23.2.25

As redes podem salvar a democracia

 


«A Europa está muito atenta às eleições de hoje na Alemanha e não é para menos. O crescimento da extrema-direita, que esteve adormecida no pós-nazismo, é uma realidade global a que o país não escapa. Depois da reconstrução que se seguiu à II Guerra Mundial e da reunificação no final do bloco soviético, sempre com o alto patrocínio do liberalismo dos Estados Unidos, os alemães encontram-se numa encruzilhada, porque a realidade da política norte-americana transformou-se com a chegada de Donald Trump ao poder, ao ponto de o braço distópico da Casa Branca, Elon Musk, ter tentado interferir na política interna da Alemanha de forma visível, o que é uma novidade, porque às escondidas sabemos há muito que o antigo Twitter, atual X, é uma plataforma capaz de manipular a comunidade e ajudar a vencer eleições. Mas não é só a extrema-direita que cresce na Alemanha. Surpreendentemente, o partido Die Linke (A Esquerda) também regista uma subida acentuada nas últimas semanas. Este sucesso recente merece ser estudado e talvez forneça pistas importantes sobre como os partidos se devem colocar em termos de comunicação para defender os valores democráticos. De uma maneira simplista, a estratégia passou por uma presença fortíssima nas redes sociais, com especial incidência no TikTok, conteúdos muito profissionais e, claro, uma carismática e jovem liderança. A comunicação evoluiu e expandiu-se à velocidade da luz na última década e os partidos tradicionais mantiveram-se acomodados, enquanto extremistas e populistas avançaram para semear ódio e intolerância nas plataformas frequentadas pelos mais jovens. Parece claro que as eleições já não se ganham com arruadas e tempos de antena. Difícil é perceber como há políticos que ainda não repararam nisso.»


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