28.3.09

Esta hoje não me sai da cabeça






«Blogues Comunistas»


















Até ontem, julgava que lia alguns Blogues DE Comunistas, mas estava provavelmente enganada. Depois do encontro agora anunciado, espero que definam o que é um «blogue comunista» e que afixem uma vinheta bem visível no Template, como aviso à navegação – ficarei muito mais esclarecida se souber que o que estou a ler vem impregnado de marxismo-leninismo, em articulação concertada com o PCP.

Sou esquisita? Isto é normal? Alguém imagina o que já teria sido escrito se tivesse sido anunciado, por exemplo, um encontro de Blogues Socialistas?

(Fonte da notícia)

27.3.09

Brinquemos então

Shyznogud, que nem só o da é uma criança.

E eu a defender o Magalhães














Claro que defendo porque me irritam atrasos congénitos. E, também, campanhas fáceis de jornalistas desocupados que põem o país em polvorosa porque alguém suspeita que se vendem uns tantos exemplares do dito Magalhães no mercado negro. Transcendentemente importante, pois claro, quando o mundo inteiro foi vendido no mercado negro da alta finança!!!

Já agora: Ferreira Fernandes, hoje no DN.
«Desde que a máquina de tecer foi inventada não deve ter havido maior campanha contra um passo em frente.»
Exactamente.

Prof. por parte da mãe, Dr. por parte do pai

«E se eu me tornasse Doutor antes de todos os outros portugueses? Não me serviria de nada, mas sempre evitaria o asterisco que um amigo colocou no título "Prof. Dr." do cartão-de-visita, esclarecendo, ao fundo, em letra miúda: "Prof. por parte da mãe, Dr. por parte do pai".

De facto, enquanto o ME não oferece também Novas Oportunidades para doutoramentos simplex, posso fazer como tantos outros cidadãos e alistar-me em qualquer "Independente" ou "Internacional" espanhola, comprando a tese, já pronta a imprimir, na Net. Mas, se calhar, optarei por algo mais credível: a "Doctorate Degree" em qualquer assunto (hesito entre Física Quântica e Biologia Molecular, ou então, como o doutoramento que a ex-astróloga de Mitterrand obteve na Sorbonne, em "A situação epistemológica da astrologia através da ambivalência fascinação/rejeição nas sociedades pós-modernas"). Basta-me ir à Net e, em oito dias e "at cheap price", "sem estudar, sem aulas, sem exames e sem ter de pagar um orientador", passarei a ostentar no cabeçalho destas crónicas um respeitável "Prof. Dr.". E serei finalmente levado a sério.»

Inteirinha, a crónica de Manuel António Pina, hoje no JN.

26.3.09

Portanto, aqui é que é a Cochinchina












Fundada pelos khmers (lá vêm eles!...) no século XVII, esta cidade começou por se chamar Prey Nokor e por ser o principal porto do Cambodja, foi anexada pelo Vietname em 1698, ocupada pela França em meados do século XIX.
Estou a falar de Saigão (capital primeiro da Cochinchina e depois de toda a Indochina francesa até 1902), quartel general das tropas americanas a partir de 1954, baptizada como Ho Chi Minh em 1975, quando a Guerra do Vietname acabou e as tropas do Norte entraram na cidade.

Portanto, chegarei a Prey Nokor, Saigão ou Ho Chi Minh, como preferirem, no oitavo dia de viagem. Claro que verei pagodes, templos e rios, mas, por essa altura do campeonato, já confundirei tudo e só os distinguirei mais tarde, quando identificar, em Lisboa, as respectivas fotografias...

Mas há por aqui algo de muito especial – em Cu Chi, nos arredores de Ho Chi Minh, 200 quilómetros de túneis subterrâneos, usados durante a guerra do Vietname para longas e rápidas deslocações que permitiam atacar o inimigo sem ser visto por este.
Contribuíram para o prolongamento da guerra, com correspondente aumento de custos, terão sido fonte de grande frustração para as tropas americanas e, em certa medida, deram uma ajuda para a sua derrota.
As fotografias dos acessos são um pouco assustadoras, mas hei-de pelo menos espreitar...

Até as plantas já sabem tuitar











Um sensor mede o grau de humidade do solo, um microcontrolador interpreta o resultado e transforma-o em informação, esta chega a quem de direito via Twitter. Depois, é regar ou não regar.
Elementar pois com certeza, mas só com o telégrafo não seria tão fácil assim...

Tudo explicado aqui.
(Via Virgílio Vargas no Twitter)

Blogger X (1)

A partir de agora, e em princípio numa base mensal, o «Brumas» distinguirá um blogger.

