11.7.25

Eis o desígnio da AD: destruir a economia, outra vez

 


«Há dias, o ministro Leitão Amaro avisou que “a economia terá de se adaptar à diminuição da entrada de imigrantes no país”. A declaração merece ser levada a sério — e tem uma ressonância inquietante da anterior passagem da AD pelo Governo. Com a troika, Passos Coelho, movido por uma fúria moral e punitiva, decidiu aplicar toda a austeridade de uma só vez. O país enfrentava um problema macroeconómico, e o Governo escolheu somar-lhe uma camada adicional de dificuldades. Executado com zelo, o frontloading de má memória deixou a economia em cacos.

Agora, o caminho volta a ser o da resposta moral, em detrimento dos fundamentos económicos — desta vez, em torno da nacionalidade e da imigração. Aliás, por estes dias, a OCDE deixou o alerta: o crescimento económico está em risco por falta de trabalhadores. Segundo a organização, os países mais industrializados tiveram no mercado de trabalho o motor do crescimento das suas economias. O cenário próximo, porém, é mais desfavorável: a escassez de trabalhadores pode começar a travar a economia.

E quem foram esses trabalhadores que puxaram pela economia? Está fácil de ver: os imigrantes, cuja chegada é a única forma de compensar as tendências demográficas negativas. No caso de Portugal, a força de trabalho cresceu, em média, 0,7% nos últimos quatro anos, graças exclusivamente à entrada de trabalhadores estrangeiros. Sem imigração, a mão-de-obra disponível teria diminuído 0,1%.

Mas a OCDE não se limita a olhar para o passado. Estima também o que poderá acontecer se os fluxos migratórios diminuírem. Se a vontade da coligação AD/Chega se concretizar e o país passar a ter um saldo migratório nulo, a taxa de crescimento per capita da economia portuguesa recuará 0,6 pontos percentuais.

Atrair imigrantes é fundamental para o crescimento económico. Mas, claro, o Governo pode sempre considerar que é preciso “equilibrar” cultural e etnicamente o país e, desta feita, afirmar “que se lixe a economia”. É um caminho legítimo —, mas com danos colaterais. E a questão não se coloca apenas às empresas, sobretudo às dos setores mais dependentes de mão-de-obra imigrante (da restauração à hotelaria, passando pela agricultura e construção civil).

Repare-se: uma das rábulas do discurso anti-imigração assenta na ideia de que uma horda de estrangeiros está a capturar o nosso Estado social, ocupando os lugares dos portugueses. Ora, o crescimento da população e a sua recomposição demográfica exigem investimento no Estado social — da escola à saúde, passando pela habitação. Esse, aliás, deveria ser o debate prioritário.

Mas a realidade, hoje, diz-nos que os imigrantes são (grandes) contribuintes líquidos para a Segurança Social — só no ano passado, contribuíram com 3,6 mil milhões de euros, o que representa 12,5% da receita total. E, no que é menos sublinhado, representam uma fatia crucial dos cuidadores de que dependem as nossas respostas sociais.

Pois é. Ao contrário do que afirma Leitão Amaro, não são apenas as empresas que terão de se adaptar à diminuição de imigrantes. São também os lares, os centros de dia, as creches e os hospitais. Como se resolve esse problema? Vamos abandonar necessidades sociais num contexto de envelhecimento da população? Os hospitais vão reduzir a sua atividade e os lares a sua capacidade? De que forma o Governo pretende suprir a mais que previsível falta de trabalhadores nas respostas sociais? O que vale é que fomos avisados: teremos de nos adaptar.»


10.7.25

Há quem peça mais portas

 


Casa Tassel, Arte Nova, Bruxelas, 1893.
Arquitecto: Victor Horta (foi a sua segunda residência)
 
V. Horta projectou não só a arquitectura do edifício, mas também cada detalhe da decoração e mobiliário.

Daqui.

Dois porcos que viraram almirantes

 


De vez em quando, é bom recordar que também nos divertíamos na luta contra o fascismo.

