23.9.10

Quando Maomé não vai à montanha…


Algures na Toscana, há séculos que Prato é célebre pelos seus têxteis de grande qualidade, fazendo jus à fama mundial do chiquérrimo «Made in Italy».

Eis senão quando, há pouco mais de duas décadas, viu chegar os primeiros chineses que, muito rapidamente, cresceram e se multiplicaram, trouxeram primos e primas e têm hoje 3.200 empresas que fabricam roupas, sapatos e acessórios, muitas vezes com materiais importados da China, para os venderem depois localmente ou os exportarem para o mundo inteiro.

Problemas à parte, que não são poucos, alguém poderá contestar a legitimidade das etiquetas que usam nos seus produtos? «Made in Italy», sem qualquer espécie de dúvida…

(Fonte)
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3 comments:

Helena Araújo disse...

Há meses (anos?) li uma reportagem sobre esse fenómeno. Se bem me lembro, um dos elementos mais obscuros é o respeito pelas regras do direito de trabalho.

Helena Araújo disse...

Encontrei o artigo de que falei no comentário anterior:
http://www.spiegel.de/spiegel/print/d-48753359.html
(em alemão)

Falam em 2 000 empresários chineses, e num "exército de mão-de-obra escrava, 25 000 no conjunto; um em cada cinco sem papéis, sem qualquer espécie de vida pública. A população de Prato vê e resmunga, de noite ouve-se o ruído das máquinas."
Uma sociedade paralela no coração de Itália.
Vale a pena traduzir o artigo todo (será que a tradução automática do google é suficientemente boa?). Fala por exemplo de um chinês obrigado a trabalhar 18 horas por dia durante 2 anos, até ter conseguido reembolsar os 10.000 euros que pagou para ser trazido para Itália. De uma rapariga enviada para lá pela mãe, de turnos de 15, 16 horas, às vezes 30.
E de uma cidade italiana que enriquece à custa dos chineses, mas paga também um alto preço.

Joana Lopes disse...

No artigo que eu «linkei» também é referido algo dessa realidade, não tão detalhadamente.