19.9.15
Livrai-nos do Bom
«Eram 17 interessados e, no fim, não houve casamento. O melhor é o Novo Banco ir para um convento. Parece-me a ideia mais sensata, não vale a pena insistir e vai-lhe saber bem o silêncio depois das manifestações dos lesados do BES. Em princípio. Porque a verdade é que o Novo Banco esteve, recentemente, quase um ano numas termas, a limpar todo o bicho que tinha e, no final, saiu de lá com mais 200 milhões de prejuízo em seis meses.
Não sei se o Novo Banco não está a ganhar características de casa assombrada. Alguém disse aos chineses que ainda se ouve o espírito santo, à noite (quando o tempo está mais húmido e escorregadio), a rondar os balcões dos depósitos, e eles fugiram. Também podem ter fugido porque fizeram contas, pois é sabido que os chineses são muito supersticiosos com dinheiro. (...)
Fazendo um ponto de situação, na ponta final da gestão deste Governo, perdemos a TAP, mas ficámos com mais um banco. Eu preferia variar, estou um bocado farto de ter bancos. A vantagem de ter bancos é que, como todos sabemos, é muito raro terem custos para o contribuinte e, ao contrário dos aviões, nunca caem.
Estava a ficar um bocado nervoso – já com ideias paranóicas, que nós ainda íamos pagar isto, etc. –, mas fiquei mais calmo quando vi a ministra das Finanças. Maria Luís veio à televisão dizer que não há custos para o contribuinte mas importa salvaguardar o sistema financeiro. Por acaso, ficava mais descansado se tivesse dito ao contrário.»
João Quadros
.
18.9.15
Para ler devagarinho
«Ao longo da sua história, o PS português já fez muito pela liberalização do mercado de trabalho. Mas o que nunca nos tinha dito é que a chave da sua política se baseia na flexibilização da vida na empresa em benefício de uma das partes, nomeadamente do poder de despedir, e que a recuperação da economia depende dessa transformação facilitando os despedimentos.
Uma coisa lhe posso garantir, caro leitor ou leitora, considerando a experiência: isto ainda tem muito por onde piorar.»
. Pilares das pontes do tédio
«Há uma fábrica de agenda setting que produziu esta campanha eleitoral pretensamente pluralista, mas que é artificialmente bipolarizadora, inventada pelos efectivos “donos disto tudo”, os que têm o monopólio do "storytelling" das alternâncias do rotativismo.
Basta consultarmos as centenas de candidatos só em Lisboa e concluirmos como são todos iguais, mas há alguns bem mais iguais do que outros. Daí que a segunda volta, entre Costa e Passos, ao manter o empate técnico, apenas levou à angústia do "playoff". Porque, um quarto de hora antes das eleições, qualquer deles ainda está vivo, mantendo os pilares das pontes de um tédio que, antes de o ser, já o era.
Com efeito, os políticos cimeiros desta transição têm preferido o provincianismo que nos têm governado, invocando o privilégio da "inside information". Querem “pertencer a uma civilização sem tomar parte no desenvolvimento superior dela – em segui-la pois mimeticamente, com uma subordinação inconsciente e feliz”, como disse Pessoa. Por isso serão tratados como meros feitores de um país, onde, eventualmente, o bom povo português pode querer obrigar os principais partidos a um acordo de interregno (de governo, ou de incidência parlamentar, entre PSD e PS, ou deste com os que podiam ser parceiros de uma velha frente popular). Porque o tabu pode ser desfeito e o totem, deixar de ser respeitado.»
José Adelino Maltez
.
17.9.15
Dica (135)
Faltou um primeiro-ministro. (Francisco Louçã)
«Costa oferece então obediência à Europa e um pouco de dinheiro para as pessoas. Passos não oferece nada porque está tudo no rumo certo. Respondem então a Portugal? Faltou um primeiro-ministro neste debate.»
.
