Fernando Sobral, no Negócios de ontem.
«Como no "Retrato de Dorian Gray", de Oscar Wilde, Portugal envelhece no quadro enquanto os seus políticos aparentam continuar jovens e belos, como se nada se passasse. O congresso do PP validou esse universo ficcionado. (...)
A nova classe política de então perdeu a ambição de mudar. É isso que permite Pedro Passos Coelho chegar ao encontro dos Trabalhadores Sociais-Democratas e praticamente esquecer o valor do trabalho ou a dor do desemprego. E falar apenas de macroeconomia e de rigor nas contas públicas. (...)
Assistindo a tudo, Portugal ficou apenas mais exausto e mais velho. Vendo o que em seu nome foi feito a favor de apenas alguns. Os que têm sucesso na política ou nos negócios ou nas organizações internacionais. O regime evoluiu, mas não mudou. E o pior, mais do que o falhanço de uma geração, é que não há sinais de regeneração política em busca de um país melhor para todos.»
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