Entre as brumas da memória: 150 anos

18.3.21

Niet disse...: Como o sublinhou Guy Debord num texto sibilino e proféctico dos anos 6o, a Comuna de Paris 1870/71 foi um movimento social e politico sem chefes unicos e vedetas falsas. Desse modo se explicam os seus fracassos e sucessos paradoxais. Existiu, certo, o exemplo luminoso de Auguste Blanqui que " estruturou " todo o ataque à Monarquia e às tropas de Bismarck numa guerra-éclair plena de heroismo.Isso foi escalpelizado por Debord, o filosofo archi-enragé de Mai 68,que sabia do que falava,pois, tinha sido aluno de Henri Lefebvre e militante de Socialisme et Barbarie de Castoriadis e Lefort.150 anos dia-pòs-dia, a Comuna está ai para mostrar a sua indiscutivel actualidade com os " movimentos " plurais das " Primaveras " da Tunisia, do Egipto(afogada em sangue pelo general Sissi) e a tragédia policentrica da Libia e do Libano,por exemplo, onde a confrontacäo ideológica se faz na ponta das baionetas mas rejeita a centralizacäo do moloch-Estado. Louise Michel, o mais heterodoxo dos comentadores da Comuna de Paris disse: " A autoridade de um só é um crime ".Niet; 19 de março de 2021 às 12:56

18.3.21