Manuais escolares e prazos de validade
Ricardo Araújo Pereira na Visão de hoje:
«Tenho em casa pacotes de leite com um prazo de validade superior ao de certos manuais escolares. (...)
Em muitas famílias, parte do dinheiro destinado à alimentação vai para os livros: a fome gera subnutrição; o aluno estuda os efeitos da subnutrição no manual de biologia e verifica-os no próprio corpo. Não é um roubo, é uma visita de estudo permanente.»
Na íntegra AQUI.
. No lado errado da História
«Os noticiários na televisão enchem-se de imagens da Europa que há menos de um ano só acreditávamos serem possíveis no Sudão, no Chade, no Afeganistão ou noutro terceiro mundo qualquer. Mas agora os refugiados são brancos e estão mesmo aqui à porta.
É um disparate olhar para os desafios que a Europa agora enfrenta com os mesmos olhos do passado. O que aconteceu antes serve apenas para perceber como o homem se comporta em situações de stress e não para copiar e repetir as mesmas receitas.
Tudo o que as nações fizerem “como antigamente” redundará em desastre. O caso dos refugiados é exemplo disto mesmo. Quantos mais muros se erguerem maior será o problema. Quanto mais fronteiras se fecharem, maior será o desejo (e a necessidade) de entrar ilegalmente no que muitos ainda consideram (e para eles é mesmo) o Eldorado europeu. (...)
Os líderes europeus pensaram apenas em dinheiro, em lucro e em ganhar as suas próprias eleições nacionais, fazendo de conta que o “statu quo” da integração apenas tornava a Europa (o mercado europeu) maior (e mais rico). Ninguém teve a “inteligência” simples de perceber que a integração expansionista deixava a Europa na fronteira dos conflitos. (...)
O desafio europeu nunca foi tão grande. Esta Europa, feita de pequenos estados que historicamente sempre foram rivais, ou se une ou se desintegra.
Agora, a Hungria constrói muros para impedir os que sofrem de partilharem o conforto do euro, como antes Estaline fez em Berlim e muito antes o imperador Adriano na “Britannia”.
Toda a gente sabe o que acontece aos impérios que se barricam do lado errado da história.»
José Manuel Diogo
.
16.9.15
O fracasso europeu multiplicado por dois
«O adiamento para Outubro de uma resolução europeia comum sobre os refugiados, ao mesmo tempo que o espaço Schengen é posto em risco pela reabertura de fronteiras, é um somatório de más notícias. Contrariando os efusivos apelos de Juncker, a UE não foi capaz de estar à altura das exigências do drama que tem pela frente – e no seu território. Não foi a primeira vez, no caso sírio. Martti Ahtisaari, antigo Presidente finlandês que foi mediador da ONU, veio lembrar que a UE e os EUA rejeitaram uma proposta russa que incluía o afastamento a prazo de Assad. Foi em 2012 e percebe-se: eles acreditavam que Assad ia ser derrubado, logo não precisariam negociar. Mas não foi. Hoje, muitos milhares de mortos e desalojados depois, os mesmos que disseram “não” dispõem-se a encarar Assad, que continua a ser um ditador, como “interlocutor” para estancar a guerra e os refugiados. Alguém tirará lições úteis deste mortífero “adiamento”?»
Para quem tem acesso ao Expresso diário: O dia em que a Rússia sugeriu o afastamento de Assad e o Ocidente ignorou.
. Dica (134)
1660 milhões de razões para o PS não reduzir as pensões. (Francisco Louçã)
«O gráfico ao lado, sempre com as contas do próprio PS, apresenta os efeitos de duas medidas, comparando os valores: o que a segurança social deixa de receber porque é reduzida a TSU paga pelos patrões (2550 milhões) e o que a segurança social deixa de pagar com o congelamento das pensões (1660 milhões).
As pensões são “sagradas”. Mas o PS anuncia-nos que as vai reduzir em 1660 milhões de euros durante o mandato, ou seja, tirar um mês a cada um destes pensionistas. E que entrega aos patrões 2550 milhões de euros da segurança social.
