Há 38 anos, em 30 de Abril de 1975, a rendição de Saigão (actual Ho Chi Minh) pôs fim à Guerra do Vietname.
Ocupadíssimos que andávamos por cá com o rescaldo das primeiras eleições livres para a Assembleia Constituinte, que tinham ocorrido cinco dias antes, pouca atenção foi prestada ao fim deste terrível conflito, mesmo por aqueles que tinham andado pelas ruas de Lisboa em pelo menos duas proibidíssimas manifestações, em 1968 e 1970. Quem lá esteve não esqueceu a polícia a pé e a cavalo na Duque de Loulé, onde se situava a Embaixada dos EUA, a dispersar tudo e todos, à bastonada, nem as tradicionais correrias para lhe escapar. Mas se também lá estive, e se desde o início escolhi «o meu campo», confesso que só interiorizei verdadeiramente a dimensão do que foi o conflito em questão quando estive no Vietname, há quatro anos.
Nunca mais esquecerei o War Remnants Museum, um dos mais terríveis que percorri, onde se encontram muitas imagens, instrumentos de tortura e outros pavorosos testemunhos da ferocidade de que o homem foi, é e será capaz.
Devo dizer que me foi muito difícil percorrer este museu, depois de ter visitado Cu Chi, «Terra de ferro, cidadela de bronze», como se autodefine, localidade a 60 quilómetros a Noroeste de Ho Chi Minh, que se orgulha de ter contribuído de um modo muito especial para a vitória da «Guerra anti-Yankees». É em Cu Chi que se encontram 200 quilómetros de túneis que serviram de vias de comunicação, de esconderijo, de hospitais e até de salas de parto para os vietnamitas. Tinha lido varias descrições, mas o que vi toca os limites do inacreditável.
E, para além de tudo o resto, torna-se impossível perceber como é que os americanos alguma vez acreditaram que podiam ganhar aquela guerra, apesar dos dois milhões de mortos que ficaram para trás.
Veja-se ou reveja-se:
Dois vídeos, um sobre o Museu, outro sobre os túneis de Cu Chi:
Um álbum de fotografias.
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