22.1.09

Julgava que o PC era contra os monopólios














No lançamento da CDU 2009, Jerónimo de Sousa terá dito (citado pelo Avante! de hoje)

«Pela coerência do seu projecto e a garantia que o seu percurso unitário e democrático testemunham, a CDU é a única força cujo reforço eleitoral e político pode pôr fim à alternância e abrir portas à construção de uma alternativa política».
(O relevo é meu).

É por outras, mas também por estas, que o PC perde toda a autoridade moral quando fala da arrogância de outros, quando se queixa de não ser convidado para tentativas, goradas ou não, de união das esquerdas, quando os resultados das sondagens fazem prever que passe para penúltimo grupo com representação parlamentar.

12 comments:

Anónimo disse...

Joana Lopes percebeu tudo muito bem. E ao apelo directo ao voto na CDU por parte de Jerónimo de Sousa só descobriu "arrogância" e "monopólio". Imaginemos que tal frase, com as devidas adaptações, fosse proferida pelo seu camarada Louçã. Onde estaria a pose crítica de Joana Lopes? E fica-lhe muito mal a amnésia sobre anteriores votações na CDU. Não é propriamente assunto que particularmente nos passe ao lado as anteriores opções eleitorais. Mas claramente o sentido de voto de Joana Lopes está no BE. Ou no PS/Sócrates,se não fosse em maioria absoluta. Ou, digo eu, no PS/Sócrates/BE. A anterior votante do BE admite votar PS. PONTO FINAL. O problema para Joana Lopes não é a politica de Sócrates, que justifica manifestações,greves, repúdio generalizado, mas os excessos das maiorias absolutas. tão inconsequente que não dá para acreditar. vote PS ou vote BE tudo fica na mesma. ah! e não há problemas de consciência, a memória não fixa...

Joana Lopes disse...

Como parece ter lido posts que escrevi recentemente sobre este assunto, sublinho que sabe perfeitamente que não sou «camarada» de Louçã.

Nesses posts, disse que, em princípio, votarei BE. E também que não votarei PS. Onde é que leu algo que lhe permita escrever: «A anterior votante do BE admite votar PS»?

E o que é isso de : «fica-lhe muito mal a amnésia sobre anteriores votações na CDU»????
Talvez se aplicasse se alguma vez tivesse votado União Nacional durante o fascismo, não me envergonho por ter votado CDU!

Joana Lopes disse...

D.,
Podia ser mas explícito?

Anónimo disse...

Porque é que quando se expressam opiniões em ambiente que julgamos democrático, logo surgem "críticos" (desculpem o optimismo) escondidos sob as capas do anonimato, dos pseudónimos ou do hermetismo? Quem nos andará a espiar? E de que mal nos ameaçarão do qual nós não consigamos defendermo-nos?

Há muito pouco tempo, hoje, li um artigo de opinião de um moçambicano que tentava convencer os seus compatriotas mais jovens a não terem medo e a manifestarem-se publicamente em solidariedade com os seus vizinhos zimbabweanos contra a repressão de que são alvo por parte dos esbirros do Mugabe. E pensei: em Moçambique ainda é necessário apelar ao fim do medo da juventude? Após estes anos todos?

Afinal, olhando novamente cá para casa, dou comigo a pensar: em Portugal ainda existe medo? Ou será somente cobardia?

Anónimo disse...

A amnésia de Joana Lopes- em resposta a post anterior- "Posso ter votado PCP ou CDU (já há bastante tempo). UDP garantidamente, Bloco desde que existe". Quem mente? Não sabe se votou CDU (PCP é difícil,já que a sigla PCP não aparece nos boletins de voto)? E é ou não votante ANTERIOR do BE?
A moralidade de Jorge Conceição- espiar quem tem opinião diferente? cobardia? e se em Portugal existe medo? oh, Deus, este homem não existe! mas se quer o meu nome, fazendo dele o que lhe aprouver, aí vai Cristiano Ribeiro, médico, comunista, ao seu dispor. E não se suje outra vez!

Joana Lopes disse...

Caro Cristiano Ribeiro,

Poderá ser suficientemente jovem para se recordar apenas da sigla CDU, mas não é o meu caso. O PCP apareceu, sim, nos boletins de voto. Um exemplo? Logo nas primeiras legislativas, em 1976. Depos, antes de CDU, houve APU. Lembra-se?

E escusa de se irritar com o Jorge Conceição, porque, nesta casa, aprecia-se calma.

Anónimo disse...

Não preciso que me relembre a história, que a conheço bem (FEPU, APU,CDU). Eu vou aparecendo por aqui, não para mudar opiniões ou opções, mas para aclarar as brumas de certas memórias.

Anónimo disse...

Oh Cristiano, não gaste cera com ruins defuntos... o que ela quer é posts.

Anónimo disse...

Que grande motivo de escândalo, que enorme arrogância, que incomparável soberba : no momento em que apresentava a concorrência da CDU à três eleições, Jerónimo de Sousa considerou que o «reforço eleitoral» da CDU era o «único» que podia ajudar a conquistar a alternativa necessária.

Ou seja, parece que o secretário-geral do PCP cometeu o crime de lesa-majestade de ter melhor opinião sobre o projecto do seu partido e sobre os efeitos políticos do seu reforço eleitoral do que terá sobre os de outros partidos.