A “palavra dada tem que ser honrada”. Pois tem.»
. Nuno Teotónio Pereira – mais um prémio
A Universidade de Lisboa atribuiu ao Nuno Teotónio Pereira o seu Prémio deste ano de 2015.
A cerimónia de entrega ocorrerá na Aula Magna, Reitoria da Universidade, Cidade Universitária, Alameda da Universidade, no dia 15 de Outubro, quinta-feira, pelas 17h00, com entrada livre.
.
Uma lição para uma Europa esfrangalhada – e uma grande vitória
«El Perú sabe que es necesario que Bolivia recupere su salida soberana al mar... Bolivia es un país que necesita el respaldo de sus hermanos para hacer un frente común en defensa de un derecho irrenunciable.»
. Nasceu Novo e era Bom
«Um prejuízo é um prejuízo. Não evaporou ao sol do Verão, não voa com o vento do Outono, não se afogará na chuva do Inverno. Um prejuízo paga-se. Perde-se. Hoje, amanhã ou depois. Estes, aqueles ou nós. Se o processo do Novo Banco foi abortado porque a venda traria um prejuízo de pelo menos dois mil milhões de euros (o Público fala em três mil milhões), reabilitá-lo para vender até à primavera não fará florir proveitos no lugar de perdas. Este processo foi um fracasso. Foi para o lixo. Começa-se de novo. E, sem explicar nada do que se passou, volta a prometer-se tudo sobre o que se vai passar.
Se as perdas com processos judiciais se concretizarem nos tribunais, o custo vai para o Fundo de Resolução: esses prejuízos serão pagos pelos demais bancos. Se o Novo Banco vende activos, fica com o prejuízo das vendas e ficará um banco mais pequeno. Se o capital é reforçado com obrigações, o Novo Banco poderá ter de pagar taxas de juro altas para atrair investidores privados, que por sua vez assumem o risco. Ou então, como alvitra o economista Ricardo Arroja no blogue O Insurgente, talvez “este empréstimo obrigacionista possa vir a ser de longo prazo convertível em capital do Fundo de Resolução, e por conseguinte do Novo Banco”: os outros bancos acabariam accionistas do Novo Banco.
Vê? Não é alquimia, é matemática. O prejuízo, que é sempre um prejuízo, vai ser redistribuído de outra maneira. Pelo mesmo Banco de Portugal. Com um novo governo. Com que banca? Como explicámos no Expresso Diário, o BCP e o BPI desvalorizaram 40% nos últimos três meses. Em grande parte por causa do Novo Banco.
Maria Luís Albuquerque diz que era melhor que tivesse sido vendido(no i). Passos Coelho diz que o processo "não tem nada que ver com eleições". O PS (citado pela Renascença) qualifica o cancelamento da venda como “um dos maiores fracassos” do Governo.
Como escreveu ainda ontem o Ricardo Costa, já percebemos que nos contaram um conto de crianças. E esse é talvez o maior problema: a falta de transparência no processo. Evitou-se um BPN, como nota Helena Garrido no Negócios. Mas não evitámos um prejuízo. O banco nasceu Novo. Era um banco bom. Alguém lhe há de pegar. Para já, pega a administração. A conta faz-se em 2016.
Ainda bem que Mark Zukerberg anunciou que o Facebook vai passar a ter botão “Não Gosto”.»
Pedro Santos Guerreiro, no Expresso curto de hoje.
. 15.9.15
Long, long time ago
Quando a TSU era sagrada. Há 3 anos? Uma eternidade. E o povo tornou-se de novo sereno.
. Victor Jara, há 42 anos
Victor Jara foi assassinado em 15 (ou 16) de Setembro de 1973, poucos dias depois do golpe em que morreu Salvador Allende.
No dia 11, estava nas instalações da Universidade, que foram cercadas por militares, sendo depois transportado para um Estádio transformado em campo de concentração, onde foi torturado e assassinado.
