Curiosamente esta questão da utopia tem muito a ver com o livro da Zita que acabei de ler. Dentro em breve escreverei sobre as páginas que faltam no livro e que tratariam da parte mais importante, quanto a mim. Como se lida com a morte de uma utopia que se viveu durante uma parte substancial da vida ? A resposta que cada um dá a esta pergunta acaba por ser a sua mais autentica assinatura.
Como já algures alguma vez me disseram – haja piedade cristã !
Isto é uma maldade que não se faz, Joana ! Pregar assim, sem mais estas nem aquelas, com um monte de hieróglifos no nariz do leitor desprevenido, como quem diz “ toma lá e vai-te curar!”. Só agora consegui recuperar o fôlego.
Mas maldade com maldade se paga. :-)
Sobre esta questão do parentesco entre a utopia e a “real politik” (desde que tenha pelo menos um “K” já está bem escrito) penso o seguinte: a utopia é, por essência, analógica. Ora, como sabemos – e a Joana, pelo que vi no seu curriculum, melhor que ninguém – estamos na era das tecnologias digitais. Mas não só das tecnologias: principalmente do próprio pensamento.
A política, quer a “real” quer a teórica lida com algoritmos lógicos. É potencialmente digital. Sintetizando, e para não me alongar – a demonstração da tese fica para mais tarde – eu diria que a política é a utopia digitalizada.
5 comments:
As notícias de França deixaram-te muito afectada...ah,ah,ah
Curiosamente esta questão da utopia tem muito a ver com o livro da Zita que acabei de ler. Dentro em breve escreverei sobre as páginas que faltam no livro e que tratariam da parte mais importante, quanto a mim.
Como se lida com a morte de uma utopia que se viveu durante uma parte substancial da vida ?
A resposta que cada um dá a esta pergunta acaba por ser a sua mais autentica assinatura.
As notícias da França só vieram confirmar que a «real politik» (é assim que se escreve?) veio para ficar.
Quanto ao teu segundo comentário: excelente! Fico à espera.
Como já algures alguma vez me disseram – haja piedade cristã !
Isto é uma maldade que não se faz, Joana ! Pregar assim, sem mais estas nem aquelas, com um monte de hieróglifos no nariz do leitor desprevenido, como quem diz “ toma lá e vai-te curar!”. Só agora consegui recuperar o fôlego.
Mas maldade com maldade se paga. :-)
Sobre esta questão do parentesco entre a utopia e a “real politik” (desde que tenha pelo menos um “K” já está bem escrito) penso o seguinte: a utopia é, por essência, analógica. Ora, como sabemos – e a Joana, pelo que vi no seu curriculum, melhor que ninguém – estamos na era das tecnologias digitais. Mas não só das tecnologias: principalmente do próprio pensamento.
A política, quer a “real” quer a teórica lida com algoritmos lógicos. É potencialmente digital. Sintetizando, e para não me alongar – a demonstração da tese fica para mais tarde – eu diria que a política é a utopia digitalizada.
nelson
Caro Nelson, se "a política é a utopia digitalizada" então temos que concluir que a maior parte dos políticos tem o "scanner" avariado...
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