Ou seja, limitou-se a dizer, com franqueza e transparência, tudo aquilo que, com menos ou mais pós, o Bloco de Esquerda diz em todas as campanhas eleitorais !

E, a respeito disto, vir falar de «monopólios» ou é torcer capciosamente o sentido das palavras dos outros ou é um triste acto de tresler.

Atire-se a moeda ao ar.

Anónimo disse...

Não acredito que seja por gritar ou por tentar achincalhar os outros que pensam de modo diferente que os diferentes anónimos consigam obter um maior número de votos.

Uma coisa de que, suponho, se esquecem é que os votos pertencem aos eleitores e estes farão deles o que muito bem entenderem. Dar a maioria a este ou àquele partido? Concerteza. E bom será, para esclarecimento de todos, que os partidos apresentem políticas, programas, elucidando quem gosta de votar não por clubismo, mas por consciência e opção política.

Frases espanpanantes do tipo "somos os únicos", ou, como cantava o Sérgio Godinho, "nós é que somos os bons" julgo que não levam a lado nenhum.

As manifestações muito participadas, as greves efectuadas, etc., são por si só o sinal da grande mudança que aí vem e que irá colocar a CDU, digo, o PCP como única força a governar Portugal nas próximas eleições? Cada um poderá acreditar no que quiser, mas isto de eleições não me parece que seja uma questão de fé.

Mudando de assunto: não entendi essa de "não se suje outra vez", mas também não precisa de explicar, pois talvez assim evite mais um ataque de bilis.

Anónimo disse...

Espero que a APU fique satisfeita com os votos que vai obter, até porque diz “Toda esta situação só se poderá inverter com a CDU mais forte”, referindo-se, claro, a quanto tem feito e praticado o governo de direita de Sócrates. Se assim for, lá veremos como vai a CDU “inverter” essa situação.
No texto do Avante, não se fala do que consiste a sua política, na situação presente, e limita-se a dizer que fará o que tem feito até aqui, com a “coerência do seu projecto e a garantia que o seu percurso unitário e democrático testemunham”. Apesar desse testemunho, apreciaria que, para o futuro e na conjuntura presente, este projecto, fosse um pouco mais explicado. Bem sei que se tratou duma peça de propaganda, mas poder-se-ia ir um pouco mais além para proveito de muitos leitores.
Com a CDU “mais forte” "inverte" a situação existente, mas, se nos limitarmos ao Parlamento, que número de parlamentares próprios será necessário. Noutro plano, poderá um aumento dar mais força à luta de massas, o que será para duvidar. É mais crível o inverso, o aumento da luta de massas não fazer subir, mecanicamente, as votações parlamentares.
Ajudará a tirar a maioria absoluta. O que acho bem. E depois, até pode acontecer – o futuro comporta um mistério mais misterioso do que o da Santíssima Trindade – que venha a ajudar a constituir uma maioria necessária.
O PC (CDU) quererá participar em entendimentos, aproximações ou o que quer que seja e lá afirma que na “CDU reside a força que junta, que une e torna mais próxima a possibilidade duma ruptura com a política de direita, que não se limitou nem limita a dizer “basta!”, que tudo fará também dizendo “Sim é possível uma vida melhor!”». Creio que apenas se procura a “imagem” de uma intenção, sem que esta exista na verdade. O PC, no quadro que estabelece, sabe que isso não é possível. Não terá pois, por aí, uma maior força parlamentar.
A propósito destas próximas eleições, surgiu-me a ideia da dissolução, pela força militar e por ordem de Lenine, duma Assembleia Constituinte, eleita anteriormante e quando estava em plena sessão,a primeiro, julgo, uma Assembleia dissolvida então quando anteriormente a havia fortemente reclamado. As várias fases da Revolução. E a socialista revolucionária Maria Spiridonova, um mito vivo e personagem hoje esquecida, foi também, nesse Janeiro de 1918, corrida da Assembleia Constituinte. Enfim, um monopólio, ou quase, mas esse quase é outra conversa, do poder político para os bolcheviques.

Crixus disse...

Costumo passar por aqui, pois como militante do PCP gosto de ver como há pessoas que dedicam a sua vida (a sua vida, intensiva e extensivamente) a tentarem caluniar, destruir, prejudicar,achincalhar o PCP. Subscrevo o que diz o meu camarada (olha ele usou "camarada" já podemos gozar) Cristiano Ribeiro. A Joana Lopes adivinha o definhamento do PCP, e entra em extase com isso. A mim, daria-me prazer o fim do PNR, e o definhamento do CDS e PSD e a mudança de politicas do PS, mas não ficaria particularmente feliz com o afundamento eleitoral de nenhum partido de esquerda, e considero que o BE tem o seu papel na construção de uma alternativa democratica. Mas aqui, critica-se o SG do PCP por apelar ao voto na CDU!!! O que dizer da "Esquerda de Confiança". Uma coisa posso asegurar à Joana Lopes, havemos de morrer todos e o PCP há-de continuar a existir, porque apesar de haver muita gente que nutre um odio profundo ao PCP, ele continua a ter pessoas que o vêm como o seu partido.