É a montante de todas as justificações e subtilezas jurídicas, que encheram jornais e blogues, que a questão deve também ser interpretada e concordo por isso com o seguinte:
«A relação do Partido Socialista com a igualdade é uma história feita de ambiguidades, de ziguezagues e de falta de coragem. Há pouco mais de um ano, quando chumbou no Parlamento a proposta do Bloco para alargar o direito ao casamento a todos os cidadãos, alguns porta-vozes do PS anunciavam que eram a favor do que tinham acabado de chumbar porque era preciso "um grande debate nacional" antes de consagrar a igualdade.»
O secretário de Estado da Presidência do Conselho veio entretanto explicar que «o PS não tem “mandato democrático” para avançar com essa medida, porque o debate existente durante a campanha eleitoral versou apenas o casamento entre pessoas do mesmo sexo».
Dou de barato que, na legislatura anterior, Sócrates tenha receado que muitos dos seus deputados votassem contra o que agora foi decidido. Mas se o PS se tivesse manifestado claramente a favor da possibilidade de adopção por casais formados por pessoas do mesmo sexo durante a campanha eleitoral (prevendo todas as cláusulas a introduzir ou a retirar dos códigos), os novos candidatos a deputados saberiam com o que contar neste domínio. E não teriam o direito a reclamar se lhes fosse imposta disciplina de voto, como não reclamarão (julgo eu...) quando forem agora forçados a votar contra os projectos dos Verdes e do Bloco (*), que prevêem a adopção.
Mais vale um pássaro na mão? Certamente. Mas com alguma cautela porque ficam muitos pássaros por aí a voar.
(*) Leio hoje, 22/12, que, segundo Francisco Assis, nada está ainda decidido quanto à obrigatoriedade de os deputados do PS votarem contra os projectos dos Verdes e do Bloco.
«A relação do Partido Socialista com a igualdade é uma história feita de ambiguidades, de ziguezagues e de falta de coragem. Há pouco mais de um ano, quando chumbou no Parlamento a proposta do Bloco para alargar o direito ao casamento a todos os cidadãos, alguns porta-vozes do PS anunciavam que eram a favor do que tinham acabado de chumbar porque era preciso "um grande debate nacional" antes de consagrar a igualdade.»
O secretário de Estado da Presidência do Conselho veio entretanto explicar que «o PS não tem “mandato democrático” para avançar com essa medida, porque o debate existente durante a campanha eleitoral versou apenas o casamento entre pessoas do mesmo sexo».
Dou de barato que, na legislatura anterior, Sócrates tenha receado que muitos dos seus deputados votassem contra o que agora foi decidido. Mas se o PS se tivesse manifestado claramente a favor da possibilidade de adopção por casais formados por pessoas do mesmo sexo durante a campanha eleitoral (prevendo todas as cláusulas a introduzir ou a retirar dos códigos), os novos candidatos a deputados saberiam com o que contar neste domínio. E não teriam o direito a reclamar se lhes fosse imposta disciplina de voto, como não reclamarão (julgo eu...) quando forem agora forçados a votar contra os projectos dos Verdes e do Bloco (*), que prevêem a adopção.
Mais vale um pássaro na mão? Certamente. Mas com alguma cautela porque ficam muitos pássaros por aí a voar.
(*) Leio hoje, 22/12, que, segundo Francisco Assis, nada está ainda decidido quanto à obrigatoriedade de os deputados do PS votarem contra os projectos dos Verdes e do Bloco.
1 comments:
Já que colocou um video de Alfred Hitchcock (The Birds), que tal colocar aqui no seu blogue aquela "pérola" que colocou na sua página do facebook (a blogosfera de segunda ;). Aquele video que comparava o Secretário Geral do PS ao Hitler e que tinha um deputado "larilas"?
Na altura houve grande risota na sua página. Coloque,coloque gostava agora de me rir eu de quem se encosta às causas conforme os ventos.
As "fufas"* e os "larilas" dão jeito, mas só de vez em quando.
É a política.
*mas temos cá uma memória :)
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