12.8.07

Um cemitério como bairro

As Filipinas foram descobertas pelos portugueses – mais concretamente por Fernão de Magalhães no século XVI. Lá estão: mais de sete mil ilhas, com quase oitenta milhões de habitantes (mais de dez milhões só em Manila).

Um em cada cinco filipinos vive abaixo do limiar de pobreza, mas há também grandes fortunas. Certamente que ainda não esquecemos as extravagâncias da ex-primeira dama Imelda Marcos com os seus 3.000 pares de sapatos.


Hoje, em 2007, em pleno século XXI, há milhares de pessoas que moram num dos principais cemitérios de Manila, nalguns casos há três gerações. Fazem-no com uma naturalidade chocante, dizem que temem mais os vivos do que os mortos, dormem em cima de caixões dentro dos jazigos, ganham alguns trocos quando ajudam a fazer enterros. As crianças têm aulas entre túmulos e lixo.

A humanidade já não devia assistir a espectáculos destes. Mas ele aí está, em menos de dois minutos, no Youtube. É das coisas mais macabras que vi nos últimos tempos.
Desculpem se vos estraguei a tarde de um Domingo de Agosto...



2 comments:

Cristina disse...

meu Deus! :/

esquecemo-nos tantas vezes que o mundo fora da europa existe..

um beijinho

carlos freitas nunes disse...

Num aspecto parecem-me ter alguma razão: temer mais alguns dos vivos que os que já estão mortos. Recordo-me que em tempo vi um documentário sobre a mesma situação no México, ou talvez na Bolívia.