17.11.11

E no fim ganhava a Alemanha

@Gui Castro Felga

«Imaginemos, agora, que os europeus são chamados a eleger um Presidente. Com os seus 62 milhões de eleitores (a França conta com "apenas" 44 milhões), mais os dos países com trajetos económicos e culturais comuns, ou politicamente dependentes de Berlim, quem poderia ganhar eleições senão um partido, ou um candidato alemão ou apoiado pelos alemães, ou ainda melhor, por franceses e alemães, de forma a termos as mesmas políticas que hoje aí estão, tendo, entretanto, perdido o resto de soberania que ainda detínhamos? Como evitar que tudo decorresse segundo a lógica do televoto do festival da Eurovisão - ou seja, como se fugiria ao voto étnico e como seria possível Portugal não ficar em último? (…)

Já tivemos uma amostra deste tipo de federalismo: a substituição dos "governadores provinciais" de Itália e da Grécia. E é sob essa pressão que o nosso primeiro-ministro vai mostrando serviço, corroborando, à risca, para não dizer "à rasca", todas as teses do eixo Berlim-Paris.»

Filipe Luís na Visão, O festival da Eurovisão
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1 comments:

JOSÉ LUIZ FERREIRA disse...

Nenhum candidato alemão teria todos os votos alemães, nenhum candidato francês teria todos os votos franceses.

É até provável que a maioria dos candidatos tivessem mais anticorpos nos seus países de origem do que no resto da Europa.

Para um candidato, haveria vantagem em ser oriundo de um país grande, mas também as haveria, diferentes, em ser oriundo de um país pequeno.