28.9.12

Há 38 anos, a manifestação que não existiu



Esteve marcada para 28 de Setembro de 1974 e tinha como objectivo reforçar a posição do presidente da República, António de Spínola, então já em confronto com o governo e com o MFA, não só mas também por questões ligadas à independência das colónias.

Teria sido a chamada manifestação da Maioria Silenciosa, acabou por ser proibida e, na véspera, o COPCON prendeu cerca de setenta pessoas suspeitas de estarem ligadas à iniciativa. Apesar disso, os partidos políticos de esquerda desencadearam, no próprio dia, uma gigantesca operação de «vigilância popular»: desde as primeiras horas da manhã, dezenas de grupos de militantes distribuíram panfletos e pararam e revistaram carros em todas as entradas de Lisboa.

Os sinais públicos de ruptura crescente entre o presidente da República e o governo de Vasco Gonçalves e o MFA tinham sido mais do que evidentes, dois dias antes, durante uma tourada organizada pela Liga dos Combatentes, no Campo Pequeno, durante a qual Spínola foi aplaudido e Vasco Gonçalves apupado.

Em 30 de Setembro, Spínola demitiu-se do cargo de presidente da República, sendo substituído pelo general Costa Gomes. 

Nesse Sábado cinzento de Setembro, fechou-se o primeiro ciclo político do pós 25 de Abril. 

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