22.8.07

No país do milho


• O primeiro é dos pardais - e eles andam todos por aí, a esvoaçar.
• Pardais ao ninho, sff.
• Ninho de ratos - é o que isto tudo parece.
• E os ratos comem milho, mesmo transgénico.

Estou farta de milho! Excepto do Verde, de Zeca Afonso.
Alguém recordou hoje a letra, apetece-me deixar aqui o vídeo:

4 comments:

Anónimo disse...

Bom dia Joana

A questão que aborda - parece-me que de forma demasiado ligeira - levanta uma quantidade de questões. De forma resumida e apressada ocorrem-me as seguintes:

1ª – Estranhei, para não dizer mesmo que me chocou, a ensurdecedora unanimidade que verifiquei à volta da questão, de todas as direitas a todas as esquerdas – onde apenas algumas excepções honrosas mas tímidas, não tiveram outro condão se não o de confirmar a regra. Aquilo não passava tudo de uma “cambada de vândalos, guedelhudos e drogados, filhos de gente fina, que precisavam era de porrada e de uma enxada nas unhas para saberem o que custa a vida!”. Com um país unido em torno de argumentação de tal modo rica e consistente, a única coisa que me admira é como o CDS só consegue uns poucos % de eleitorado. Embora por princípio não simpatize com polícias, dos actores envolvidos a GNR pareceu-me o mais progressista :(((

2ª – Simpatizei à partida com a causa, embora possa reconhecer na forma da acção, alguns aspectos criticáveis, que deverão merecer por parte dos responsáveis a necessária correcção em acções futuras. Nas críticas ouvi as mesmas vozes quando, para aí há uns quarenta anos, participava com outros em actos também de “vandalismo”, escrevendo nalgumas paredes de Lisboa frases como “FIM À GUERRA COLONIAL !” , “ABAIXO O CAPITALISMO”, etc. Para já não falar dos “vandalismos” do Raimundo Narciso, que espatifou meia dúzia de pacíficos aviões, que se destinavam – vejam lá! - a levar às então colónias a palavra de Deus :(((

3ª – A questão do milho transgénico que, não sendo especialista desconheço em que circunstâncias e em que medida constitui ameaça real para o equilíbrio dos sistemas naturais, reveste para mim unicamente o significado de símbolo, entre muitos outros possíveis – o potencial nuclear existente suficiente para reduzir a poeira o planeta Terra, as aplicações da engenharia genética e da nanotecnologia, as toneladas de CO2 diariamente enviadas para o espaço pelo parque automóvel mundial, etc. – para questionar se o actual modelo civilizacional é indefinidamente suportável pela lógica que o vem alimentando: os problemas criados pelo uso de cada camada tecnológica serão sempre passíveis de solução através da sobreposição de uma nova camada de tecnologia mais desenvolvida, e o divino mercado assegurará a regulação de todos os problemas adjacentes. A Terra – tal como vista há mil anos – fonte inesgotável de recursos, não só suportará como agradecerá toda esta bênção de “progre$$o” e “de$envolvimento”, que apenas em mentes empedernidas de velhos do Restelo pode ser tomado como ameaça de caos irreversível aos equilíbrios da natureza, à possibilidade da continuidade de vida no planeta, ou, em último caso, mesmo à sua total destruição.

4ª – Não se trata aqui de pôr em causa a valia da ciência e do conhecimento científico – que, mesmo assim é apenas uma forma, entre outras, de conhecimento possível – mas tão só de defender um novo modelo civilizacional que, ao invés de manter esse saber orientado segundo trajectórias de colisão com o mundo que habitamos e de critérios de curto pra$o, o reoriente de forma a harmonizar-se com ele. (Sobre a matéria é interessante ler a perspectiva de Ronald Wright em “Breve História do Progresso”, Dom Quixote)

Raimundo Narciso disse...

Obrigado à Joana pela referência. Quanto ao Nelson Anjos atenção, não foram meia dúzia de aviões. Entre aviões e helicópteros, total ou parcialmente destruidos foram 28! Quanto ao milho transgénico também me distraí com vários posts. Mas abordei principalmente o ridículo da chicana partidária. Quanto às mudanças genéticas de laboratório (porque a Natureza é em grande parte uma sucessão de mutações) essas devem ser aplicadas com muita cautela mas não acho que devamos condenar nem a investigação nem a sua aplicação prudente.

Raimundo Narciso disse...

Link com link se paga.

Anónimo disse...

Raimundo Narciso

As minhas desculpas pela imprecisão e o meu muito obrigado pela correcção. E fique sabendo que fiquei muito mais satisfeito em saber que foram 28 em vez de meia dúzia. ;(