8.3.08

A força da rua



















Fui ver a manifestação. Gosto de sentir estas coisas na pele e as televisões puxam sobretudo pelas imagens folclóricas. Absolutamente impressionante, a sensação de que é impossível que as escolas abram as portas, na próxima 2ª feira, como as fecharam ontem, depois de terem estado na rua, como se diz, mais de metade dos professores do país. Há um antes e um depois da tarde de hoje.

E, no entanto, vim com um enorme sentimento de que há algo de errado no meio de tudo isto e sem qualquer (boa) saída à vista.

A ministra é uma mulher isolada: não se sente que tenha, como retaguarda, o apoio de um líder, de uma equipa de colegas, de um partido. Os professores também a isolam: não ouvi uma única palavra de ordem contra Sócrates, contra o governo.

Ora Mª de Lurdes Rodrigues não é dona e patroa de uma empresa privada e autónoma chamada Ministério da Educação, nem para o bem nem para o mal. Independentemente da bondade ou da maldade do que quer fazer, não pode agir e defender-se sozinha porque está integrada numa máquina governamental, nem deve ter atacada ignorando-se esta realidade.

O que está em causa está longe de ser, apenas, a questão da avaliação dos professores. Os verdadeiros elementos em confronto são a força da rua e a maioria absoluta de Sócrates. Ponto.