2.11.09

Salve, nobre padroeira












Sei desde esta manhã que existe há quinze anos em Fátima um fragmento do Muro de Berlim, integrado num monumento de grandes dimensões. A que propósito? Regozijo pela reunificação de um país dividido, pela destruição de um símbolo terrível de falta das liberdades mais elementares de milhões de pessoas? Celebração da festa que foi, para a Europa e para o mundo, 9 de Novembro de 1989?

Nada disso: uma espécie de reivindicação de direitos de autoria, se não mesmo de alforria. Segundo o director do Serviço de Estudos e Difusão do Santuário, que dá pelo nome de Luciano Cristino e vem hoje citado em tudo o que é jornal, há uma relação entre a queda do muro e «uma mensagem mariana de "libertação dos povos sob a égide comunista", revelada na segunda parte do segredo de Fátima». Parece que até existe uma inscrição no monumento, da autoria de João Paulo II, em que este agradece à senhora ter «guiado os povos para a liberdade». Portanto, com ponto de partida na Lusitânia, de novo a fé e o império para o mundo e para glória da nossa pátria!

Nem Mikhaïl Gorbatchev sonha que mais não foi do que o resultado de um pedido de «consagração da Rússia» ao Imaculado Coração de Maria e de «comunhão reparadora nos primeiros Sábados» de cada mês (não confundir com as primeiras Sextas-feiras, porque essas eram para o Coração de Jesus ...). Que alguém lho diga porque talvez isso o ajude a perceber melhor o que se passou: «Perdi, mas a perestroika ganhou» .

(P.S. – A «versão integral» da segunda parte to segredo de Fátima não fala de libertação de nada nem de ninguém, mas sim da «conversão da Rússia» - ao cristianismo, entenda-se. Deve ter acontecido sem ninguém dar por isso.)

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