9.4.14

Velhos e novos



Alberto Pinto Nogueira, no Público de ontem.

«O magno problema do Governo são os velhos. (...)

Andaram 40 anos e mais a descontar para reformas e pensões. Deu-lhes agora para exigir as pensões e reformas. Já não têm direito nem ao trabalho, nem às pensões ou reformas.

O que melhor revela a febre esbanjadora dos velhos é o “colaboracionismo” na edificação e reforço do regime democrático. Direitos, liberdades e garantias dos cidadãos. Liberdade de imprensa, de associação e manifestação. Serviço Nacional de Saúde. Educação e ensino para todos. Vias de comunicação. Políticas de defesa efectiva da maternidade e infância. Direito e Processo Penal em que há defesa dos arguidos. Estado de Direito. Com liberdade, sem guerras ou polícia política. Tribunais plenários.

Em 1974, os velhos de hoje já cá estavam. Jovens. Gastadores. Agora que paguem.

Outro magno problema são os novos.

São tão ou mais gastadores que os velhos. Mais de metade não sai de casa dos pais. Nada produzem. Nem bens, nem serviços. Só se servem do que o Governo produz e lhes oferece. Nem todos. Há os amigos e os assessores de 20 anos e mesmo membros do Governo. Sem estes, o país caía no caos e no dilúvio. Aos outros, já foi orientada a grande saída. Emigrar. (...) Não querem trabalhar. Nem há trabalho. Os pensionistas e reformados ocupam tudo quanto é lugar no Estado e nas empresas. Encostam-se às reformas e pensões dos velhos.

O Governo prossegue nas reformas.

Os velhos mais velhos e desossados. Os novos vão para velhos. Cada vez mais desempregados e magrinhos. Por causa dos velhos!»
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