Em Julho de 1972, as Brigadas Revolucionárias lançaram dois porcos nas ruas de Lisboa, no Rossio e em Alcântara, como reacção à farsa eleitoral que reconduziu Américo Tomás ao seu último mandato como presidente da República.

Estavam vestidos de almirantes (tal como Américo Tomás...) e untados para ficarem escorregadios. A polícia não conseguiu agarrá-los e teve de os matar à metralhadora. Grande sucesso nas ruas de Lisboa! Foram depois distribuídos panfletos, lançados por petardos, com o seguinte conteúdo:

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Se não tem médico de família...

 


A Europa precisa de visionários, não de sobreviventes

 


«Donald Trump faz o que quer da NATO, do G7, da ordem liberal internacional e dos líderes europeus. E fá-lo com o à-vontade de quem sabe que ninguém se lhe opõe, seja no Irão ou em Gaza. Há muito que deixou de ser apenas uma figura disruptiva: tornou-se, no palco atlântico, o único ator que realmente importa. Os restantes, de Mark Rutte a Emmanuel Macron, de Úrsula von der Leyen a Keir Starmer, limitam-se a desempenhar o papel de figurantes, uns mais elegantes do que outros, mas todos movidos por um instinto comum: não desagradar a Sua Majestade.

Contudo, mais inquietante do que aquilo que Trump faz é o que a Europa já não faz. Onde estão os Monnet? Os Schuman? Os Bevin ou as Veil? Os Adenauer ou os Delors? Onde estão os adultos na sala? O que nos resta é Mark Rutte. O mesmo que, durante 14 anos como primeiro-ministro dos Países Baixos, não cumpriu a meta dos 2% de investimento em defesa – alcançando-a apenas no ano em que se tornou secretário-geral da NATO – e se opôs ativamente, no Conselho Europeu, à emissão de dívida conjunta para salvaguardar a segurança europeia e ucraniana. O frugal de ontem é o apóstolo da defesa hoje. Não há coerência nem visão, apenas oportunismo.

Desde o seu regresso à Casa Branca, Trump tem testado os limites da diplomacia ocidental com a mesma brutalidade performativa que marca a sua política interna. Reescreve compromissos à sua medida, transforma cimeiras em cultos de personalidade e converte as relações multilaterais em instrumentos de chantagem. A última reunião da NATO, em Haia, foi disso prova evidente. A organização que durante décadas sustentou a dissuasão estratégica europeia, curvou-se perante Trump. Os aplausos ao novo “Kissinger” foram muitos. A dignidade, pouca.

Como se não bastasse, o G7 decidiu isentar as multinacionais americanas de um limiar mínimo global de tributação. Sob pressão da Casa Branca, e perante a possibilidade de um veto de Trump ao acordo da OCDE, os países mais industrializados do mundo cederam. Escudaram-se numa alegada “soberania tributária” dos Estados Unidos, mas o que está verdadeiramente em causa é o colapso de qualquer tentativa de criar regras comuns numa economia global. O sistema justaposto que agora se propõe é, no fundo, um eufemismo diplomático para a impunidade fiscal. A pergunta impõe-se: que soberania resta à Europa?

Trump não é apenas uma anomalia institucional. É o sintoma de um ecossistema mediático e político que recompensa o ruído em detrimento da substância. A sua interrogação favorita – how is it playing – substituiu o cálculo estratégico, a ponderação de custos e o interesse nacional. Se uma decisão militar ou diplomática gera um ciclo noticioso favorável, é boa. Caso contrário, deve ser disfarçada, distorcida ou pura e simplesmente negada. O que não aparece no ecrã, não existe. O que não cria drama, não tem valor.

O estilo de Trump é o do homem que exige ser protagonista mesmo quando os holofotes deviam estar virados para os factos.

