Terão sido muitas as queixas apresentadas ao Provedor do Telespectador da RTP, Jorge Wemans, sobre o tema em questão e reproduzo aqui a resposta recebida. (Hoje, 29.12.2020, o entrevistado será o candidato Marcelo Nuno Duarte Rebelo de Sousa.)
«Encarregue de entrevistar os candidatos a Presidente da República, o jornalista João Adelino Faria escolheu como método para dar a conhecer o pensamento de cada um deles interrogá-los sobre factos concretos e situações bem tipificadas. Insistindo para obter respostas concretas e taxativas. O método é conhecido e tem vantagens sobre entrevistas baseadas em questões genéricas e abstratas. Sobretudo tratando-se de entrevistas curtas (30 min.).
Vários telespetadores manifestaram ao provedor o seu desagrado quanto às frequentes interrupções com que o jornalista cortou o raciocínio dos candidatos entrevistados, não os deixando expressar com tranquilidade o seu pensamento, confrontando-os com interpretações distorcidas do que disseram e impedindo-os de fundamentarem os seus pontos de vista.
Alguns telespetadores usaram a correspondência com o provedor para caluniar, difamar e emitir insinuações a respeito de João Adelino Faria. Ainda que tais comportamentos se estejam a tornar habituais, o provedor repudia frontalmente tais atitudes a que obviamente não responderá.
Revistas as entrevistas, o provedor conclui que a prestação de João Adelino Faria pecou por demasiada insistência nas perguntas para as quais pretendia obter respostas, excesso de interrupções do discurso dos entrevistados e, por vezes, extrapolação enviesada do que por eles tinha sido referido. Em algumas entrevistas o tempo de fala do entrevistador foi igual ao tempo concedido ao entrevistado. Desta forma, os telespetadores pouco ganharam em termos do conhecimento do pensamento e da provável ação dos candidatos caso sejam eleitos Presidente da República.
Deste parecer dou conhecimento ao jornalista e à direção de informação.
m/ cumprimentos,
Jorge Wemans
Provedor do telespectador»
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