar, porque os seus jogadores pouco terão a ganhar com ele. Isso terá de coincidir com a alteração de liderança no PSD que Marcelo Rebelo de Sousa espera para que um rearranjo do puzzle político no poder seja possível. Todos sabem que daqui a um ano será difícil continuar a manter uma política distributiva aliada aos condicionalismos europeus da dívida e do défice. E com juros de dívida cada vez mais impossíveis de pagar. Tudo num quadro de crescimento económico medíocre e falta de investimento público (para se poder manter o défice imposto pela Europa) e privado.

É aí que a "geringonça" poderá soçobrar. Mas isso não é nada que não seja previsto pelo mais pragmático e intuitivo político no activo, António Costa. Ele sabe os limites da "entente cordiale" com Belém e as fronteiras do jogo com os partidos que à esquerda o apoiam no Parlamento. É uma travessa feita de equilibrismos vários no trapézio, que um dia não terá rede por baixo. Mas esse é o desafio que daqui a meses se começará a colocar aos principais partidos. E aqueles que aspiram vir um dia a chegar ao poder, como o BE.»

Fernando Sobral
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6.1.17

Entretanto em Espanha


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Renovação de votos



Daniel Oliveira no Expresso diário de hoje:


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Dica (473)




«It is always much easier for nostalgic nationalists to focus on wrongs committed by foreigners than to be honest about the complicated history of their own nations. It is telling that neither Mr Putin nor Mr Xi is keen to discuss the crimes of those great nation-builders, Stalin and Mao. Previous eras in which nostalgic nationalism came into fashion are hardly encouraging. In the 1930s, Mussolini’s Italy appealed to the glories of ancient Rome, while the Nazis cast themselves as heirs to the Teutonic knights of medieval Europe.
History can indeed be an inspiration for those yearning for national revival — in America and elsewhere. It should also be a warning.»
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Aquele dia em que esfregas os olhos para teres a certeza de que já acordaste há umas horas

Ano novo, velho banco



«Segundo fontes próximas do Banco de Portugal (o astrólogo do Doutor Carlos Costa), "a Lone Star é a mais bem colocada para ficar com Novo Banco". A proposta da Lone Star, que visa a compra de 100% do Novo Banco, é de 750 milhões de euros, citando a mesma notícia. Eu tenho a teoria de que isto anda acaba com o Novo Banco vendido à Padaria Portuguesa. (…)

750 milhões pelo Novo Banco? Aposto que a Remax fazia melhor que o Sérgio Monteiro. Não podemos vender o Novo banco aos vistos gold? Ou aproveitar os balcões para fazer uns hostels? (…)

Mas a novela não acaba aqui, porque, no mesmo dia em que se fala da Lone Star, Mário Centeno não exclui possibilidade de nacionalização do Novo Banco. Talvez seja a melhor ideia se a colecção de obras de arte estiver ao nível do BPN. Esta possibilidade deixa-me uma dúvida: se o Novo Banco não for vendido e o Sérgio Monteiro foi pago para o vender, será que ele devolve a massa que lhe deram? Sempre é mais ou menos meio milhão que se poupa.

Acho que é chegada a altura de assumir que, finalmente, acertámos no grande desígnio de Portugal: somos uma nação que salva bancos. O primeiro país a abolir a pena de morte e a ter uma complacência infinita para com os banqueiros. Merecíamos um Luís de Camões capaz de narrar esta nova epopeia. Vistas bem as coisas, já gastámos mais dinheiro a salvar bancos que nos Descobrimentos.»

João Quadros

5.1.17

Se Maomé não vai à montanha, vem a montanha a Maomé

E-grilhetas



Ricardo Araújo Pereira na Visão de hoje: 



Na íntegra AQUI.
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A saga do pagamento do subsídio do Natal



Os trabalhadores do privado podem optar por receber o subsídio de Natal em duodécimos ou todo no fim do ano, funcionários públicos e reformados / pensionistas não têm essa opção, apesar de a terem reclamado, e vão ver substituído o pagamento em 1/12 por 1/24 e o resto em Novembro ou Dezembro (com os inconvenientes, que muitos têm lembrado, e que me dispenso de repetir).

O governo alega que a inexistência dessa opção se deve a falta de preparação dos sistemas informáticos para a contemplar. Ora seja eu ceguinha, e esquecida de todo o meu passado no domínio das tecnologias da informação e dos milhões gastos com a informatização da Segurança Social nas últimas décadas, se percebo qual a transcendente dificuldade que poderia existir em assinalar, para cada beneficiário, se recebe x no Natal ou x/12 em cada mês do ano. Eu sei que os computadores é que são sempre os culpados, mas ainda assim…
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Cláudio e Domingues



«Os últimos dias de António Domingues à frente da CGD parecem um pouco a história do imperador romano Cláudio. Nesse tempo, as consequências foram mais gravosas: Cláudio foi envenenado por Agripina, a sua quarta mulher, e mãe de Nero. (…)

Não sabemos como o ministro das Finanças descobriu António Domingues para ser o maestro da CGD, mas o que começou mal nunca se endireitou. O gestor talvez se tenha equivocado e julgado que era um rei absoluto e que à sua volta existiam apenas subordinados mudos. Talvez alguém lhe tenha dito que assim era. Mas esse foi o maior dos equívocos. A sua presença na CGD foi um tiro no pé de Mário Centeno, que teve uma visão qualquer quando o escolheu. Os dias de António Domingues na CGD foram dignos de um filme sobre zombies e fantasmas.