Para o caso de ainda não terem reparado, o Água Lisa está numa fase notável, com uma relação qualidade / quantidade absolutamente excepcional. Intensificou-se também a participação do seu autor nos Caminhos da Memória.

Por estas razões, e ainda por mais algumas, o JOÃO TUNES é o primeiro Blogger X.

Pormenor, disse ele

Ontem, no Parlamento Europeu, Jean-Marie Le Pen:
«As câmaras de gás foram um pormenor da Guerra Mundial – é uma evidência».

É bom ouvir – entranha-se melhor.


Le Pen recidive à propos des chambres à gaz
envoyé par StrasTv

25.3.09

Literacias, blogues e twitters














Segundo The Guardian de hoje, as crianças do Reino Unido deverão sair da escola primária a saber lidar com blogues, podcasts, Wikipedia e Twitter como fontes de informação e de comunicação. Também, a saber escrever correctamente, à mão e em teclados, e a usar um corrector de ortografia. (Lê-se, à cabeça da notícia, que tudo isto acontecerá em detrimento de outras aprendizagens – por exemplo que deixará de se estudar a II Guerra Mundial ou a época vitoriana. Com mais atenção, percebe-se que é dada flexibilidade aos professores para decidirem quando ensinam o quê.)

Que estas ferramentas tecnológicas estão aí, com uma expansão impressionante, e que é normal que as crianças as dominem, parece indiscutível. Blogosfera e Twitter são hoje indispensáveis para muitos milhões de utilizadores activos e outros tantos de consumidores passivos.

Vem isto também a propósito do que Miguel Esteves Cardoso diz hoje no Público:
«Os blogues estão para os tuitas como os grandes clássicos da literatura para os jornais: parecem longos e difíceis mas têm uma dignidade marmórea que o tempo vai polindo com cada ano que passa.»

Mais ou menos de acordo com a primeira parte da frase, muitas dúvidas quanto à segunda. A cada dia que passa, aumenta em mim a sensação de que a blogosfera, tal como a usamos hoje, não vai necessariamente manter a sua «dignidade marmórea». Isto de armarmos em comentadores sistemáticos de tudo e de todos, jornalistas amadores ou ensaístas mais ou menos elaborados, irá continuar por muito tempo? E os passivíssimos leitores continuarão por aí sem deixar rasto? Nem sei bem porquê, mas olho com uma estranheza crescente para toda esta realidade.

Há um que quer ser «desbaptizado»

Há muito desiludido com o Vaticano, um francês diz que ia tendo um desastre de automóvel quando ouviu as últimas afirmações do papa sobre o uso de preservativos e pretende fazer tudo o que for necessário para se «desbaptizar».
Aí está uma ideia no mínimo original, mas parece que a situação não está prevista e que, quando muito, conseguirá um averbamento no registo baptismal.

«À quoi bon?» - perguntar-lhe-ia se o conhecesse.

Mulheres ao poder?
















Aproximam-se todas as querelas eleitorais que vão desunir-nos, volta à baila a questão das quotas por género na elaboração das listas de candidatos a tudo e mais alguma coisa e regressam os defensores dos argumentos a favor ou contra. Sou a favor – como medida provisória, até deixar de ser necessária, como já deixou de o ser noutras paragens menos abigodadas. Sem lutas passadas do mesmo tipo, ainda não teríamos direito ao voto e precisaríamos de autorização do marido para jogar à roleta no Casino.

Estarão nas listas muitos nomes só porque se trata de primas, vizinhas, amásias ou senhoras das Finanças que dão uns jeitinhos? E daí? Quantos homens não serão apenas primos, vizinhos, donos de casas de alterne ou construtores civis mais ou menos habilidosos? Ou alguém acredita que haja 50 ou 60.000 portugueses politicamente competentes para ser autarcas?

Engraçado seria uma lei que obrigasse a alternância na candidatura a PR – em 2011, só mulheres! Pelo menos afastavam-se desde já todas as especulações quanto à possibilidade de Cavaco não se recandidatar porque lhe treme a mão direita e de Alegre não avançar para a união das esquerdas por ainda não ter decidido se quer ir para Belém ou para a cadeira de Jaime Gama.

Malteses

Aplausos para um belíssimo de texto do João Tunes, com o som que lhe falta.






24.3.09

Por rios e pagodes












Hanoi terá ficado para trás, rumo mais a Sul, de avião, até Hue, na parte central da costa do Vietname. Antiga cidade imperial, um dos centros culturais historicamente mais importantes do país, com uma célebre Cidade Proibida que obviamente não falharei.

Sempre ouvi gabar os rios do Vietname, com ilhas, muita vegetação e monumentos espalhados pelas margens. Vou ver mais um – o Rio do Perfume (belo nome...) – num outro passeio de barco, onde passarei pelo Pagode Thien Mu e pelo Túmulo Minh Mang.










