16.3.08

Rever a vida nos ficheiros da PIDE

ADENDA (*)

O caderno P2 do Público de hoje traz um extenso e excelente «dossier» da autoria da jornalista Clara Viana:

«Nomes, cartas, confissões, rotas de vida. Foram parar à PIDE e ficaram lá».
Trata-se de um trabalho baseado em testemunhos de um certo número de pessoas que consultaram os seus processos na Torre do Tombo e que dizem o que encontraram, o que mais as impressionou. E de outras que preferiram nem os ver.

Quando não nos deixam esquecer Salazar – nas ruas, nos quiosques, em ofertas ou vendas de livros baratos –, é bom continuar a recordar este pesado capítulo da sua «obra». Incontornável, sim, porque não foi «nem boa, nem má» – foi terrível.

Agradeçamos a quem mostra ao grande público que «O arquivo da PIDE continua a ser uma arma que, paradoxalmente, hoje poderá afectar mais as vítimas do que os vitimadores».



Também fui inquirida. Com um pormenor que me dá uma especial satisfação: não conheço a Clara Viana e ela disse-me que chegou até mim porque é leitora deste blogue. Alento para continuar.



P.S. - Vou tentar pôr on line o texto na íntegra. Se conseguir, aviso.

(*) Com a ajuda da Shyz, os textos podem ser lidos aqui.

2 comments:

Anónimo disse...

Estranha essa sensação. Mas cara Joana, embora os tempos, como se ousa dizer, sejam outros, não sei se...e este não saber se meu, embora saibamos que nunca será como dantes,não possam surgir de novo. Nunca se sabe. Obrigado por este avivar da nossa memória colectiva feito de memórias particulares. Ainda não estou em mim..isto era autenticamente um país de muitos, demasiados bufos. Era, disse eu. Talvez.

Joana Lopes disse...

Não voltará a ser, Carlos. Podem acontecer muitas coisas más, mas não «como dantes». Por isso acho muito mau que se diga, facilmente, que o fascismo anda por aí. Não anda e acredito que não voltará. Há problemas graves mas são outros.
Obrigada e um abraço