E neste enredo, a Europa não passa de um ator secundário. O continente que outrora se uniu aos Estados Unidos para forjar a ordem liberal resigna-se agora a uma posição subalterna. Em vez de resistir, ajoelha-se. Em vez de liderar, segue. Em vez de propor, aquiesce. Nem mesmo a Alemanha, que jurou recuperar o seu lugar como eixo da estabilidade atlântica, contraria Washington, preferindo consensos apressados perante a possibilidade de impostos alfandegários de 50% a partir de 9 de julho. Já a França, apesar dos reflexos gaullistas do seu Presidente, não conseguiu evitar ser arrastada para o jogo da adulação. As elites europeias – herdeiras de Monnet e Delors – perderam o pé: confundem realismo com resignação, diplomacia com subserviência.

E Portugal? Participa nos rituais, mas raramente os questiona. Critica, nas entrelinhas, a hesitação de Espanha e gaba-se, nos bastidores, de ser ponte entre aliados. Proclama hoje 3,5%, como ontem proclamava 2%, com o mesmo entusiasmo retórico e a mesma vacuidade estratégica. Orgulha-se de ser membro fundador da NATO, como se a história bastasse para legitimar a irrelevância. Mas que valor acrescenta? Que influência exerce? Servirão as Lajes para justificar tudo? A ausência de uma posição inequívoca sobre a Palestina, a complacência perante o constante bloqueio no seio do Conselho Europeu e o seguidismo acrítico em relação a Washington revelam um país que também renunciou a ter posições próprias. Não se trata da presença em fotografias de grupo, trata-se de saber quando dizer sim e quando dizer não.

A questão, afinal, é simples. Quer a Europa continuar a existir como ator relevante, ou limitar-se a ser um apêndice da Casa Branca? Se a resposta for a primeira, então impõe-se uma refundação da sua arquitetura. Uma união fiscal verdadeira. Uma política de defesa realmente comum. Uma política externa capaz de superar o veto e a paralisia da unanimidade. Uma rutura clara com o infantilismo atlântico e a assunção plena da idade adulta geopolítica. Não para se opor aos Estados Unidos, mas para poder escolher livremente quando estar ao seu lado. Não há soberania partilhada quando apenas uma das partes dita as regras. Recordar a inércia europeia é apenas o começo. Convém perguntar por que falhámos em criar uma União da Defesa, mesmo depois da Crimeia. Porque não temos política verdadeiramente comum para o Indo-Pacífico, África ou Médio Oriente? E porque continuamos a reagir a Washington, em vez de nos prepararmos para os nossos próprios dilemas estratégicos? A cimeira da NATO expõe esse vazio. Ao omitir a China, que já garantiu que não deixará cair a Rússia, confirma a visão da Aliança como um instrumento de um só homem. Ao legitimar um ataque preventivo ao Irão, contribui para colocar em causa o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares. Ao evitar falar sobre Gaza, sobre a fome deliberada, os armazéns destruídos, as crianças a morrer à sede, abdica do papel de árbitro e aceita o de espectador cúmplice.

É por isso que a pergunta resiste e se torna mais premente a cada capitulação: onde estão os estadistas? Não os gestores do quotidiano, os calculistas de cimeira, os Ruttes do presente, mas os Monnets. Os que pensaram em décadas, não em ciclos noticiosos. Aqueles que ergueram instituições, não os que se escondem atrás delas. Os que traçaram horizontes comuns quando outros hesitavam; os que avançaram quando todos recuavam. Se não regressarem, a Europa reduz-se a um mero mercado, um espaço de deferência, um museu: politicamente periférica, moralmente esgotada, militarmente irrelevante.

A história não espera pelos indecisos – muito menos pelos subservientes.»


9.7.25

Rita Cid Matias (Chega)

 


Vieira Resurrected no Facebook.

Was ist das?! Silva?!

