10.9.10

Ironicamente, no centro da União


Já ninguém deu muita importância ao facto de Elio Di Rupo ter desistido de formar um novo governo belga e, para se sair do impasse, há neste momento lintermináveis discussões institucionais entre mediadores nomeados pelo rei e sete partidos políticos – nada de muito novo, portanto…

Mais interessante é saber-se agora que, no passado mês de Julho, se realizou uma reunião quase secreta de personalidades profundamente conhecedoras da realidade política belga, com o objectivo de analisar todos os cenários existentes que vão do desejo de manutenção de uma confederação entre as duas partes do país até à crescente convicção, na Valónia, de que não há outra solução no horizonte que não seja a de uma integração política na República Francesa.

O que parecia um obstáculo intransponível em caso de cisão entre os 6 milhões de flamengos e os 4,5 milhões de francófonos – o destino de Bruxelas – estará a desvanecer-se, convencidos que estão os primeiros de que nunca conseguiriam «flamenguisar» a actual capital e que, assim sendo, mais vale lutar pela independência sem ela.

Quanto à Valónia e a Bruxelas, virão elas a formar «une petite Belgique» ou a completarem a união cultural e económica franco-belga com a vertente política? Cedo para o saber mas, quando se abre uma discussão deste tipo, a História tem tendência a acelerar-se, por vezes mais do que se imagina à partida.

A balcanização da Europa pula e avança, em várias frentes? Muito provavelmente.

(Fonte)
(Via Jorge Nascimento Rodrigues no Facebook)
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