5.2.15

BCE: a Europa a cavar o seu próprio abismo?



O BCE anunciou, ontem à noite, que deixa de aceitar dívida pública grega como garantia nos empréstimos aos bancos. A decisão caiu como uma bomba e está naturalmente a produzir muitas e diferentes ondas de choque.

A Grécia já reagiu, através do ministro das Finanças Yanis Varoufakis, em comunicado onde este explica que a decisão não terá um impacto negativo no sector financeiro da Grécia e que ela «coloca a pressão no Eurogrupo - a reunião dos ministros das Finanças da zona euro - para uma rápida conclusão entre a Grécia e os seus parceiros de um acordo que beneficie todos».

Quaisquer que sejam os resultados das etapas que se seguem, vale a pena ler o que escreveu sobre o tema, a quente, a insuspeita Helena Garrido. Pode, de certo modo, resumir-se neste juízo: «No euro ninguém quer resolver a crise, quer mostrar que tem razão no modelo que está a aplicar. E que as coisas ou são feitas à sua maneira ou seremos todos castigados. É triste, mas este é um exemplo de que a Europa da cultura e do pensamento livre, que procura as melhores soluções para os problemas dos seus cidadãos, acabou.» (AQUI, o texto na íntegra – merece leitura.)

Dias decisivos, aqueles que vivemos – para os gregos, para nós, para o futuro dos nossos filhos e dos nossos netos. Esperemos que os dirigentes europeus não continuem a empurrar-nos em direcção ao abismo.

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