9.2.20

Quando se foram os anéis




«A 27 de Abril de 1976 a Christie’s levantava o martelo sobre uma venda portentosa: Magnificent Silver foi o título do leilão que dispersou pelo mundo algumas das melhores pratas em colecções portuguesas. Estavam, até então, com duas famílias cujos destinos baloiçaram com a Revolução: os Espírito Santo e os Palmela. (…)

«E deu-se ainda que, naquele 27 de Abril, um único lote rendeu um quarto do valor total arrecadado: o lote estrela da noite, constituído pelo par de terrinas Germain, foi arrematado por 1,8 milhões de francos — 1,6 milhões de euros pagos por um coleccionador privado que manteve as peças até 1982, altura em que as vendeu ao J. Paul Getty Museum de Los Angeles. (…)

Com uma das mais importantes colecções de artes decorativas do mundo, o Getty Museum tem até hoje esse par de terrinas em exposição. Antes do leilão da Primavera de 1976 o conjunto estava na posse de uma das mais poderosas famílias do Portugal do Estado Novo: os Espírito Santo — uma das várias grandes famílias que cairiam temporariamente em desgraça sob a “muralha de aço” do “gonçalvismo” contra os impérios financeiros concentracionários e monopolistas do Portugal de então.»
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2 comments:

Abraham Chevrolet disse...

A "muralha de aço" locupletou-se com algo de origem privada ou pública?
Convém juntar memória descritiva do roubo,quando se fala assim . De outro modo faz-se crescer o descrédito dos que afirmam terem então sido roubados.
O tempo encarregou-se de mostrar o estofo de todos os intervenientes nesses lances...

Joana Lopes disse...

Mas qual roubo? Esta gente fugiu do país com os seus haveres e vendeu-os no estrangeiro.