Irmão Lúcia, via «Cinco Dias»
No livro Foi Assim, Zita Seabra refere que, durante a última fase de permanência no PCP, a sua casa foi invadida por um grupo de funcionários do referido partido, que tudo vasculharam à procura de microfones escondidos algures. Cita alguns nomes, entre os quais o de Raimundo Narciso.
Em A Grande Dissidência, Raimundo esclareceu, em 13/7/2007:
«Ora eu não participei em tal operação. Nunca estive em sua casa. Não tive qualquer relação directa ou indirecta com aquela "invasão" da sua residência nem dela tive, obviamente, conhecimento prévio. (...)
Tenho experiência de livros de memórias e sei que a memória por vezes dá-nos certezas que a realidade desmente. Por isso cotejá-la com documentos ou, na sua falta, com a memória de outras pessoas é muito importante.
Contactei hoje a Zita Seabra, por telefone, para o grupo parlamentar do PSD, na Assembleia da República, certo de que ela estava de boa fé e convencida do que afirmava no seu livro.
Foi com satisfação que recebi a sua resposta, que lhe bastava a minha palavra e que corrigiria publicamente o lapso, na primeira oportunidade.» (O realce é meu.)
Em entrevista a Zita Seabra, publicada no Correio da Manhã de 4/8/2007, pode ler-se o seguinte:
«- Raimundo Narciso, dissidente do Partido Comunista Português (PCP) é apontado no livro como uma das pessoas que, em 1988, invadiram a sua casa. Ele negou ter participado nessa operação e assegurou que o lapso seria alterado.
- Sobre o que está escrito, não tenho nada a adiantar.
- Vai ou não alterar?
- Eu não altero nada.»
Em que ficamos?
Eu acredito na versão de Raimundo Narciso. Porque será?
No livro Foi Assim, Zita Seabra refere que, durante a última fase de permanência no PCP, a sua casa foi invadida por um grupo de funcionários do referido partido, que tudo vasculharam à procura de microfones escondidos algures. Cita alguns nomes, entre os quais o de Raimundo Narciso.
Em A Grande Dissidência, Raimundo esclareceu, em 13/7/2007:
«Ora eu não participei em tal operação. Nunca estive em sua casa. Não tive qualquer relação directa ou indirecta com aquela "invasão" da sua residência nem dela tive, obviamente, conhecimento prévio. (...)
Tenho experiência de livros de memórias e sei que a memória por vezes dá-nos certezas que a realidade desmente. Por isso cotejá-la com documentos ou, na sua falta, com a memória de outras pessoas é muito importante.
Contactei hoje a Zita Seabra, por telefone, para o grupo parlamentar do PSD, na Assembleia da República, certo de que ela estava de boa fé e convencida do que afirmava no seu livro.
Foi com satisfação que recebi a sua resposta, que lhe bastava a minha palavra e que corrigiria publicamente o lapso, na primeira oportunidade.» (O realce é meu.)
Em entrevista a Zita Seabra, publicada no Correio da Manhã de 4/8/2007, pode ler-se o seguinte:
«- Raimundo Narciso, dissidente do Partido Comunista Português (PCP) é apontado no livro como uma das pessoas que, em 1988, invadiram a sua casa. Ele negou ter participado nessa operação e assegurou que o lapso seria alterado.
- Sobre o que está escrito, não tenho nada a adiantar.
- Vai ou não alterar?
- Eu não altero nada.»
Em que ficamos?
Eu acredito na versão de Raimundo Narciso. Porque será?
5 comments:
Também pode acontecer que «a memória por vezes dá-nos certezas que a realidade desmente» signifique que o RN apagou certas recordações...
http://agrandedissidencia.blogspot.com/2007/08/zita-seabra-no-corrige.html
Olá Joana Lopes vinha aqui para colocar um link para um post que publiquei agora sobre ZS e o "não altero nada" no CM mas vejo que alguém se me antecipou.
Depois da entrevista ao CM ficou mais claro que Zita é uma firme adepta de que quando há discrepância entre o que escreve e a realidade devemo-nos guiar pelo Livro.
Dos diversos dissidentes de referência, do PCP, li três testemunhos: “Reflecções sobre o PCP” de Vital Moreira, “Álvaro Cunhal e a Dissidência da Terceira Via” de Raimundo Narciso, e “Foi Assim” de Zita Seabra. O que fundamentalmente me motivou a leitura foi a procura das supostas razões de natureza política, doutrinária, ideológica, que na minha opinião me pareciam ser as únicas capazes de dar sentido ao conceito de dissidência, e além disso justificar um livro. Acontece porém que, com excepção de Vital Moreira, que aflora vagamente essa ordem de questões, vi sempre a minha expectativa gorada já que o grosso dos textos perde-se quase sempre no confronto em torno de questões formais da actividade partidária, não resistindo mesmo em muitos casos à lavagem em público da “roupa suja” e à exposição do fait divers interno, cujo intuito só pode ser o de alimentar o mercado do voyeurismo público.
Daí pensar que, embora possa ser importante para os envolvidos a resposta à pergunta “ então como é que foi?” não me parece que acrescente o que quer que seja ao debate de ideias que – esse sim é importante – ... mas permanece por fazer.
“Foi Assim?”
Pág.:187 – 3º § - “Tinha uma dureza que ficou famosa.” ...”Eu era uma verdadeira bolchevique…de uma obediência cega ao que me mandassem executar”
Pág.: 188 – 3º § …“criei na UEC uma disciplina de Exército” …”Trabalhava dia e noite, Sábados e Domingos e nunca perdia tempo” , “…nem nunca questionei a menor das orientações do partido”…” tinha uma enorme dureza face à hesitação, à dúvida ou ao medo e mesmo desprezo por esses sentimentos” . “Nunca deixei porém de ser coquette”.
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