Poucas horas antes de morrer, escreveu o seu último poema – «Somos cinco mil» – que chegou até nós graças aos seus companheiros de cativeiro.
.
«União Europeia»?
Não será o euro nem Grécias que farão implodir a União Europeia, mas o seu vergonhoso atestado de incompetência para lidar com a questão dos refugiados.
A ler:
E que respondeu António Costa à pergunta de Catarina Martins?
Nada, ignorou-a, pura e simplesmente. Faria o mesmo se estivesse a enfrentar Passos Coelho ou Paulo Portas? Claro que não!
. Quando o futebol é o contrário da democracia
«Não sei se a realização de três jogos de futebol no dia das próximas eleições legislativas, decidida pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional (por imposição dos próprios clubes, segundo as notícias), vai ter alguma influência sobre a abstenção. (...)
Não se pode dizer que a posição dos clubes seja surpreendente. Os clubes de futebol habituaram-se nas últimas décadas, em Portugal e em muitos outros países, a ocupar uma posição acima da moral e da lei, sancionada pelo furor das paixões das multidões que o jogo move. Se existe sectarismo nos partidos, o sectarismo é o coração e a razão de ser do futebol, um sectarismo que atravessa classes e ideologias, profissões e regiões. Daí que os clubes de futebol se tenham habituado a um estatuto de excepção, a uma constante protecção por parte dos poderosos de todos os outros poderes e, nomeadamente, a um tratamento de favor por parte do estado, que espalha pelos clubes benefícios que retira dos nossos bolsos sem que se levante um clamor indignado na sociedade, como seria normal. (...)
Os grandes cúmplices da arrogância dos clubes de futebol são, naturalmente, os media, que concedem a este desporto/negócio um estatuto de verdadeiro desígnio nacional e o equiparam (quando não o sobrepõem), em todos os espaços noticiosos ou de comentário, às questões mais fundamentais da nossa sociedade.
Não existem palavras para descrever a vergonha que deveria ser para uma redacção de jornalistas abrir um telejornal com um fait-divers de futebol, mas isso acontece com uma frequência assustadora nas nossas televisões. Um clube muda de treinador? Os primeiros vinte minutos de todos os telejornais são dedicados à “notícia”, acrescentados de horas de debates com a participação de especialistas, alguns deles figuras conhecidas do mundo político. (...)
Cabe aos media colocar o futebol no seu lugar - um jogo, um hobby, um negócio, uma rede de interesses que deve ser fiscalizada e não um projecto nacional nem uma actividade estratégica - e ajudar a devolver à cidadania o que é da cidadania.»
José Vítor Malheiros
.
14.9.15
A propósito de reestruturações da dívida
«A Assembleia Geral das Nações Unidas votou por uma ampla maioria os "princípios gerais" relativos a reestruturações de dívidas soberanas, propostos pela Argentina e G77 + China. O tema proporciona vários debates.
Por um lado, os promotores da iniciativa mostram-se satisfeitos com 136 votos a favor, 42 abstenções e 6 negativos. Naturalmente, os votos negativos são nada menos do que dos EUA, da Grã-Bretanha, da Alemanha, do Japão, do Canadá e de Israel e os EUA têm poder de veto nas instituições financeiras internacionais. Além disso, são o país onde os detentores de obrigações especulativas da Argentina, os fundos abutre, conseguiram apoio judicial e sentença final contra a Argentina por 1.600 milhões de dólares. A isso há que acrescentar os encargos impostos por não ser cumprida a exigência legal dos EUA, já que é a Argentina que reconhece a possibilidade de litigar contra um país numa sede externa, neste caso em de Nova Iorque.
Por outro lado, a resolução não é vinculativa e será válida apenas para o futuro, pelo que não atinge as questões específicas que actualmente preocupam a Argentina no conflito com os fundos abutre e com a justiça dos Estados Unidos. A resolução permite pensar e discutir a viabilidade operacional das disposições e, ainda mais, o alcance daquilo que foi aprovado pela ONU e quem são os beneficiários. Enquanto o texto é inspirado nos direitos soberanos dos países devedores, a resolução confirma essencialmente os direitos dos credores. Esses direitos nunca são postos em causa, deixando de lado uma reivindicação socialmente generalizada, que se baseia nas auditorias ou investigações sobre a dívida para definir a sua legitimidade ou falta dela, incluindo o carácter odioso das mesmas.»
