10.2.12

Palmas para a desgraça alheia


Ainda não foi ontem que se conheceu o desfecho de mais uma etapa da situação grega, porque os ministros da zona euro puseram mais duas condições para a concessão do resgate: que o pacote que Atenas trouxe a Bruxelas seja aprovado pelo parlamento grego e que sejam encontrados mais uns trocos (325 milhões de euros) em cortes de despesas deste ano.

Mas são já conhecidas as medidas adicionais deste plano grego, nomeadamente:

- Redução em 22% do salário mínimo nacional, actualmente nos 751 euros. Para os jovens com menos de 25 anos, a redução será de 32%.
- Congelamento do salário mínimo para os próximos três anos.
- Aumentos salariais congelados até à taxa de desemprego descer para os 10% (19% actualmente).
- Despedimento de 15 mil funcionários públicos até ao fim de 2012.
- Redução em 15% das pensões de funcionários de empresas estatais.
- Privatização até ao final de Junho de várias empresas detidas pelo Estado, no sector do gás, petróleo e águas.

Perante esta verdadeira tragédia, qual foi a reacção praticamente generalizada no nosso serão televisivo, de comentadores e jornalistas destacados em Bruxelas? Em resumo: É uma excelente notícia para Portugal, embora seja pouco provável que isto resolva o problema grego e que o povo aguente. Ou, em português mais corrente: eles que se lixem porque enquanto o pau vai e vem folgam as nossas costas.

Quando o país que se seguir a nós na fila de espera reagir deste modo ao que nos for imposto, acharemos bem? Será que se tem consciência do que isto realmente significa? É esta a «união» europeia que se pretende defender, os valores morais que erguemos em baluarte?

P.S. – Bem a propósito:


´.

2 comments:

O rural disse...

A Alemanha e até a Espanha com as portagens, fazem e dizem e exigen o que bem entendem a Portugal.

Já há uns 200 anos mandaram entrar o Junot e o Wellington, e enquanto fomos para o Rio de Janeiro em turismo o rei pôs a casa à disposição daquele inglês e do francês e até dos espanhois que até nunca mais sairam de Olivença.

Ou seja, teremos que reescrever a nossa história que vai de 1933 a 1968.

meirelesportuense disse...

É o fim da Europa como projecto comum...Já não tenho dúvidas.Para isto não valia terem falado em pertencer à Europa do progresso e da consciência social.O fim da Social-Democracia na Europa, que atenção, em Portugal nunca foi um projecto sério, nem por parte do Partido Socialista e muito menos do Partido Popular Democrático!
É ou será quando muito, a partir daqui, um projecto de interacção Económica e nada mais.Por isso Angola, Brasil ou Moçambique darão sempre muito melhores perspectivas que a Alemanha ou a França.Temos que ver que Portugal consegue estar um pouco à frente em alguns domínios, o que em relação a estes Países não nos coloca em posição de inferioridade absoluta, como acontece na comparação com os colossos europeus -relativamente a nós são todos colossos, todos menos a Grécia?...