Julgava-se, erradamente, que António Domingues tinha saído da instituição pública. Afinal ele continua por aí, no meio de uma bola de neve crescente que vai ameaçando o futuro da CGD. A sua presença no Parlamento dá-lhe mais uma vez um palco dispensável. Quando diz, para se defender, que "os gestores não querem ver património pessoal publicado em tablóides", levanta uma questão impertinente: os gestores de que fala já admitiriam ver publicado esse património se fosse em jornais de "referência"? Ninguém gosta de ver o seu património nos jornais, mas Domingues tem de admitir que, ao ir para um cargo cimeiro de uma entidade pública, esse escrutínio é necessário e democrático. Com argumentos assim, António Domingues não se defende: esconde-se atrás das cortinas. O problema é que elas são transparentes. Começa a ser tempo de falar de futuro. E não deste desastrado passado.»

Fernando Sobral

4.1.17

Há um ano, eram estes os votos


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Dica (472)




«People have lost their sense of security, status and even identity. This result is the scream of an America desperate for radical change.»
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«Verdes Anos»




Era o amor
que chegava e partia:
estarmos os dois
era um calor
que arrefecia
sem antes nem depois…
Era um segredo
sem ninguém para ouvir:
eram enganos
e era um medo,
a morte a rir
nos nossos verdes anos...

Teus olhos não eram paz,
não eram consolação.
O amor que o tempo traz
o tempo o leva na mão.

Foi o tempo que secou
a flor que ainda não era.
Como o Outono chegou
no lugar da Primavera!

No nosso sangue corria
um vento de sermos sós.
Nascia a noite e era dia,
e o dia acabava em nós…

O que em nós mal começava
não teve nome de vida:
era um beijo que se dava
numa boca já perdida.

Pedro Tamen



(O som do vídeo é mau, mas a cena é inesquecível.)
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CGD soma e segue



Quando eu era miúda, havia um jogo em que cada um segredava ao parceiro do lado uma frase que este devia repetir ao que se seguia e assim sucessivamente até se chegar ao fim da fila. O último dizia em voz alta a dita frase que já pouco ou nada tinha a ver com a inicial. Mas isso era a brincar e não uma história a sério entre um governo e o gestor do principal banco de um país.
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A triste realidade dos factos


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Gerald Ford e a CGD



«O cómico Bob Hope dizia que era extremamente fácil descobrir onde o antigo Presidente norte-americano Gerald Ford estava a jogar golfe. Bastava seguir a fila de feridos.

A chacina não abonava a favor do "handicap" do político, mas mostrava como os campos de golfe eram locais de convívio salutar. Se seguirmos o jogo de golfe iniciado para criar uma nova administração para a CGD, o seu resultado parece saído das tacadas de Gerald Ford. Há feridos para todos os gostos. Tudo começou com a desastrada escolha de António Domingues para gerir a CGD. Erro colossal de Mário Centeno que um dia ainda terá de explicar melhor como foi possível criar esta comédia de enganos onde parece que poucos tinham a noção de que gerir um banco público da dimensão deste não é a mesma coisa que administrar um restaurante gourmet ou uma loja de gelados. Este vazio de poder na CGD é uma vergonha. Para todos os envolvidos, por mais explicações que todos tentem arranjar para se isentar da enorme trapalhada criada. A CGD é central na economia portuguesa. Não merece ser tratada como se fosse uma pária da sociedade. Sujeita aos humores de figuras menores.

Max Weber saudava a virtude como um valor criador de riqueza. Por isso, o pensador alemão acreditava que a ética protestante tinha tido um papel essencial no impulso do capitalismo. Nas margens do Tejo, mesmo que muitos se reivindiquem desses princípios ideológicos, o certo é que a virtude se evaporou. Serve apenas para ser servida como prato frio depois de refeições quentes em que se tratou de tudo menos do bem comum. Os últimos anos, divididos entre os geridos por Sócrates e os administrados por Passos Coelho, exemplificaram como a virtude passou a ser uma palavra oca. Sem sentido. Um dia se fará a história da destruição do sector financeiro português que, nalguns casos, tornou anémica muita da economia nacional. Gerald Ford andou por aqui. A ensinar como se jogava golfe e provocava feridos sem fim.»

Fernando Sobral

3.1.17

Equívocos


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Dica (471)




«A novidade está numa notícia publicada pelo "The Guardian", com base numa fuga de telegramas diplomáticos, segundo a qual Juncker foi uma peça essencial para travar legislação europeia contra práticas fiscais abusivas. Surpreendente? Não. Relevante? Sim.

