Cartaz da OCMLP
«A terra a quem a trabalha» – sem dúvida, uma das maiores utopias do pós 25 de Abril.
O tema veio esta semana a terreiro por estar em exibição um filme que um alemão – Thomas Harlan – realizou em 1975 (*). TORRE BELA é o seu título e retrata o que foi a tentativa de reforma agrária, numa grande herdade do Ribatejo, entre Abril e Dezembro de 1975. Há várias versões deste documentário, eu não vi a que voltou agora às salas de cinema, mas tenho bem presente a que o Público divulgou, em DVD, em 1999.
Trata-se de um testemunho histórico impressionante. Mas é-me difícil imaginar como reagem os espectadores que não viveram aquela época. Muita coisa deve parecer irreal, desde as reuniões e as discussões, por vezes infindáveis, quase sempre caóticas, até à cena da ocupação do palácio da herdade, que Buñuel não desdenharia.
Mas aquelas mulheres e aqueles homens foram bem reais e acreditaram, durante alguns meses, que estavam a mudar o rumo da história. E, de certo modo, fizeram-no. Nunca mais foram os mesmos e nós também não. Moldaram o nosso passado recente e, por isso mesmo, condicionam ainda uma parte do nosso presente. Para o bem e para o mal.
Não será esse, precisamente, o papel de todas as utopias?
Encontrei estes minutos do filme no Youtube.
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(*) O suplemento Ípsilon do jornal Público de 3/8/2007 dedica-lhe um extensa análise assinada por Alexandra Lucas Coelho.
«A terra a quem a trabalha» – sem dúvida, uma das maiores utopias do pós 25 de Abril.
O tema veio esta semana a terreiro por estar em exibição um filme que um alemão – Thomas Harlan – realizou em 1975 (*). TORRE BELA é o seu título e retrata o que foi a tentativa de reforma agrária, numa grande herdade do Ribatejo, entre Abril e Dezembro de 1975. Há várias versões deste documentário, eu não vi a que voltou agora às salas de cinema, mas tenho bem presente a que o Público divulgou, em DVD, em 1999.
Trata-se de um testemunho histórico impressionante. Mas é-me difícil imaginar como reagem os espectadores que não viveram aquela época. Muita coisa deve parecer irreal, desde as reuniões e as discussões, por vezes infindáveis, quase sempre caóticas, até à cena da ocupação do palácio da herdade, que Buñuel não desdenharia.
Mas aquelas mulheres e aqueles homens foram bem reais e acreditaram, durante alguns meses, que estavam a mudar o rumo da história. E, de certo modo, fizeram-no. Nunca mais foram os mesmos e nós também não. Moldaram o nosso passado recente e, por isso mesmo, condicionam ainda uma parte do nosso presente. Para o bem e para o mal.
Não será esse, precisamente, o papel de todas as utopias?
Encontrei estes minutos do filme no Youtube.
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(*) O suplemento Ípsilon do jornal Público de 3/8/2007 dedica-lhe um extensa análise assinada por Alexandra Lucas Coelho.
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