 


«O deputado suíço pediu a palavra e disse ao Parlamento que ia ler os nomes das crianças inscritas numa escola de Zurique. Eram nomes bastante exóticos na Suíça: “Silva. Santos. Ferreira. Costa. Oliveira. Sousa. Rodrigues.” Como é evidente, o caso gerou indignação em Portugal. Manifestando-se contra a presença de apelidos portugueses nas escolas suíças, o deputado hostilizava os nossos emigrantes, e revelava que o povo suíço não tinha especial vocação para acolher estrangeiros, ao contrário do português, celebremente hospitaleiro. Juntamente com a valentia, uma das características de que os portugueses mais se orgulham é a de saber receber e conviver com pessoas de outros povos. Por isso, este foi um episódio muito significativo — e o facto de, que eu saiba, nunca ter acontecido não lhe retira importância.

Esta semana, André Ventura leu no Parlamento uma lista de nomes de crianças filhas de imigrantes inscritas numa escola portuguesa, para demonstrar que está em curso uma mudança cultural e civilizacional no nosso país. O presidente do Chega disse ter tido a preocupação de referir nomes “não identificáveis”, mas horas antes a deputada Rita Matias, do mesmo partido, tinha lido nas redes sociais uma lista com nomes e os respectivos apelidos. Rita Matias esteve melhor: como o Chega é um partido que se preocupa com os valores da família, identificar o nome de família das crianças é, obviamente, um gesto nobre e bonito.

Numa coisa, é preciso reconhecer, Ventura tem razão. Não há dúvida de que basta olhar para os nomes das crianças para perceber a profunda transformação cultural e civilizacional que o país sofreu. Há 40 anos, os nomes dos meus colegas eram Carlos, Fernanda, Paulo, Sandra, Vítor. Agora, as crianças chamam-se Martim, Sofia, Benedita, Vicente, Francisca. Parece outro país — o que, de facto, assusta. Além disso, Ventura tocou noutro ponto importante. Depois de ler a lista de nomes inscritos no ensino pré-escolar, bradou: “Estes senhores são zero portugueses!” Mesmo quem não vota no Chega há-de concordar que, se há senhores a inscreverem-se no ensino pré-escolar, as autoridades deviam fazer alguma coisa. Por outro lado, começa a ser difícil compreender o que é que o Chega defende no que toca à imigração. Às segundas, quartas e sextas, acusam: “Olhem para estes imigrantes, que nem sequer falam a nossa língua!” Às terças, quintas e sábados, denunciam: “Olhem para estes imigrantes, a inscreverem-se na escola para aprenderem a falar a nossa língua!” E ao domingo descansam a voz, que deve estar exausta.»


Mercedes Sosa

 


Mercedes Sosa chegaria hoje aos 90. Nasceu no Noroeste dessa extraordinária terra que é a Argentina, em San Miguel de Tucumán, cidade onde também num 9 de Julho foi declarada a independência do país (em 1816).

Quando a Junta Militar de Jorge Videla subiu ao poder e se foi tornando cada vez mais agressiva, Mercedes, considerada peronista de esquerda, foi detida durante um concerto em La Plata, em 1979, refugiou-se depois em Paris e em Madrid e só regressou a Buenos Aires, e ao magnífico Teatro Colón, em 1982.







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Quem não tem casas e médicos, caça com imigrantes

 


«Entre os inquiridos desafiados a escolher os dois temas a que o governo deve prestar mais atenção, 68% escolheram a saúde, 46% a habitação e 38% a imigração. Ou seja, saúde e habitação são as duas maiores preocupações dos portugueses, segundo o mais recente barómetro da Intercampus. E são as duas áreas em que o falhanço do governo é mais evidente. Por isso, é natural que se concentre na terceira.

Sobre a habitação, escreverei amanhã. Reduzindo a oferta (através da reversão de todas as medidas para travar o desvio de casas para outras funções, a começar pela turística) e pressionando a procura (com apoios e reduções fiscais à compra), a que acrescerá uma maior dificuldade na construção, devida a restrições mais amplas à imigração, a crise da habitação não se limitou a piorar. O governo atirou gasolina para a fogueira. Os últimos dados são claros: o aumento dos preços homólogos no primeiro trimestre deste ano foi de 16,3%, quando foi de 5,7% na EU e de 5,4% na Zona Euro. Três vezes mais.

