O Guardian publicou um interessante artigo com um título sugestivo: India outsources outsourcing.
Não é novidade o ritmo a que este país se tem desenvolvido nem como, primeiro o Reino Unido e depois muitos países ocidentais, para lá exportaram call centres e núcleos de desenvolvimento de software. E há programadores «importados» de empresas indianas um pouco por todo o mundo (em Portugal também, nem sempre em condições ideais, mas adiante que não é disso que quero falar hoje).
Mas entrou-se agora numa nova fase – é a Índia que está a comprar empresas e a instalar-se no estrangeiro, construindo redes importantes de escritórios, onde «enxerta» a sua tecnologia e práticas de gestão – na América Latina, na Europa, na China e mesmo nos Estados Unidos.
Porquê? Primeiro, porque quer – e já pode – estar presente um pouco por todo o lado. Segundo, porque a procura interna de pessoal qualificado é muito grande e os salários dispararam a tal ponto que a Infosys, por exemplo, está a recrutar fora da Índia, este ano, 32 000 empregados. Também porque saem das universidades indianas três milhões de diplomados por ano, mas só 15% são considerados suficientemente preparados para o alto nível que é pretendido.
No horizonte, está a ideia de seguir o exemplo das maiores multinacionais «clássicas», como a IBM e a Accenture, com grandes forças de trabalho espalhadas pelo planeta. Mas é sublinhada uma especificidade: a Índia despertou na era da internet, com um modo de pensar radicalmente diferente.
O país teme mais a concorrência da China do que a das nações «ricas» e prepara-se para a luta. Na opinião de um director da Tata, a maior companhia de software indiana, aquelas nações já não dominam a economia mundial porque não souberam mudar de paradigma para enfrentar a globalização – o futuro estará nos BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), sem qualquer espécie de dúvida.
Matéria para reflexão.
Demos mais pela chegada dos chineses que nos invadiram as ruas, abriram as portas das suas lojas, ameaçaram com preços, incomodaram as Nogueiras Pintos deste mundo.
O país teme mais a concorrência da China do que a das nações «ricas» e prepara-se para a luta. Na opinião de um director da Tata, a maior companhia de software indiana, aquelas nações já não dominam a economia mundial porque não souberam mudar de paradigma para enfrentar a globalização – o futuro estará nos BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), sem qualquer espécie de dúvida.
Matéria para reflexão.
Demos mais pela chegada dos chineses que nos invadiram as ruas, abriram as portas das suas lojas, ameaçaram com preços, incomodaram as Nogueiras Pintos deste mundo.
Com a Índia é mais subtil: tudo se passa de modo mais invisível para o comum dos mortais, em torres de negócios e, sobretudo, na virtualidade das redes.
Não que me incomode especialmente que a supremacia americana nestes domínios seja substituída por outra. Mas faz-me sentir que a Europa (e Portugal, de que maneira...) se vai esvaindo cada vez mais, «ensanduichada» entre antigas e novas potências, que não é com Tratados que se resolvem estas questões, nem com show off de distribuições de PC's nas escolas. Não são coloridas as perspectivas para os nossos jovens – se quiserem ficar por cá.
1 comments:
Nós preferimos ir fazendo graçolas com o "Ké frô?"
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