Raramente «ganho» eleições. Explicando melhor: há muito tempo (nem me lembro desde quando...) que não tenho votado em futuros vencedores de pelejas legislativas ou autárquicas.
Mas desta vez ganhei – porque votei em Sá Fernandes e porque António Costa é presidente mas sem maioria absoluta.
Mais: confesso que ainda receei que Costa cedesse à tentação de forçar uma qualquer aliança com Carmona Rodrigues que pareceu pôr-se a jeito. Felizmente que isso não aconteceu.
Quanto às esquerdas:
• A CDU isola-se, orgulhosamente só, esperando por amanhãs que não cantarão.
• Cada vez entendo menos Helena Roseta e o seu inefável nº 2.
• Será curioso e importante para a democracia portuguesa ver como corre esta primeira aliança PS/BE. É um marco, uma nova etapa. Espero, sobretudo pelos lisboetas, que corra o melhor possível.
6 + 1 não é igual a 9. Costa + Sá Fernandes não chegam para uma maioria, irão negociar consensos com outros. Terão a vida dificultada, mas pode ser salutar para o resultado final.
E talvez isso ajude o país a ganhar uma maior maturidade democrática.
Será que acordei hoje demasiado optimista?!...
7 comments:
Com todo o respeito, penso que sim, que acordou demasiado optimista. Mas o tempo que nos leva à morte, leva-nos também ao engano e ao desengano. Vamos ver - assim dizia o cego e cada dia via menos.Cumprimentos.
cá eu tba acho super optimista. vai daí eu nem sou de Lisboa, desculpe tal intromissão, mas que isto não me cheira bem, garanto que não.
mas esperemos para ver
:))
Tomás e CS: Talvez eu tenha exagerado. Mas o que foi anunciado HOJE é melhor do que eu esperava.
Agora, a ver vamos ,como dizia o tal ceguinho.
Na minha opinião, de "idiota pessimista", a coisa pode não correr bem. Porque Costa é Costa, Lisboa interessa-lhe tanto quanto a mim gafanhotos e porque os seus aliados — Salgado e Júdice, para citar apenas os mais visíveis — não jogam a feijões. Mas, Sá Fernandes é Sá Fernandes, felizmente. Os outros são o que sempre foram, infelizmente.
Dezasseis anos de África, embora não me tenham ainda desidentificado afastaram-me inexoravelmente da identidade nativa. E confesso sentir já alguma dificuldade em interpretar os sinais da semântica do quotidiano luso, o que, não poucas vezes me leva a incorrer em lamentáveis equívocos.
Lembro-me de um velho princípio - cuja origem não sei já localizar - mas que dizia mais ou menos que, em política, as alianças com um adversário se fazem apenas quando estamos suficientemente fortes para as não temer, ou demasiado fracos para as poder recusar. No cenário em apreço, qual é uma e a outra parte?
Que deus te acuda e boas férias aí pelos algarves...
Eu nem endeuso da mesma maneira JSF, nem diabolizo tanto AC. São feitios!
Nelson, não sei responder à sua pergunta porque não concordo com as premissas, segundo as quais as alianças só podem decorrer de forças sem temores ou de fraquezas sem possibilidade de recusas.
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