14.3.18

2021: Odisseia no Espaço



«É bom que acreditemos que os actuais dirigentes do PSD são devotos fãs de livros e filmes de ficção científica. Isso permitiria que acreditássemos que eles têm uma visão de futuro e não vivem fechados numa câmera de eco do passado.

Os últimos dias do PSD têm-se assemelhado à tentativa de realização de uma versão de série B do célebre filme de Stanley Kubrick, baseado na obra de Arthur C. Clarke, "2001, Odisseia no Espaço". A produção de Rui Rio e dos seus mais dedicados colegas tem origem nas mesmas perplexidades: existirá vida fora da Terra? Como reagiremos quando confrontados com algo que nos transcende? Teremos capacidade de compreender a realidade? O argumento da comédia rock espacial já tem argumento, e foi desvendado por um dirigente do PSD no Expresso: o objectivo da nova liderança é ganhar as autárquicas de 2021 e, depois, as legislativas de 2023. Se o PSD perder as várias eleições de 2019, não há drama. Perdão? Acreditando que a direcção do PSD não está neste momento a recriar uma comunidade hippie da década de 1960, podemos questionar-nos: acham os dirigentes do PSD que os seus militantes vão estar à espera de 2021 por uma vitória? É a mesma coisa que um dirigente do FC Porto, Benfica ou Sporting chegar junto dos adeptos e dizer-lhes: o nosso objectivo é ganhar o campeonato em 2021. Seria corrido com uma vaia e o arremesso de tomates.

O objectivo de um partido de poder, como é o PSD, é estar em S. Bento. Agora, amanhã, em 2019. Ou pelo menos acreditar nisso. De outra forma o melhor é procurar alternativas. Assunção Cristas tem uma nave espacial aberta a recolher náufragos espaciais. Como se não bastasse este delírio psicadélico, elaborado ao som do notável "White Rabbit" dos Jefferson Airplaine, o PSD de Rui Rio vai fazendo parte do universo ficcional de "Alice no País das Maravilhas". Nada que choque. O caso do secretário-geral Feliciano Barreiras Duarte como "visiting scholar" de Universidade de Berkeley já não espanta. Foi ali o quartel-general do movimento hippie nos anos 60.»

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