Na saúde, a ministra criou o caos à sua volta, substituindo lideranças hospitalares (que insultou) com base em critérios partidários. Teve três diretores do INEM (e os problemas só se agravaram) e terraplanou a reorganização que tinha começado com a criação da Direção Executiva do SNS, apenas para alimentar as suas mesquinhas inimizades. A isto junta-se um concurso para o transporte aéreo de doentes, ganho, fora de todos os prazos por incúria da ministra, por uma empresa sem helicópteros para o fazer. Poderes bastante fortes na área dos negócios da saúde têm de estar próximos do governo para que esta ministra tenha sido reconduzida e se mantenha firme no lugar.

Só nas últimas semanas, tivemos a confirmação de pelo menos uma morte durante as duas greves em que o INEM não garantiu serviços mínimos por não ter sido avisado pelo ministério (e a ministra insiste em exigir uma correlação direta entre as mortes e a greve num dia em que todo o serviço entrou em colapso); o caso das duas grávidas que perderam os seus bebés – uma depois de ter estado em cinco hospitais diferentes em apenas 13 dias e outra, do Barreiro, em situação de risco, sem qualquer urgência de obstetrícia aberta na Margem Sul; e o doente com traumatismo craniano grave que esperou cinco horas porque o helicóptero da Força Aérea, necessário por falta de soluções da empresa contratada, era demasiado grande para aterrar no Hospital da Covilhã. Segundo os critérios da ministra Marta Temido, a demissão de Ana Paula Martins já teria acontecido. Segundo qualquer critério normal, com tanto acumular de incompetência, também.

Falhadas as duas principais prioridades para os portugueses, é natural que o governo, como manobra de diversão, se esteja a dedicar à terceira. Aí, pode contar com a ajuda do Chega, que se está nas tintas para os dois temas anteriores, (a não ser na medida em que possa culpar os imigrantes por eles).

A centralidade dada à lei da nacionalidade é, mais uma vez, desmentida pelos números. Tal como nas atribuições de nacionalidade em 2023, a maioria dos pedidos pendentes não é de cidadãos estrangeiros residentes em território nacional. Cerca de 30% são de descendentes de sefarditas (a lei já foi mudada), 40% de lusodescendentes e só os restantes 30% têm origem em imigrantes a residir em Portugal. O governo continua a não divulgar números oficiais para poder continuar a trabalhar na propaganda.

Quanto à imigração, não se vislumbra que a alternativa à manifestação de interesses, que implicava um enorme investimento nos serviços consulares, vá funcionar. O que levará à falta de imigrantes ou a mais imigrantes ilegais. Ou voltarão as regularizações extraordinárias, que era como tudo se resolvia antes. Toda a conversa da integração foi aniquilada, dificultando o reagrupamento familiar.»


8.7.25

Musas

 


A musa adormecida, 1910.
Constantin Brancusi.

Daqui.

O esgoto

 


Edgar Morin

 


Conheci-o numa das suas primeiras vindas a Portugal nos idos de 60, sempre presente num mundo a que eu também pertencia. Lembro-me de muitas reuniões e colóquios, e até de termos assistido, na TV e em grande grupo, a um decisivo desafio de futebol. Também, de ter convivido com ele no Algarve, em casa de amigos muito próximos onde se refugiara para escrever.

No Twitter, vejo hoje que continua a partilhar muitos posts (ainda ontem o fez) e encontrei este, da sua autoria, de 5 de Junho: «Trop d'absurdité, trop de cruauté trop de barbarie, trop de haine, trop de mépris trop de carnages».
(«Demasiado absurdo, demasiada crueldade, demasiada barbárie, demasiado ódio, demasiado desprezo, demasiada carnificina.»)