18.3.10

Pessoas, máquinas e vice-versa


A ler: o espantoso «MEO gratias» do JPB.

«O problema, mas o problema mesmo, real e moderno, é esta impessoalidade, esta inutilidade de qualquer ira, que esbarra invariavelmente numa parede kafkiana. A incompetência e a irresponsabilidade escudam-se nesta barreira electrónica. Não têm face. Não podemos dar murros na mesa ou no balcão, porque não há mesas nem balcões. Do outro lado da linha atendem-nos máquinas que parecem pessoas, que nos remetem para pessoas que parecem máquinas – e o resultado é o mesmo. Se mandarmos a criatura para a pata que a pôs, ela responde-nos: “A sua pretensão foi registada. Mais alguma questão que deseje colocar?” Não há condições.»

1 comments:

Manuel Vilarinho Pires disse...

Bom dia, Joana,
Deixei-lhe este comentário que partilho aqui:

"Mude de fornecedor.
Mesmo que fique mal servido, o fornecedor actual vai dar mais atenção à sua saída do que aos seus desabafos e ameaças.
E se um dia voltar ao mesmo fornecedor, depois de se fartar de alguns dos concorrentes, até poderá vir a ser mais bem servido.
Numa economia de mercado, a mudança de fornecedor é tão irrelevante como, na democracia, o exercício do voto.
Mas o conformismo com um fornecedor é tão esmagador como, na democracia, a abstenção."

Serve para fornecedores de telecomunicações e para votos "contra" em eleições.