Aparentemente, tudo se passou num grupo secreto a nível europeu, criado em 1998, para lidar com o tema da tributação das empresas. Nele, o Luxemburgo de Juncker liderou um pequeno grupo de países que permanentemente bloqueou quaisquer esforços para reforçar a troca de informação ou investigar esquemas de planeamento fiscal. Diz o "The Guardian", citando uma fonte anónima pertencente ao grupo, que "cada país está pronto para bloquear qualquer acordo. Mais que isso, cada país está pronto para negociar a sua política fiscal contra qualquer outro tema na UE".»
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It’s a crazy world

Recordar a fuga de Peniche, desta vez com toque pessoal (03.01.1960)

(Desenho de Margarida Tengarrinha, onde pode ser visto o percurso da fuga.)

Há 57 anos, deu-se a fuga mais célebre de presos políticos em tempos de fascismo e a utilização da Fortaleza de Peniche regressou agora de novo à ordem do dia, porque o actual governo começou por a incluir numa lista de monumentos a serem utilizados por privados para fins turísticos e acabou por retirá-la – e muito bem – da referida lista.

Se sou de um modo geral extremamente sensível a estes temas da preservação da memória relacionados com o fascismo, Peniche é-me especialmente próximo. Não é meu hábito referir factos familiares relacionados com efemérides, mas hoje é o dia. O meu marido participou, com Rogério Paulo e outros, na preparação da fuga e foi o condutor do carro que transportou Cunhal, e mais alguns que se evadiram, na primeira parte do percurso para Sul. Alguns meses mais tarde foi detido pela PIDE e passou em Peniche a maior parte dos seis anos em que o mantiveram preso. Estes factos são «património» familiar.

(José Pacheco Pereira, Álvaro Cunhal. O Prisioneiro, Temas & Debates, 2005, p. 722)

Não só por isso, mas assumo que também, me revoltam tanto os milhafres, que parecem pensar apenas em cifrões e em eleições autárquicas à vista e que tanto se esforçam por tentar sabotar uma exemplar decisão do governo em geral e, muito provavelmente, do ministro da Cultura em particular: repensar um destino para a Fortaleza, adequado ao seu passado.

Quanto aos factos, eles são conhecidos mas aqui ficam.

Álvaro Cunhal, Carlos Costa, Francisco Martins Rodrigues, Francisco Miguel, Guilherme da Costa Carvalho, Jaime Serra, Joaquim Gomes, José Carlos, Pedro Soares e Rogério de Carvalho fugiram da Fortaleza de Peniche em 3 de Janeiro de 1960, numa iniciativa absolutamente espectacular:


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E depois do escudo



«Há 15 anos, o escudo eclipsou-se. Foi um fim fulminante, tal como o das cabinas telefónicas, das máquinas de escrever ou dos postais de Boas Festas. Tornou-se uma relíquia, excepto para os mais velhos que ainda fazem contas em "contos".

O euro impôs-se na sociedade portuguesa e alimentou, durante anos, uma sociedade que se julgou rica até acertar com a cabeça na parede em 2011. Ninguém se preocupou muito durante alguns anos: estávamos na Europa, um daqueles "desígnios" que costumam toldar a visão portuguesa de tempos a tempos. (…) O problema é que nos atrelámos à Europa e esta hoje é, apenas, o euro. O resto são ficções de unidade política e económica. Até a livre circulação de pessoas vai um dia destes estoirar.

Pode não se ter saudades do escudo. Mas este euro traz mais problemas do que soluções a países como Portugal. Não há soluções claras para nenhum problema. A política não é uma ciência matemática. Mas parece claro que o futuro do euro é uma incógnita. Até porque é impossível conciliar uma única economia que cresce a sério (a da Alemanha) com a de países perdidos na dívida. (…) Se a Alemanha não quiser pagar para corrigir estas discrepâncias, não há máscaras que salvem o futuro pobre do Sul da Europa. É certo que na Europa ninguém vota por uma Cassandra e pelas suas profecias certeiras e nenhum político quer fazer de Cassandra, mas esta ficção acabará por se tornar um drama.»

Fernando Sobral

2.1.17

O estado da arte


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Metropolitano



Já houve um tempo em que julgaríamos estar a ver uma imagem de Tóquio – e não de Lisboa.
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Dica (470)



Intellectuals for Trump. (Kelefa Sanneh) 

«A rogue group of conservative thinkers try to build a governing ideology around a President-elect who disdains ideology.» 
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Solidariedade grega




«El establecimiento ocupado y autogestionado por activistas en Atenas acoge a 400 refugiados. (…)

El edificio fue construido en plena preparación para las olimpiadas de 2004 con un préstamo del Gobierno. Cayó en quiebra años más tarde y se sumó a la larga lista de víctimas de la crisis económica.
No fue hasta 2016 cuando un grupo de ciudadanos y activistas de Atenas dieron una vida completamente distinta al establecimiento. Tenían un objetivo: dar cobijo y asistencia a cientos de familias refugiadas. El bautizado como Mejor Hotel de Europa abrió sus puertas en abril después de que Macedonia cerrara la frontera de manera definitiva y del acuerdo UE-Turquía, con 57.000 refugiados atrapados en Grecia.» 
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