No dia seguinte, verei primeiro Danang, a caminho de Hoi An. Hoi An é uma cidade pequena (cerca de 90.000 habitantes), património da UNESCO desde 1999, porto muito importante do século XVI ao XVIII.

A parte antiga parece lindíssima, há uma estranha ponte coberta - a Ponte Japonesa - e detalhes curiosos no Pagode Phuc Kien.

A não falhar, segundo leio, um mercado. Venderão animais suspeitos ainda vivos, mais répteis do que peixes, como na China? É bem possível.

Continuamos a matar-nos uns aos outros













Embora com tendência para desaparecer do mundo, a pena de morte aí esteve, em 2008, com um número de execuções que duplicou em relação ao ano anterior (2.390 versus 1.138). A boa notícia é que a maioria esmagadora (93%) se concentrou em apenas cinco países (Arábia Saudita, China, Estados Unidos, Irão e Paquistão), o que quer dizer que muitos daqueles que ainda não a aboliram não estão de facto a aplicá-la.

A China continua destacadamente à cabeça deste triste campeonato, com 72% dos casos.

Por mais animadoras que as notícias pareçam – e sejam –, cada caso é uma morte a mais, que nenhum resultado estatístico pode justificar. E a comparação entre 2008 e 2007 não é um bom sinal para os tempos que vêm.

(Fonte) Ver também.


23.3.09

Dear net (4)


Quando o mundo precisa de nanos












O anúncio foi feito no início de 2008, mas só hoje foi apresentado, em Bombaim, «o automóvel do povo indiano», o mais barato do mundo – cerca de 1.450 euros por um Tata «Nano», 100.000 a circular em breve na Índia. Prevista uma versão para a Europa em 2011, possível entrada nos Estados Unidos e triunfo mais do que certo em África, América Latina e Sudoeste asiático.

Conflito com preocupações ambientais? Certamente e não faltam vozes a protestar – porque vai aumentar significativamente o número de carros em circulação e porque ainda não é possível conciliar preços baixos com produtos ecologicamente pouco nocivos.

«O desejo de sair da pobreza é mais forte do que respirar ar puro»? Certamente também. E daí? Seremos nós, os que compramos carros maiores, melhores, mais poluentes, a travar o resto do mundo? No fim da década de 30 do século passado, foi lançado um outro «carro do povo» – o célebre carocha da Volswagen – que, à escala do seu tempo, também democratizou e massificou o uso do automóvel. Mas isso passou-se na Alemanha, na Europa, cá entre nós, quando ainda ninguém falava de ecologia nem comia cenouras e batatas raquíticas mas politicamente muito correctas.

(Fonte - entre outras)

Na «mouche», Medeiros Ferreira

Doutor Mourinho

A tal cerimónia é hoje.
E o «Prós e Contras» desta noite é sobre futebol. Mas porque é que eu não jogo no Euromilhões?

22.3.09

Hà Nội 河内













Claro que o trânsito é caótico em Hanoi, cidade onde vivem mais de três milhões de pessoas (na China seria uma pequena vila...), habitada pelo menos desde 3.000 anos a.c. História acidentada. Recuando apenas até ao séc. XIX, sabe-se que foi ocupada pelos franceses em 1873, dominada pelos japoneses entre 1940 e 1945, reocupada pelos franceses um ano mais tarde. Depois de uma guerra pela independência que durou nove anos, tornou-se capital do Vietname do Norte em 1954 e de todo o país em 1976. Apesar de todas as evoluções dos últimos tempos, garantem-me que mantém ainda um característico «old fashion charme». Sei que verei templos, mausoléus e pagodes. Passearei pela tal parte da velha da cidade e assistirei a um espectáculo com marionetas de água (?...).

Em jeito de preparação para o dia seguinte em que darei um longo passeio na Baía de Halong, cheia de ilhas e de grutas. (Quem já andou pelo rio Guilin, na China, reconhecerá facilmente o desenho das montanhas.) Almoçarei num barco, sabendo que, para o bem ou para o mal, não haverá por ali nada parecido com agentes da ASAE.



Entretanto, já terão passado quatro dias desde a saída de Lisboa. A blogosfera parecerá um pouco fantasmagórica, nem sei como imaginarei o Twitter.

Deve ser do apelido

«As sondagens são uma coisa e o que o povo pensa é outra. Acho que é preciso ter muito respeito pelo bom senso do povo português.»
Elisa Ferreira ao Correio da Manhã.

Afirmação de que a outra não desdenharia.

Diário de Notícias













Alguém pode pedir ao DN que publique um guia turístico para navegarmos no seu novo site? Ando lá há dez minutos e ainda não consegui encontrar o que queria.