Texto na íntegra aqui.
.
13.9.15
Um pequeno absurdo
Dai-nos, meu Deus, um pequeno absurdo quotidiano que seja,
que o
absurdo, mesmo em curtas doses,
defende da
melancolia e nós somos tão propensos a ela!
Se é verdade
o aforismo faca afia faca
(não sabemos
falar senão figuradamente
sinal de que
somos pouco capazes de abstracção).
Se faca afia
faca,
então que a
faca do absurdo
venha afiar
a faca da nossa embotada vontade,
venha
instalar-se sobre a lâmina do inesperado
e o dia a
dia será nosso e diferente.
Aflições?
Teremos muitas não haja dúvida.
Mas tudo
será melhor que este dia a dia.
Os povos
felizes não têm história, diz outro aforismo.
Mas nós não
queremos ser um povo feliz.
Para isso
bastam os suíços, os suecos, que sei eu?
Bom proveito
lhes faça!
Nós queremos
a maleita do suíno,
a noiva que
vê fugir o noivo,
a mulher que
vê fugir o marido,
o órfão que
é entregue à caridade pública,
o doente de
hospital ainda mais miserável que o hospital
onde está a
tremer, a um canto, e ainda ninguém lhe ligou
nenhuma. Nós
queremos ser o aleijado nas ruas, a pedir esmola, a
a
bardalhar-se frente aos nossos olhos. Queremos ser o pai
desempregado
que não sabe que Natal Dai-nos, meu Deus…
há-de dar
aos seus.
Garanti-nos,
meu Deus, um pequeno absurdo cada dia.
Um pequeno
absurdo às vezes chega para salvar.
.
.
RTP: ao serviço do público ou da AD?
O Prós & Contras de amanhã, 14/9, tem como tema «Teríamos um ex-primeiro ministro preso se o PS fosse governo?»
(Por outras palavras, tempo de antena oferecido ao dr. Rangel e seus amigos.)
(Luís Vargas no Twitter)
. .
Isto não é um país real
Andamos todos a voar por cima de um ninho de cucos.
. Debates como espectáculo
«Quando esta prosa for publicada, o debate entre António Costa e Pedro Passos Coelho acabou. Como destes debates se espera que sejam combates de boxe, haverá um vencedor e um vencido. Já terei comentado a actuação. Mudará o combate o meu voto? Claro que não. Porque se trata disso, actuação, uma sabatina em que o mais treinado ou o mais expedito em palavras, o mais media trained, pode dar cabo do outro. O que isso me diz sobre o mérito da governação é nada. Quando mais mediatizamos a democracia mais ela se esvazia de gente competente que não tem talento mediático. O tempo dos grandes comícios acabou com o tempo das grandes revoluções. Os discursos e as atitudes são uma cuidadosa encenação de actores com um argumento escrito por profissionais. Nada é espontâneo ou natural. As vozes são afinadas pelo timbre da tecnologia. As frases são moduladas para o sound bite e o hashtag. A gravata é escolhida pelos assessores. A entrada em cena é filmada como se dois gladiadores entrassem no Coliseu rodeados do séquito de funcionários e conselheiros. Até os jornalistas são espectáculo. O espectáculo é anunciado semanas antes para que a multidão tenha o seu circo. E os media a sua audiência. Por trás ficaram a personalidade e a verdade. Toda a gente tem uma verdade, mesmo quando somos obrigados a viver num mundo de artifício. A verdade é o contrário das aparências. Por isso escrevo isto antes do debate.»
Clara Ferreira Alves, Expresso, 12.09.2015
.
Subscrever:
Mensagens (Atom)