21.12.09

Já com algum atraso, parabéns camarada!















Estaline teria completado 130 anos no passado dia 18 e «Memorial», uma associação de defensores dos direitos humanos na Rússia, lançou uma campanha para que os seus crimes sejam juridicamente apreciados e valorizados. Já não é sem tempo!!!

Recorde-se que «Memorial» ganhou este ano o prémio Sakhrov. Um dos seus líderes, Arseni Roguinski, sublinha agora a urgência de «desestalinizar» o país como medida indispensável para que seja possível construir «um futuro normal».

Entretanto, o Partido Comunista da Rússia tinha pedido que, a propósito da efeméride, não manchassem a memória do ditador: «Quisiéramos que ese día cesen las discusiones acerca de ciertos errores de la época estalinista, para que la gente reflexione sobre la figura de Stalin como creador, pensador y patriota.»

Certos erros? Mas onde é que eu já ouvi isto???

7 comments:

Marquês disse...

Mas fazer isso era estar só a interpretar metade da História. E, mais importante, a outra metade da história de Staline é a mais significativa, por muito mais sinistra e perduradora. Isso é o que todos os "branqueadores" pretendem: que se esqueça o mau, o perverso, o criminoso e nos debrucemos apenas sobre o glorioso, a propaganda.
No caso de Staline isso representaria atraiçoar aqueles milhões que morreram, desde as fomes da Ucrânia até à sala mais recôndita do sinistro edifício da Praça Lubianka.

Aristes disse...

E por cá quando é que os crimes de Salazar, Marcelo e capangas, são "juridicamente apreciados e valorizados. Já não é sem tempo!!!"

Joana Lopes disse...

Mas o que o «Memorial» pretende, Marquês, é precisamente lembrar «o mau e o preverso». Ou não percebi bem o que quis dizer?

Joana Lopes disse...

Aristes, Amigo não empata amigo: denunciem-se todos. Mas talvez valha a pena não confundir o que não é comparável.

Marquês disse...

Joana,
o meu comentário referia-se, apenas, ao último parágrafo do "post": o pedido do Partido Comunista da Rússia para que a comemoração versasse sòmente a parte boa de Staline. Claro que percebi que o "Memorial" pretende perpetuar para o futuro a lembrança dos crimes do "pai dos povos". Para que nunca ninguém se esqueça.

Jorge Conceição disse...

Para que ninguém se esqueça dos Crimes de Staline! Certo! Que a herança desses tempos nos dias de hoje ainda ali se fazem sentir, que o digam os activistas do "Memorial", com a sua já longa lista de "eliminados" (Anna Politovskaya, Stanislav Markerov,Anastasia Baburova, Natalia Estemírova, etc.).

Claro que não é a mesma coisa, eu sei. Nem de perto, nem de longe! Mas "os tiques" adquiridos nessa maneira de resolver os problemas políticos, tornou-se quase uma cultura do poder na Rússia e estados ex-URSS...

Joana Lopes disse...

Tem razão, Jorge: é muito difícil mudar as cabeças das pessoas e, afinal, ainda passou pouco tempo. Por isso é tão importante que haja instituições com a coragem e a persistência do Memorial.