22.4.09

Don Tapscott, o guru desconhecido?

Voltou a polémica em torno do Magalhães, a propósito de elogios que «um tal» guru canadiano terá feito em Lisboa. Pelo tom em que é referido nalguma imprensa, e num certo número de blogues que percorri agora, percebe-se que nem o nome Don Tapscott, nem o título da sua obra mais conhecida – Paradigm Shift: The New Promise of Information Technology – serão muito conhecidos por aqui. E, no entanto, não foram poucas as ondas que este livro provocou quando foi publicado – não há um século, mas em 1992 (tenho o meu exemplar usado, sublinhado, quase rasgado...)
Outras obras se seguiram, a mais importante das quais, em colaboração com Anthony Williams, Wikinomics: How Mass Collaboration Changes Everything (2006).
E, já em 2008, Grown Up Digital: How the Net Generation is Changing Your World. Vale a pena ler a entrevista que Jorge Nascimento Rodrigues fez ao autor após a publicação deste último livro, porque são nela levantadas muitas questões que têm precisamente a ver com a saga Magalhães.
J.N.R. -Você escreveu que essa geração de miúdos controla facilmente aspectos essenciais dessa revolução. Essa é uma "vantagem competitiva" incrível. É a primeira vez na história que isso acontece, não é? Será que os adultos, no poder, não terão imenso a recear da irrupção desses pequenos guardas-vermelhos da Web?
D.T. - De facto, pela primeira vez na História da Humanidade, as crianças têm mais conhecimentos, do que nós, sobre um aspecto - direi crucial - do desenvolvimento da nossa sociedade. Isto é bom para aqueles adultos que são capazes de aprender com os miúdos. Mas mete medo e gera receios à multidão de todos os outros. Pais e professores crêem que já não conseguem "proteger" os miúdos da pornografia ou da literatura que inflama ódio [mas não está ela ao virar da esquina?]... Há dois extremos, ambos conservadores, nesta discussão: um dos lados vê estas crianças como "vítimas coitadinhas" e o outro como perigosos guerrilheiros. Em que ficamos? Um cínico dirá: são as duas coisas. A meu ver, ambos são pontos de vista nocivos para a liberdade de expressão e os direitos da criança.»

Eu sei que Portugal é um país de poetas e de literatas, mas as TIC’s já por cá andam há umas décadas e vieram mesmo para ficar (TIC’s?...).

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