3.1.14

A Europa em saldos



Não são apenas os centros comerciais e as lojas tradicionais que estão em época de saldos, é a Europa também. Com uma diferença: neste caso, não há data de fim à vista e ninguém sabe quando sairá a «Nova Colecção».

Um texto, hoje publicado no i, recorda alguns artigos do catálogo disponível para não europeus bem endinheirados, desde castelos na Polónia a arquipélagos gregos e ao desejadíssimo passaporte da EU à venda em Malta. Chineses e árabes (mas não só) serão os mais interessados e comprar seis ilhas no mar Jónico, para lá instalar as suas três mulheres e vinte e quatro filhos, foi uma pechincha para o emir do Qatar, enquanto um neozelandês deu uns míseros 2,9 milhões de euros por uma ilha paradisíaca ao largo da costa da Sardenha.

Parece que nem todas estas « privatizações» têm sido pacíficas, mas vão-se fazendo. Quem não tem cão caça com gato e quando se acabam os anéis vão indo os dedos.

Cá no burgo, o dr. Portas está feliz com as 471 autorizações de residência «visto gold» já aprovadas e são os chineses que mais nos amam, logo seguidos por cidadãos da Rússia, Brasil, Angola e África do Sul.

E por falar em Angola: os telejornais mostraram dezenas de festas à disposição dos portugueses nesta época natalícia, mas não penetraram (nem tinham de penetrar...) no mundo de faustosas celebrações de famílias angolanas que se reuniram em Portugal, vindas de Luanda e não só, para em conjunto celebrarem as efemérides nos seus luxuosíssimos apartamentos ou moradias. Desfilaram carros de gama mais do que topo, escorreu champanhe, sobraram lagostas. E registo (nem sei se para memória futura ou se passada) um detalhe de que tive conhecimento: as sobras foram tantas numa das ceias, que os restos foram dados a instituições de caridade da vizinhança – com naturalidade e sem sobranceria, note-se.

A História de Portugal do avesso, de pernas para o ar, para o bem e para o mal? Sei lá!... 
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